quarta-feira, 18 de março de 2009

Vendedor de Sonhos (O) - Augusto Cury


No topo do imponente edifício da maior companhia empresarial, um homem, desde logo chamado suicida, 40 anos, está prestes a pôr termo à sua vida.

Mas quem é este homem, porque se quer suicidar?

Será que a suas erudições, exímios conhecimentos linguísticos e de idiomas, boa aparência, saúde financeira, não lhe permitem ter uma vida completa e realizada?

Enquanto se desenrola este acontecimento, um homem no meio da multidão, que entretanto se juntou para ver triste espectáculo, pede passagem. Mas vestido, parecendo mais um vagabundo, um desprivilegiado da sociedade, consegue através da persuasão e de um estranho magnetismo, chegar ao topo do edifício e à companhia do suicida.

Ali apresenta-se como “Vendedor de Sonhos”.

É esta a premissa para entrarmos numa aventura onde a vida é-nos mostrada na sua simplicidade e plenitude como a mais importante dádiva ao ser humano. Esse homem, mais parecido como um vagabundo, vai revelando o significado de “vendedor de sonhos”, dissertando acerca de várias questões das sociedades e do intimo da alma humana, demonstrando que a consciência do individuo é fundamental para perceber o mundo e se libertar das grilhetas que, por culpa própria, o sufocam e lhe retiram essa mesma consciência e a liberdade de observar, sentir, sonhar, considerar, pensar, de viver.

É um livro que fala de emoções humanas, das perdas e ganhos, da nossa mente que teima em arranjar subterfúgios politica e socialmente correctos para mentir a ela própria, do que é tão óbvio e simples mas que porfiamos em menosprezar, dos ditos “sérios” da sociedade e dessa mesma sociedade que segue, impávida, serena e sem reagir, normas estereotipadas que transformam as pessoas em fantoches num imenso manicómio social.

Em suma, um livro que descomplica o complicado, que demonstra que o importante da vida são coisas simples que estão ao alcance de qualquer ser humano, entre pequeninas coisas, a mais importante e tantas vezes depreciada: O Amor.


Frases chaves:

“Eu tento vender coragem aos inseguros, ousadia aos medrosos, alegria aos que perderam o encanto pela vida, sensatez aos incautos, criticas aos pensadores”.

“Deus, quem és tu? Porque te calas diante das loucuras de alguns religiosos e não abrandas o mar de dúvidas dos cépticos? Porque disfarças os teus movimentos atrás das leis da física e escondes a tua assinatura nos eventos que ocorrem ao acaso?”

“É possível encontrar um grande amor. Só não se esqueça que poderá ter o melhor parceiro (a) ao seu lado, mas continuará infeliz se não tiver um romance com a própria vida. Contudo para a alcançar terá de deixar se ser escrava (o).”

“Que espectáculo vamos ver nós? Espectáculo? Cada dia é uma festa e cada dia um espectáculo. Só não o descobre quem está mortalmente ferido pelo tédio. O drama e a comédia estão no nosso cérebro. Basta despertá-los”.

“O intervalo de tempo entre a juventude e a velhice é mais breve do que se imagina. Quem não tem prazer ao penetrar no mundo dos idosos não é digno da sua juventude. Não se enganem, o ser humano morre não quando o seu coração deixa de bater, mas quando de alguma forma, deixa de se sentir importante.
Encontramos muitos “mortos” que estavam vivos pelos caminhos. Praticamos uma eutanásia psicológica. Sepultamos admiráveis seres humanos até quando lhe damos suportes para que sobrevivam.”

“Dêem e recebam. Não dominem as pessoas, não defendam a vossa crença, não imponham as vossas ideias, exaltem a vossa humanidade. Perguntem a quem encontrarem pelo caminho no que é que vocês lhes podem ser úteis. Dialoguem com as pessoas, conheçam páginas secretas, desvendem seres humanos deslumbrantes entre os anónimos. Não os enxerguem com os vossos olhos mas com os olhos deles. Não invadam a sua privacidade, não a controlem, vão até onde lhes permitirem. Ouçam-nos humildemente, mesmo os que pensam desistir da vida e estimulem-nos a ouvirem-se a si mesmos. Lembrem-se de que o reino da sabedoria pertence aos humildes.

Classificação: 5

segunda-feira, 16 de março de 2009

Rapaz Perdido (O) - Dave Pelzer


Neste segundo volume da trilogia que se inicia com o livro “Uma criança chamada coisa”, continuamos a seguir a vida atribulada de Dave Pelzer.

Enquanto no primeiro volume tomamos conhecimento da forma macabra como Dave é maltratado pela mãe, neste “Rapaz perdido” seguimos a libertação de Dave e o seu constante saltitar de família em família de adopção.

Dave tem 12 anos quando o pesadelo dos maus tratos físicos e psicológicos termina. No entanto um duplo problema está prestes a começar: o querer entender e esquecer o seu passado e conseguir integrar uma nova sociedade que se lhe depara.

Através dos olhos de uma criança torturada, assustada e completamente desadaptada socialmente, tomamos parte das tentativas de Dave em receber amor e carinho. Carenciado em vários aspectos, Dave tenta dar nas vistas querendo parecer-se o que não é, iniciando-se assim um caminho tortuoso que, após o tribunal decretar a sua separação da família biológica, o leva numa direcção penosa onde tenta ultrapassar os fantasmas do passado.

Mas não se pense que Dave se livra das garras do seu carrasco. Porque é uma criança deslocada, acaba por se ver constantemente em problemas, sendo que os mesmos são aproveitados de uma forma tétrica pela sua mãe, para voltar a levar o caso a tribunal. Demasiadamente insano e brutal, ela está sempre atrás da sua vítima que é o próprio filho.

Embora a fase das torturas físicas tenha de facto passado, este é um livro que descreve o quanto uma criança vítimas de maus tratos sofre psicologicamente. É dura da sua leitura. Ao longo de todo o livro Dave faz inúmeras vezes a mesma pergunta: “porquê?” e é curioso que essa pergunta fica sem resposta, tornando o caso ainda mais mórbido.

Talvez no 3º volume intitulado “Um homem chamado Dave” ele nos dê explicações para a sua terrível infância, mas e pelo que já li em alguns sites, penso que o próprio Dave Pelzer desconhece as razões.

Não vale a pena escrever muito mais sobre este livro porque este livro simplesmente, e perdoe-se a palavra “simplesmente”, narra a história real de David Pelzer a partir da libertação do seu pesadelo. Os problemas posteriores, as humilhações, mas também a esperança num futuro melhor. Tudo isso faz parte do percurso de uma criança assustada e terrivelmente traumatizada.
Por fim deixem-me dizer-vos que é muito interessante a pequena dissertação que ele efectua no final do livro sobre a adopção, desmestificando totalmente, não só o processo, como também os profissionais a ela ligados; as famílias de adopção, nomeando inclusivamente alguns casos que se tornaram lendários; oficiais de polícia que são, em grande parte, responsáveis pelo desencadear do processo de libertação de crianças maltratadas; as organizações, sobretudo uma que se destaca “Jaycees”, que são voluntários e que realizam um trabalho fantástico em prol de crianças sem lar. Dave defende e louva tudo isso, sendo que é perfeitamente compreensível e louvável fazê-lo depois do seu imenso sofrimento.

Deixo dois excertos que me marcaram. Sobretudo porque ao me envolver tanto com esta tragédia, não deixei de me comover ao ler o seguinte.

Tal como o ‘Jaycees’ e o ‘Arrow Project’, talvez a sociedade possa aliviar algumas das frustrações dos que escolheram esta função. Talvez nós possamos enviar um postal a um professor sem uma razão especial, e dizer-lhe apenas obrigado, ou dar um pequeno ramos de flores a uma assistente social. Talvez na próxima vez que virmos um agente da polícia, nós possamos sorrir e cumprimentá-lo; ou oferecer uma pizza a uma família adoptiva. Se nós podemos tratar figuras do espectáculo e do desporto com se fossem dádivas dos deuses, porque é que nós não podemos mostrar um pouco de gratidão para com aqueles que desempenham um tão inestimável papel na nossa comunidade?”

Em Janeiro de 1994 tive o privilégio de apresentar um programa de orientação em Ottumwa, Iowa, a um grupo de pais adoptivos..., ... durante o curso, dei o exemplo de como eu costumava escapar à dor sonhando como um herói. No exterior, o meu herói não se integrava na sociedade dominante, contudo, no interior, o meu herói sabia quem era, e queria ajudar os necessitados. Eu voava, usava uma capa vermelha, e tinha um “S” no peito. Eu era o Super-Homem. Quando eu disso isto, os pais adoptivos desataram a bater palmas. Enquanto as lágrimas corriam pelo rosto de alguns deles, ergueram um cartaz que dizia: “O SUPER-HOMEM TINHA PAIS ADOPTIVOS

Elucidativo. Leiam esta obra!

Classificação: 5

domingo, 8 de março de 2009

PRÉMIO "66?"


Foi-me simpáticamente atribuído pelos blogs "Conta-me Histórias" e "Floresta das Leituras" este Selo/Prémio. Saravá Homem do Leme.
Associado a este Prémio, existem algumas regras:
1. Linkar a pessoa que o/a indicou;
2. Escrever as regras no blogue;
3. Contar 6 coisas aleatórias sobre si;
4. Indicar mais 6 pessoas e colocar os links respectivos no final do post;
5. Deixe a pessoa saber que a indicou, deixando um comentário para ela;
6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

Então as seis coisa sobre mim:
  • Sou um um romântico. Gosto de jantares à luz das velas, oferecer flores, etc...;
  • Adorava abrir uma escola/instituição do mesmo Modelo criado pela Oprah Winfrey na África do Sul;
  • Adoro História e um dos meus maiores sonhos era efectuar turismo Histórico pelas zonas onde viveram civilizações antigas;
  • Adoro Perfumes;
  • Odeio a mentira, o oportunismo , a falta de carácter, a deslealdade e os falsos amigos;
  • Toco viola há uns 20 anos e continua a ser um escape a par dos livros.

Nomeio então seis blogs sobre os quais o mundo quer saber mais: