quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cavaleiro da Morte (O) – Bernard Cornwell


Há uma lenda britânica que afirma que o Cavalo Branco de Westbury foi esculpido em 1770 em substituição de um cavalo mito mais antigo que foi gravado na encosta da colina após a batalha de Ethandun em 878 d.C. Esse cavalo comemorava uma grande vitória dos saxões que possibilitou a sobrevivência da Bretanha e é sobre esses acontecimentos que se debruça este livro, Vol.II da “Saga Saxónica”.

Uhtred é agora um jovem guerreiro arrogante e convencido que é invencível e decidido a recuperar as terras que foram do seu pai e que lhe pertencem por direito.

Dividido entre o seu próprio povo e o povo invasor que o criou e onde fez amigos, Uhtred decide acatar o conselho de Alfredo e desposa uma jovem saxã. Assim se vê confinado às suas novas posses levando uma vida chata de agricultor em simultâneo que Alfredo concorda numa trégua com os dinamarqueses.

Uma vez mais assente em factos Históricos verídicos, misturados com contos tradicionais, Bernard Cornwell traça um fresco do Séx.IX, época bárbara conhecida como a Idade das Trevas.

À semelhança do primeiro volume, e adivinha-se ao longo de toda a série pois é uma das marcas de Cornwell, a maioria dos personagens existiram realmente e tomaram parte dos acontecimentos narrados.

Obviamente que tal época tem variadíssimas falhas documentais, ou seja, dessa época há muitos períodos vazios, no entanto a mestria de Cornweel consegue preencher esses espaços criando uma narrativa poderosa que emociona pela descrição do modo de vida, excita pelas descrições das batalhas e entusiasma pela forma viva, exultante e real como o autor mistura todos esses factos, criando na nossa mente um quadro vivo, diria cinematográfico da acção.

Quatro séculos após a invasão da Bretanha pelos Saxões (a acção temporal de “Crónicas do Senhor da Guerra”), eis os antigos invasores a defenderem agora as suas terras de terríveis inimigos que ali se encontravam apenas para matar, violar e saquear.

É disso que narra este volume II, a forma como um reino sobreviveu.

6 comentários:

Morrighan disse...

Olá!!

Parabéns pelo look novo! Confesso que preferia o anterior, mas está mais fresco assim :)

Este é um autor que quero muito ler, mas que não se tem proporcionado uma oportunidade...

Continuação de boas leituras *

NLivros disse...

Olá Sofia!

Obrigado e de facto a ideia foi tornar o aspecto do blog mais leve. O preto tornava-o muito pesado e embora não dê grande importância ao layout dos blogs, o certo é que me pareceu ser a hora certa para mudar e tornar o blog o mais simples possível.

Quanto a Bernard Cornwell, o que posso dizer é que é o meu escritor preferido e garanto, para quem aprecia Romances Históricos, qualidade excepcional nas suas obras.

Experimenta!

Boas leituras!

susemad disse...

Hum... Um novo rosto por aqui! Agora com os dias de sol sempre é mais agradável um fundo mais claro! :)
E mais uma opinião entusiasta à obra de Cornwell! A capa deste livro está muito bonita.
Se não fossem os imensos livros que tenho para ler, já me teria aventurado neste autor, que me está a suscitar muita curiosidade.

Entretanto já li "O Evangelho do Enforcado", de David Soares e "O Físico", de Noah Gordon duas obras diferentes, mas que me surpreenderam bastante! Principalmente a de David Soares, que prima pelo fantástico e originalidade. Gostei especialmente da dualidade do personagem Nuno Gonçalves.
Agora a par de uma obra de Cornwell quero adquirir o outro dele, "A Conspiração dos Antepassados".

Pedro disse...

O pior livro de Cornwell ainda seria para ti uma obra-prima! ;)

Olha que agora lembrei-me de uma coisa curiosa: no filme "Robin Hood", aparece um cavalo branco gravado na encosta de uma colina! O.O estou fascinado com a referência!

Este é daqueles escritores que ainda não comprei porque... Bem, não sei porquê. Não sei se comprarei em breve ou não (para além de que são séries, quer dizer, quando for para comprar é logo a série completa!), mas sei que até o fazer vou levar nas orelhas.

Um abraço

NLivros disse...

viva tonsdeazul.

Sim, David Soares prima de facto pela originalidade, embora eu considere que ele escreve muito bem e sabe como contar uma história.

Quanto a Bernard Cornwell, que mais posso dizer? :D

Para quem gosta de Romances Históricos não sabe o que está a perder.

NLivros disse...

Olá Pedro!

O Cavalo Branco de Westbury é um dos mistérios da Grã-Bretanha a par de Stonehenge ou dos túmulos montanha que surgem nalgumas planicies. Ninguém sabe com rigor quem os construiu e para quê.

Eu achei curioso a versão de Cornwell e é interessante notar que já não é a primeira vez que Cornwell avança com uma teoria sobre um mistério britãnico, pois já na sua obra "Stonehenge" ele avança com a teoria sobre as misteriosas construções.

Eu tenho a certeza absoluta que irias ficar completamente agarrado a Bernard Cornwell.

Um abraço!