sábado, 27 de abril de 2013

As minhas leituras

têm andado a passo de caracol.

Tenho andado a arrastar-me pelos livros "O Inverno do Mundo" de Ken Follett e "Rebelde" de Bernard Cornwell.

Enquanto o primeiro até estou a gostar, pese embora algumas situações ridículas que o autor vai construindo, o segundo, para minha surpresa, está-me a ser penoso, pois, e já ultrapassada a página 200, revela-se um livro monótono sem aquele "toque" de realismo-brutalidade tão característico de Cornwell.

Por outro lado tenho andado muito ocupado com a actividade dos sabonetes, que me tem dado muito prazer e que me encanta diariamente, mostrando também que quando trabalhamos para nós, deixamos de ter tempo para algumas coisas e, no meu caso, tem sido a leitura a maior prejudicada.

São opções.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Hoje recebo um mail da

editora Saída de Emergência, editora com o qual colaboro já há alguns anos, a informar que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) decidiu cancelar a parceria que tinha com a editora para comemorar o Dia Mundial do Livro, supostamente e de acordo com a CGD, por alguns livros conterem linguagem potencial de ferir a suceptibilidade de alguns clientes, não os considerando, assim, adequados ao posicionamento e imagem do banco.

Ora bem, tal postura, embora sendo cínica e ignóbil, não é de estranhar de um organismo público e que, de acordo com a ideologia do partido que compoe o governo, foi responsável pelo veto, em 1992, do romance "Evangelho Segundo Jesus Cristo" de José Saramago ao Prémio Literário Europeu.

Ou seja, a doutrina é a mesma e o puritanismo neo-palerma o mesmíssimo.

Lamento é que não sejam tão puritanos quando mentem aos portugueses e que a CGD não o tivesse sido tanto quando recebeu 3 mil milhões dos contribuintes para tapar buracos que, supostamente, não deviam existir.

Ah, mas deve ter sido para pagar os prospectos de publicidade que abundam nos seus balcões, porque livros? Qual quê, têm linguagem susceptível de escandalizar os seus falidos clientes.

Que país este!

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Trono e o Altar – Maurice Baring




Escrito em 1930, O Trono e o Altar, no original, “Robert Peckham” narra a história do protagonista com o mesmo nome com a particularidade deste ter existido de facto, ou seja, trata-se de uma personagem real e importante na época.

A acção situa-se em pleno séc. XVI no reinado do famoso e todo poderoso Henrique VIII que, quando se inicia a história, empreende a rotura com a Igreja Católica Romana a fim de poder casar com Ana Bolena. Todo o percurso narrado tão só tem como objectivo situar o leitor acerca do porquê dessa rotura e, principalmente, como a nova igreja se conseguiu implementar após a morte de Henrique, sobrevivendo até aos nossos dias.

Trata-se assim de uma obra importante que nos desenha as importantes lutas entre as várias facções que resultaram em inúmeras perseguições, vinganças e punições.

Para além disso, o autor é exímio na descrição da Inglaterra feudal e da progressiva transformação social e cultural que se deu nessa altura.

A história é-nos sempre narrada sob o ponto de vista de Robert Peckham, católico fervoroso, mas fiel ao rei e seus descendentes que tem de fechar os olhos às suas próprias crenças e que vê, à sua volta, muitos serem acusados de traição e serem posteriormente executados.

Um livro excepcional!

domingo, 14 de abril de 2013

Resultados do Passatempo "Crónicas de Nathaniel Starbuck"


A vencedora do passatempo "Crónicas de Nathaniel Starbuck" foi:

Cátia Silva

Parabéns à vencedora e continuação de boas leituras.

Quero também agradecer aos participantes, quase 300, que se habilitaram a estes dois volumes desta saga de Bernard Cornwell.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Acho sempre piada

ouvir o 1º Ministro dizer que foi "eleito democraticamente".

No entanto esquece-se que ganhou as eleições enganando o otário do tuga com tretas e promessas não cumpridas, aliás, parece que até tem gozo de fazer precisamente o contrário do que prometeu.

Mentir, enganar e defraudar todo um povo é democrático?

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Pior Livro - A Demanda do Talismã/A Grande Batalha de André Amaral


A rubrica “O pior Livro” tem andado um pouco esquecida, assim como a minha presença na blogosfera, mas enfim, estou cheio de trabalho num novo projecto e não tenho tido muito tempo para me dedicar à leitura e ao blog.

Em todo o caso, convidei um dos bloggers que mais admiro e que sigo com regularidade. Trata-se do Rui Bastos do Blog “Que a Estante nos Caia em Cima”, um dos blogues mais interessantes que sigo.

E para o Rui, o pior livro que leu foi: A Demanda do Talismã/A Grande Batalha de André Amaral
O Pior Livro


"É quase sempre bastante complicado para mim, ter que escrever sobre um livro mau, ou simplesmente sobre um livro que eu não tenha gostado. Faltam-me as palavras porque nem sequer me apetece pensar muito naquilo que li, quanto mais escrever ou falar sobre ele.

Felizmente já li 2 “livros” que só levam esse nome porque têm o formato físico de um livro. Abominações tais que eu já pouco me lembro do que li, e ainda bem! Falo de “A Demanda do Talismã” e da sua espectacularmente horrível continuação, “A Grande Batalha”, ambos escritos por André Amaral, com os seus 13 anos.

Para terem uma ideia de quão maus são estes livros, eu quando acabei de ler o segundo, e depois de ter lutado contra um colapso mental induzido pela atrocidade que tinha cometido ao terminar ambos os livros, pesquisei o nome do autor e descobri que aquela porcaria era suposto ser uma trilogia. Qual foi a minha reacção? OH MEU DEUS O HORROR TENHO QUE EVITAR ISSO OH MEU DEUS OH MEU DEUS O MUNDO DEPENDE DE MIM. É verdade.

Assim em traços muitos gerais, para também não vos ferir demasiado a sensibilidade, a história é das coisas mais genéricas e pouco originais de sempre: há um talismã que mantém o mundo vivo e de boa saúde; o talismã é roubado; faz-se uma profecia; há uma demanda; no livro a seguir o grande vilão foi… preso; há uma batalha; nem sei, é demasiado parvo.

Isto também mete dragões, elfos, fadas, centauros, feiticeiros, magia, espadas, porrada, piratas, toda uma miríade de coisas que foram lá postas de forma quase aleatória. Ao ler estes livros, o que não aconselho de todo, é fácil ver as “inspirações”, de Tolkien a Eragon (que já é fortemente “inspirado” em obras anteriores), há de tudo um pouco. E absolutamente nada se aproveita! Não é fantástico?

A sério, estes livros são dos poucos que me conseguem levar a sentir raiva e nojo por livros. Já andei a pesquisar, e graças a todos os panteões divinos, acho que o terceiro “livro” desta trilogia não chegou a ser publicado. Espero que nem sequer tenha sido escrito, e que o “menino-prodígio da literatura portuguesa” (http://www.isabelricardo.com/Andre/Andre.htm) se tenha dedicado à pesca.

Mas talvez queiram um exemplo mais concreto que justifique todo este ódio genuíno que sinto por estes “livros”. Pois bem, não precisam de esperar mais. Ao longo das páginas, sabem o que é que acontece quando uma personagem se ri?

- Ah ah ah ah!

Sim. Isto é verídico. Eu li isto, infelizmente. Imaginem que eu agora contava uma piada ao Miguel, que tão gentilmente me pediu para participar nesta rubrica (obrigado!), e queria contar-vos que ele se tinha rido. E Miguel riu-se? E o riso de Miguel encheu a divisão virtual e metafórica através da qual trocámos e-mails? Não. Nada disso. Reparem.

- Ah ah ah ah! – riu-se o Miguel. Muito melhor não é verdade? Não estão com ânsias de ler os livros, agora?!

Pois, é perfeitamente compreensível que não. Eu já cheguei ao ponto de dizer “Não leias nada que tenha sido escrito pelo André Amaral.”, quando me perguntaram qual era o melhor conselho literário que eu podia dar. Eu sei que isto pode parecer um pouco exagerado e que o desgraçado do rapaz até pode ter melhorado a escrita e isso tudo, ou que estou a ser demasiado duro mas… Não acredito nisso.

E só para terminar, eu que normalmente sou absolutamente contra a destruição de livros de uma forma geral, bons ou maus, não hesito em dizer que se virem estes à venda algures, façam serviço público e comprem-nos para os destruírem da maneira mais horrível que conseguirem imaginar. O mundo agradece."


Lol. Rui, fizeste-me ganhar a noite com este hilariante texto.
Está demais!
O que acho impressionante é como ainda vais ler o 2º volume. Lol
Obrigado!