terça-feira, 24 de setembro de 2013

Guerreiros Medievais Portugueses - Miguel Gomes Martins

Sendo a Época Medieval aquela que, historicamente, mais me fascina, foi com bastante entusiasmo que empreendi a leitura da obra “Guerreiros Medievais Portugueses” de Miguel Gomes Martins, historiador e autor de outro livro que muito me agradou: “De Ourique a Aljubarrota”.

Abrangendo toda essa época, mais concretamente de 1130 a 1449, são aqui biografados, de uma forma que até considero minuciosa dada a escassez de muitos dados das suas vidas, treze personagens que tiveram um papel importante e fundamental da edificação e manutenção da nossa nação.

Homens como Geraldo, o sem pavor; Gualdim Pais; D. Fernando, senhor de Serpa; Martim Gil de Soverosa; D. Paio Peres Correia; Afonso Peres Farinha; Infante D. Afonso, senhor de Portalegre; Álvaro Gonçalves Pereira; Estêvão Vasques Filipe; Nuno Álvares Pereira; Gonçalo Vasques Coutinho; Antão Vasques e Álvaro Vaz de Almada, têm a vida escalpelizada, dentro das fontes disponíveis, sendo que em várias partes da sua vida o autor tem de se socorrer de pressupostos lógicos de acordo com ligações com outros personagens.

E é impressionante percebermos o quanto audaciosos e aventureiros foram esses homens. Honestamente impressionou-me a obra da maioria deles. Homens que colocavam o seu Rei e o reino acima dos seus interesses, pese embora tenham sempre beneficiado financeiramente com a sua acção, que levaram uma vida cheia de perigos, constantemente metidos nos jogos políticos da corte, comandando centenas de homens e dando porrada nos castelhanos. Grandes Homens!

No entanto o livro sabe a pouco. Gostaria de ter lido mais sobre diversos personagens. Recordo-me de Nuno Álvares Pereira, o personagem que mais apreciei e aquele que, considero, foi um dos Maiores Portugueses de Sempre. Impressionante a influência que ganhou junto de D. João I ao ponto de possuir um enorme exército particular e de se ter dado ao luxo de recusar pedidos de ajuda do rei. Era temido, há episódios de os castelhanos recuarem e abandonar mesmo o campo de batalha assim que sabem que quem estava a comandar a hoste portuguesa era Nuno Álvares Pereira. Foi ele o maior responsável pela vitória em Aljubarrota e saiu vitorioso em outras grandes e violentas batalhas.

E violência sobressai de toda a obra. Foram de factos anos de enorme violência. A justiça cometia-se com as próprias mãos e as quezílias resolviam-se no campo de batalha. Numa época de conquistas aos mouros, tínhamos os castelhanos que, de vez em quando, invadiam Portugal e lá se sucedia nova e violenta batalha com mortos para ambos os lados. Essas batalhas são aqui referidas, algumas mais pormenorizadas que outras, mas deixando sempre clara a violência.


Em suma, uma obra que me deu imenso prazer ler e que me fez conhecer homens de imenso valor e que merecem, pelo menos, uma referência e serem lembrados na nossa História. 300 anos revisitados da História de Portugal, treze homens temerários.

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