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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Solitude – Pequenas Histórias de Grandes Viagens


Literatura de viagens foi um género literário que desfrutei durante um período da minha vida. Nesse período, li alguns livros que me foram bastante úteis, pois considerava assim como continuo a considerar, ser este um género que deve ser tido com algo que nos é útil num sentido lato, ou seja, pelos olhos do autor, vai-nos desfilando um caminho pelo desconhecido que nos fornece informação sobre o local ou locais descritos e abordados.

Dessa forma foi com prazer que iniciei a leitura desta obra “Solitude – Pequenas Histórias de Grandes Viagens”.

Escrito por Sérgio Brota, este é um livro onde o autor se propõe narrar algumas das suas viagens por locais tão distintos como o Japão, Rússia, Médio Oriente ou no Fim do Mundo. E, muito interessante, um livro embelezado por fotografias do próprio autor que ilustram os locais mencionados.

Vou assim abordar esta obra de outra forma do que aquela que costumo fazer.

Elaborarei um post para cada local descrito (capítulo), abordando o conteúdo e a minha percepção.

No final, uma opinião global sobre toda a obra e a sua utilidade para quem pretenda se aventurar pelos locais descritos.

Parece-me uma forma bem mais interessante de abordar uma obra deste género.

Enquanto não sai o primeiro post (sobre o Japão), podem consultar o site do próprio autor: http://www.sergiobrota.com

"A viagem é uma forma privilegiada de acesso ao conhecimento; possibilita a reflexão e o crescimento pessoal.”

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Citações (I)

..."Que raio de terra esta onde as pessoas se inibem, se submetem a regras contra a natureza? Não usufruem, não amam o prazer. É um país de gente frustrada. Por isso dirigem os impulsos para as raivinhas, as invejazinhas, as maledicências. Reina a hipocrisia!...; ...Gente mal-amada!"

In "Os Mal-Amados", Luísa Beltrão,  pág. 139

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Meu Testemunho Perante o Mundo (O) – Jan Karski


Agosto de 1939, Jan Karski, jovem recem licenciado, recebe uma ordem de mobilização para o exercito polaco. Nada impressionado, pois era opinião que os alemães não fariam nada de mal à Polónia face à ameaça francesa e britânica, Jan Karski responde a essa ordem dirigindo-se para a estação e é aí que se depara com milhares de homens na gare e percebe que algo de grave se está a passar.

A partir desse dia, Jan Karski encetará um percurso sinuoso que o levará a tomar contacto com as atrocidades da guerra e ao seio da resistência polaca, organização onde se centra este testemunho.

Preso pelos russos, que tinham um acordo com os alemães, Jan Karski acaba por conseguir evadir-se do campo dos prisioneiros, conseguindo regressar à Polónia, onde o move uma vontade férrea de combater o invasor, ou seja, fazer aquilo para o qual foi mobilizado. Porém o exercito polaco oficialmente está desfeito e é na resistência que Jan encontra o seu espaço levando-o a actos de sabotagem e espionagem. Vivendo clandestinamente sob várias identificações , Jan Karski dá-nos o seu testemunho daquele período de uma forma realista, dantesca até a forma como ele narra as atrocidades nazis.

Entroncando um pouco na obra que li recentemente “Mein Kempf -  História” , este testemunho quando foi escrito e publicado (1944), tinha como objectivo denunciar ao mundo as atrocidades nazis, julgando ele que o mundo desconhecia tais actos.

Mas desenganem-se. O mundo sabia quais as ideias de Hitler e o se estava a passar nos países ocupados. A intenção de Karski foi boa, mas a obra foi acolhida com frieza acabando por cair no esquecimento.

O mundo sabia!

Este é um relato assombroso da forma como a resistência polaca combateu o invasor, de como tentou chamar a atenção dos governos mundiais sobre o que se passava. Mas eles sabiam!           

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vizinho (O) – Lisa Gardner


Já aqui referi não ser o género policial um género que me entusiasme por aí além.

Tenho lido vários ao longo dos anos e fico sempre com uma sensação de insatisfação face à pobreza do argumento e até uma certa nostalgia de algo que me leva a insistir nos policiais: Sherlock Holmes e Alfred Hitchcok, referências da minha infância.

Ou seja, Sherlock Holmes foi uma das minhas primeiras referências literárias e, confesso, que continuo a insistir no género porque tenho sempre esperança de encontrar algo semelhante.

Debalde!

Este “Vizinho” prometia pela sinopse e, não sendo um mau livro, é algo sensaborão, ficando nós com a sensação de vazio porque as expectativas saem algo goradas face ao desenrolar da história.

Uma jovem mulher desaparece misteriosamente de sua casa durante a noite. O marido chega a casa de madrugada e, só algumas horas depois, se resolve a dar parte desse desaparecimento. Em cena entram os detectives que se deparam com um cenário calmo, sem qualquer tipo de rasto e com apenas uma suposta testemunha. A filha de 4 anos que estava em casa e que, aparentemente, ouvi algo. O comportamento do marido é estranho; alheado do sucedido, desde logo é tido como suspeito, porém, nem tudo o que parece é…

Ora bem, não posso afirmar que não gostei. Gostei, mas ficou aquém das minhas expectativas iniciais.

A escrita é simples e objectiva. A autora vai desvendando a vida pessoal dos principais protagonistas de forma a se interligarem. A estrutura da obra também é agradável e até algo inovadora, no entanto e à semelhança da maioria dos policiais, o ritmo da narrativa é vagaroso e isso é algo que me incomoda nos policiais. Penso que na sua maioria a história seria perfeitamente narrada em metade das páginas. Geralmente a história arrasta-se em situações semelhantes, clichés e factos sem ou com pouca objectividade, sendo o epilogo até surpreendente e que tornam esses policiais agradáveis.

Aqui passa-se um pouco isso, no entanto achei o epilogo deveras interessante e deu sentido a factos que até considerei pouco relevantes.

Um bom policial que vai de certeza agradar aos amantes do género.