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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Quando Nietzsche Chorou – Irvin D. Yalom



Conforme venho defendendo há muito tempo, há livros que devem ser lidos na altura certa, livros que na nossa infância/juventude nos marcam mas que não o fazem quando adultos e outros, de maior ou menor profundidade em diversas alturas da nossa vida ou maturidade. Ganhei consciência disso com algumas obras que tentei ler quando era adolescente e que não consegui, anos depois adorei esses livros e outros há que adorei enquanto adolescente e que agora, pelo menos o estilo dessas obras, não consigo passar da página 100.

Este “Quando Nietzsche Chorou” é um desses livros.

É um livro que deve ser lido por alguém que, primeiro tenha alguma “bagagem” literária e depois por alguém que ou tenha ou, pelo menos, ande lá perto, dos 40 anos, pois a sua mensagem vai-o atingir como um relâmpago e responder a muitas das questões que se fazem nessa altura. Pelo menos assim o penso porque este livro foi de encontro às minhas aflições/questões que há algum tempo ando a colocar, sobretudo uma questão que sobressai de toda a obra: “fomos nós que escolhemos a vida que temos?” ou, “Foi a nossa vida que nos escolheu?”

Confuso?

Durante toda a leitura deparamo-nos com várias inquietações de dois cérebros que, em amena cavaqueira, debatem várias questões filosóficas que têm o pendão de nos atingir em cheio e fazer pensar no quanto a nossa vida não é aquilo, afinal, que um dia sonhámos. Há anos alguém chamava a “crise dos quarenta”, mas é uma forma fácil de colocar o problema que, tenho a certeza, todos sentem quando atingem essa idade, pelo menos aqueles que olham para o seu passado e futuro em perspectiva. 

É um dos melhores livros que li até hoje e um dos que mais me fez pensar e parar de ler, ou seja, várias vezes (sessões) em que não consegui continuar porque sentia que tinha de meditar sobre as palavras lidas e as mensagem que, em supetão, me chegavam.

Não vou mencionar qualquer tipo de sinopse porque isso facilmente qualquer um pode pesquisar, mas garanto que este é um livro genial que coloca um dos grandes filósofos de sempre Friedrich Nietzsche em conversas com um médico também ele conhecido e importante numa área da medicina,  Josef Breuer, em simultâneo que um outro, não menos importante, faz algumas aparições: Sigmund Freud.

Um livro genial que me complementou e me levou a perceber algumas das minhas inquietações.