Já tenho
lido alguns livros de João Aguiar e, confesso, o meu apreço pela sua escrita,
no entanto este “Priorado do Cifrão” revelou-se uma imensa decepção tal o
desinteresse da história como igualmente do propósito do autor.
Aparentemente
trata-se de uma sátira ao famoso best-seller de Dan Brown “Código Da Vinci”.
Aqui também existe uma morte estranha num museu logo no início do livro,
perseguições, uma organização secreta que pretende controlar o mundo, etc, etc,
etc.
É de facto
notório que o autor procurou ironizar com o contexto da obra de Dan Brown,
criando um policial à portuguesa onde o principal protagonista chama-se Miguel
e é nomeado responsável pela edição portuguesa do famoso best-seller "Os
Documentos de Caravaggio" numa clara alusão a Da Vinci.
Enfim!
Depois
toda a obra é um desenrolar sem fim de situações sem sentido, sem qualquer tipo
de lógica, misturando acção com sexo, tentativas de assassinato, perseguições,
revelações bombásticas, tudo sem qualquer sabor e interesse, revelando-se uma
leitura bastante aborrecida e comprida, pois às tantas é um suplício ler página
a página o que toda aquela mistura vai dar.
Dizer
que este livro é maçudo é fazer um favor ao autor.
O
livro simplesmente não tem qualquer rumo, os episódios sucedem-se com poucos ou
nenhuns pontos de ligação e até aqueles que poderiam desembocar em algo
interessante, no final desaguam simplesmente em nada tal a imbecilidade da
história.
Uma
tremenda desilusão face à qualidade de outras obras que li deste autor e
sinceramente não entendo com é que um livro destes é editado e não houve
coragem para dizer ao escritor: “meu caro, isto é lixo, escreva aquilo que de
facto sabe escrever e deixe-se de sátiras, pois ter graça é um dom natural e
não se fabrica a martelo”.
Um
conselho, não percam tempo da vossa vida com este livro, um dos piores livros
que li até à data.