Pessoalmente
não sou um grande fã de policiais, pese embora já tenha lido, aqui e ali,
várias dezenas de romances policiais, sendo que e até hoje nada consegue bater
o charme e a classe de Conan Doyle que, com o seu Sharlock Holmes, iniciou uma
era na literatura que “virou” género e que teve em Agatha Christie uma digna
sucessora.
Hoje
em dia esse género de policiais estão completamente fora de moda e o que se
assiste, sempre anunciados como “inovadores”, “revelação”, “exepcional”, são
thrilers policiais que, grosso modo, giram todos à volta do mesmo argumento, um
ou mais assassinatos brutais e um conjunto de detectives num jogo de rato e do
gato com o psicopata ou psicopatas que estão por detrás desse(s) crime(s).
Este
Hipnotista marca a estreia de uma dupla de escritores suecos, também eles
actualmente na moda dentro do género, que criaram esse pseudónimo para se darem
a conhecer ao publico.
Já com
vários livros publicados, foi com interesse e, confesso, com expectativa que
iniciei a leitura deste thriiler, mesmo, repito, não sendo um fã do género, no
entanto, gosto de ler policiais de vez em quando e, pareceu-me, após ler a
sinopse, estar diante de algo que valia a pena.
Puro
engano!
Respeito
quem traçou inúmeros elogios ao livro, mas, enfim, este é daqueles que desde o inicio
teve uma marca de inverosimilhança que nunca conseguiu sequer atenuar.
A história
começa com a descoberta de uma família brutalmente assassinada, cuja única
testemunha e sobrevivente é um adolescente de 15 anos que se encontra no
hospital entre a vida e a morte. O cenário do crime é atroz. As vítimas, para
além de terem sido assassinadas, tiveram os seus corpos profanados após a
morte, sofrendo inclusivamente terríveis mutilações que deixam os polícias
muito abalados.
Até aqui
tudo bem, mas eis que o principal suspeito é nada mais, na menos, que esse
adolescente que, descobre os investigadores com a ajuda do hipnotista, cometeu
os crimes e se mutilou a ele próprio… e mais não digo!
Agora,
achei toda a história uma completa parvoíce porquê?
Não
que os crimes possam ter sido efectuados por um adolescente de 15 anos, mas por
tudo o que serve de justificação e das acções que começamos a ver a partir dos
crimes.
No
hospital, e mesmo tendo os órgãos em falência, alguns deles quase que não
trabalham, o miúdo consegue recuperar e, pasme-se, a custo, fugir do hospital,
matando uma enfermeira e passando por tudo e todos.
Depois,
e repito que só tem 15 anos, consegue agir como uma pessoa experimentada e
extremamente inteligente, fintando
detectives com anos de experiência, e mais um porradão de factos que não vou
aqui narrar porque, repito, respeito quem possa gostar deste género de trama.
Para
quem foi anunciado como a “grande revelação do policial nórdico”, na minha
opinião, deixa muito a desejar, para além da própria construção narrativa ser
fraca, aliás, há factos que nem se entende muito bem porque é que ali estão,
factos completamente desfasados da narrativa, um pouco para encher chouriços e
que em nada são uma mais valia, pelo contrário.
Em
todo o caso gostei da revelação final e de facto teve o condão de me
surpreender, no entanto, nessa altura já havia perdido o interesse pela obra e
este não é daqueles livros e autores que aconselhe vivamente.