Como tudo começou?
Quando olhamos para o céu, numa daquelas límpidas e escuras noites, contemplando todos aqueles pontos luminosos a que vulgarmente denominamos de estrelas, alguma vez pensaram ou sequer imaginaram, como é que tudo começou? Têm consciência da incomensurável grandeza e da tamanha e fenomenal violência que desencadeou todo esse Universo onde nos inserimos?
E por falar em nós, será o nosso planeta o único que reúne estas excepcionais condições de vida em todo o Universo? Como terá sido o processo de nascimento e consolidação do nosso planeta e dos restantes que compõem o nosso sistema? Poderá existir vida noutros planetas ou, fazendo a pergunta de outra forma, será que existem outros planetas em que as condições para o surgimento da vida sejam tão boas quanto às verificadas na Terra?
Jacques Girardon é um reputado jornalista francês, cujo trabalho está directamente ligado à Astrofísica, Biologia e Geofísica.
Para elaborar este pequeno mas fabuloso livro, convidou três cientistas que são referências dentro das suas ciências: André Brahie, astrofísico, professor na Universidade de Paris VII e director de pesquisas no CEA em Sealay. Paul Tapponier, geofísico, director do laboratório de tectónica no Instituto de Physique du Globe, em Paris e Lester R. Brown, agrónomo, fundador e director do Worldwatch Institute, em Washington.
Assim e em separado, Girardon efectuta uma entrevista com cada um deles.
O primeiro é André Brahie que disserta sobre quando e como surgiu o Sistema Solar e os Planetas; como o Universo se foi expandido; de como ainda hoje se pode “ver” vestígios dessa explosão primitiva; o Sol como sendo uma estrela inusual no Universo; Os primórdios da Terra; os principais componentes do planeta; o enigma da Lua, etc. ou seja, assente na sua ciência, Brahie segue uma linha de orientação muito coerente e clara. Começando na explicação da acumulação de energia que originou a explosão primitiva (Big Bang), ele segue sempre um rumo histórico dos acontecimentos, proporcionando no final da entrevista, uma continuação lógica, um fio condutor para que o segundo entrevistado possa continuar.
No segundo acto do planeta, a Terra já se encontra estável a nível dessas grandes e violentas convulsões. É a hora das alterações dos continentes e Oceanos. Tapponier aborda então o aparecimento dos Oceanos; a infância dos continentes; as alterações dos Pólos; a glaciação; os períodos primários da evolução do planeta.
Depois que o planeta estabilizou desse inferno primitivo, começaram a surgir os primeiros oceanos e, com eles, chegaram as primeiras formas de vida. Todo este processo desenrola-se num período de milhões de anos, ao mesmo tempo, surgem continentes que se movimentam, é o planeta em movimento, começando a compor-se para a forma actual.
Tapponier desenvolve assim a História da Terra para, no final da entrevista e conforme o seu antecessor, a deixar em suspenso de modo a que, o terceiro entrevistado, tenha um fio condutor para a continuar.
Lester Brown continua assim a narração da História do planeta, abordando a proliferação da vida desde a sua origem primitiva até aos dias de hoje, a forma como a vida modificou e continua a modificar a Terra, as florestas que surgiram e desapareceram, os dinossauros que tiveram um longuíssimo período de domínio no planeta até à sua extinção, não esquecendo de explicar o porquê dessa extinção.
Em suma: não é necessário ter-se quaisquer conhecimentos científicos para usufruir deste livro. Este livro é sim uma pequena pérola na forma fácil como explica tantas questões sobre o mundo que nos rodeia. É cativante a forma como as entrevista são dirigidas, sobretudo porque elas são orientadas de forma a formar uma História quase cronológica do planeta.
Para quem se preocupa em saber como tudo surgiu e como se desenvolveu, para quem gosta de aprender e possuir um pouco mais de cultura geral, então acreditem que este livro é de leitura obrigatória. Pessoalmente já o li por duas vezes e n vezes que o abri para ler pequenos excertos sobre determinado assunto.
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