Aquando do lançamento do "Código Da Vincai", fui daqueles que, influenciado pela publicidade e pela inúmeras opiniões positivas no Livra, corri a uma livraria próxima a fim de o adquirir, pois parecia que se tratava do melhor livro de todos os tempos.
Não vou dizer que não gostei, estaria a mentir a mim próprio, no entanto e embora ele me tivesse despertado para um mistério que me deu, posteriormente, bastante gozo investigar, o certo é que não o achei assim tão bom. Tem de facto uma história excitante, cheio de pormenores históricos de realce, mas é muito incoerente em muitos factores, principalmente no nível temporal da própria acção. Mas isso é a minha opinião, vale o que vale, sendo certo que não o achei um portento mas deu-me gozo lê-lo.
Este "Anjos e Demónios" antecede o "Código Da Vincai". É neste que surge o professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon, que vê os seus serviços serem requisitados por um Centro de Pesquisas suiço, alegadamente por terem encontrado, cruelmente assassinado, um dos mais influentes cientistas do centro.
Está dado o mote para uma aventura muito semelhante ao "Código Da Vincai", pelo menos no seu estilo.
Uma aventura que se inicia nos Estados Unidos, passa pela Suiça e tem toda a sua excitante acção em pleno Vaticano. Aqui Brown não se limita a criar suspanse, ele vai-nos dando informações e detalhes históricos de Roma, do Vaticano e do próprio cristianismo. Curioso que no livro o Papa falece e os Cardeais se preparam para o conclave. Temos então um rol de informações sobre o conclave, o que é e como se procede, enfim, informações valiosas que vão de encontro ao momento actual.
É claro que Brown não se fica apenas por isso. Como no "Código Da Vincai", ele vai-nos dando pistas correctas e pistas falsas. Faz-nos crer em vários suspeitos, para ao longo do livro baralhar e voltar a dar. Nós próprios entramos nesse jogo ilusório, na própria investigação, nesse intrincado puzzle, no entanto as peças que possuímos são diminutas, Brown esconde-nos peças importantes...
Nesta obra temos também uma sociedade secreta, a filha do morto que vai ajudar Langdon na investigação, uma assassino que crê piamente nas suas convicções e nas ordens do mestre, enfim, alguns ingredientes que já prováramos em o "Código Da Vinci".
Não gostei novamente do espaço temporal da acção. Repare-se que desde que Langdon recebe o primeiro telefonema, ainda nos Estados Unidos, até que o mistério fica totalmente resolvido, passam cerca de 12 horas, tempo que acho muito curto para as situações que decorrem. No entanto e como não tem tantos enigmas como em o "Código Da Vincai", penso que esse factor acaba por não dar tanto nas vistas, acabando assim por ser mais credível e mais facilmente digerível. A fase final do livro também não gostei. Não vou aqui desvendar nada, mas penso que ele enrola um bocado. E outro factor que achei incoerente, é o facto de que a linguagem universal da ciência (matemática) passa a ser outra, ainda por cima a explicação que Brown dá é, mínimo, desenxabida.
Em suma: Dan Brown assente em dados factuais verídicos, constrói todo um trama de conspiração numa autêntica corrida contra ao tempo em pleno coração do Vaticano, logo do catolocismo. Penso que Brown tentou criar uma espécie de conflito ou ,se quisermos, polémica entre ciência e religião, indo ao ponto de afirmar que apenas a ciência poderá provar a existência de Deus. Não me quero expressar sobre isso, mas a verdade é que a narrativa desta história nos deixa a pensar nesse facto; um género de conflito ideológico e de crença entre ateus e crentes.
Impossível não se fazer comparações entre "Anjos e Demónios" e o "Código Da Vincai": são bastante semelhantes. Pessoalmente talvez tenha gostada mais do "Código Da Vinci" (comparando os dois, notei claramente uma evolução ente o 1º e o 2º livro), no entanto apenas porque aborda uma temática que me apaixona mais e também porque achei os enigmas presentes mais exóticos e excitantes, aliás, considero que o "Código Da Vincai" está mais recheado de enigmas, de situações mirabolantes.
No entanto, aconselho a leitura deste "Anjos e Demónios". Lê-se compulsivamente, em cada página as situações sucedem-se a um ritmo alucinante, a ansiedade apodera-se de nós, parece que a resolução do mistério está "já ali", no entanto, várias surpresas acontecem...
Eu fico com sempre com a sensaç~~ao de que Dan Brown nos acena com a cenoura e depois foge com o rabo à seringa, em ambas as obras. Nsta aqui a acção acaba por ser bastante previsível. O prof.Langdon trevela uma incompetência imperdoável para uma cérebro tão dotado, logo quando descobre o padrão de comportamento do assassino...no entanto deixa qua todos sejam assassinados, sem se antecipar ao criminoso.Decepc iona-me por esse prisma e também porque no final tenta colocar água na fervura, tal como no livro seguinte...
ResponderEliminarCSD
Viva Cláudia!
ResponderEliminarSim, tens razão.
Neste "Anjos e Demónios", tal como em o "Código", Dan Brown tem várias falhas ao nível do argumento e até na coerência das histórias. Porém é inegável que os livros dele são interessantes. Nada de mimos literários, mas excelentes para entreter, um dos requisitos principais da literatura.
Cump.
Nuno
Sim, excelentes para entreter.
ResponderEliminarLi o teu poste muito na diagonal, só queria dar agora um primeiro e breve comentário:
Pessoalmente, achei "Anjos e Demónios" muito mais interessante e original que "O Código Da Vinci". Excitou-me mais. De qualquer maneira, são opiniões, mas aconselho vivamente este livro ao "Código Da Vinci".