Este romance narra a história de Ainvar, Supremo Druida de uma das muitas tribos gaulesas e Senhor dos Bosques. Ainvar, enquanto Supremo Druida, liga-se a Vercingetorix, rei de uma das tribos e senhor de uma força física e de um carácter notável, que o levará a reunir esforços no sentido de unir as desorganizadas tribos gaulesas para combaterem um novo e fulminante inimigo que, aos poucos, se ia instalando em toda a Gália, sem que os seus habitantes se dessem conta do grau de influência que esses estrangeiros iam introduzindo no seu modo de vida: os Romanos.
Assim e quanto a mim, o principal personagem, ou se quiserem, o principal tema, é a invasão de Roma e a derrocada da Gália que, habitada por inúmeras tribos incapazes de se unirem em prol de um objectivo comum, algumas delas inclusive preferiam aliar-se a Roma, acabam por se “deixar” invadir sem apelo nem agravo, dando a luta possivel.
Logo este livro descreve a Gália antes da invasão, a vida pacífica das suas tribos que praticavam uma religião pagã, religião que tinha como seus sacerdotes os druidas, homens que se organizavam por classes, todos eles em sintonia com a natureza, donos de conhecimentos profundo e secretos, assim como secretos eram os seus rituais.
Os druidas eram assim vistos como os sacerdotes das tribos, logo, eram dos homens mais importantes e temidos das tribos.
Lhywelyn tenta então explorar essa relação entre os druidas e a natureza, conseguindo misturar toda essa relação cheia de mitos com a forma desordenada como os gauleses viam e levavam a vida, sobretudo a forma desordenada como actuavam na guerra, ainda mais quando pela frente tinham o exercito romano, imaginem o contraste. Achei curioso toda esta simbiose, pois é um livro que tão depressa nos coloca no mundo da magia, como logo de seguida, nos faz entrar em momentos terríveis.
Lhywelyn vai assim narrando a forma descontraída como os gauleses viviam e interessante, a forma como os gauleses viram a chegada dos romanos.
Eu gostei do livro, mas houve alguns factos que não apreciei, sobretudo alguns contra-sensos, quer ao nível do enredo, quer ao nível Histórico.
O estilo e o ritmo narrativo também não é o mais agradável. Em muitas situações do livro nota-se alguma pressa da escritora em resolver certos assuntos, no entanto e noutros, a história arrasta-se. Enfim, não existe uma grande coerência narrativa ao longo do livro.
Outro facto negativo que também vai de encontro ao já afirmado, prende-se com a pouca empatia com os personagens. A ligação é muito precária, nunca me senti especialmente ligado a nenhum deles porque a própria autora não tem essa capacidade de nos fazer vibrar e/ou sofrer com ou por eles.
Curioso também o pouco cuidado com as tradições celtas. Existem factos que o narrador afirma não serem costumes para, páginas depois, já descrever situações que põem tudo o que anteriormente afirmou em causa. Será que a escritora não reparou nisso quando reviu o livro?
Enfim, um livro que tenta e em parte até consegue, descrever a invasão romana e os costumes e tradições das tribos da Gália. No entanto a narração não está bem conseguida, raramente consegue agarrar o leitor.
Um romance que se lê bem, é agradável, mas enquanto romance histórico, é algo fraco.
Já li há imenso tempo e gostei muito. Faz parte de uma colecção ou de uma editora que deixou de existir.
ResponderEliminarÉ a história do ponto de vista da cultura celta.Embora eu ache que a Europa lucou e muito com a romanização e a helenização. como sabemos a cultura é aditiva...
CSD
Errata: onde se lê "lucou" deve ler-se "lucrou".
ResponderEliminarCSD