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sábado, 23 de janeiro de 2010

Generais (Os) - Simon Scarrow



“Os Generais” é o 2º volume de uma série de quatro que se inicia com o já publicado “Jovens Lobos” e que, conforme poderemos perceber no site do autor, narra a vida de duas figuras que ficaram nos anais da História da Humanidade: Napoleão Bonaparte e Arthur Wesllesley, mais tarde conhecido e assim imortalizado por Duque de Wellington.

Geralmente evito emitir uma opinião sobre um livro isolado de qualquer série. A menos que não pense em continuar a ler a série, vulgarmente leio todos os livros e só depois emito uma opinião sobre a obra.

Contudo “Os Generais” pode ser lido como uma obra independente. Ou seja, a meu ver não há necessidade de se ler o livro anterior da série para entender a história e o percurso destes dois homens.

Simon Scarrow é inteligente na forma como constrói toda a acção e sobretudo na forma como inicia e finda o livro. Obviamente que entendemos, no início, que há um trajecto que leva aqueles dois homens ao momento em que se inicia a acção, no entanto somos logo confrontados com a narração de acontecimentos importantes, conflitos e jogos de interesses que opunham nações divididas entre a monarquia e a jovem república francesa que ameaçava impor-se.

E embora o pano de fundo sejam esses acontecimentos tão importantes no futuro da Europa e do Mundo, o livro essencialmente traça-nos o surgimento de dois homens com visões e filosofias muitos dispares e a sua ascensão dentro da hierarquia militar e social.

Enquanto um, Napoleão, astuto, que beneficiou ou teve a sorte de estar no sítio certo no momento certo, teve uma ascensão meteórica, Arthur Wesllesley, noutro contexto, foi subindo a pulso fruto da sua imensa dedicação e disciplina.

Há que dar o mérito ao autor pelo grande trabalho de pesquisa. A narrativa apresenta detalhes históricos de todas as fases destes dois homens, tanto na sua vida pessoal (aí com mais ênfase na vida de Napoleão), como na vida militar.

No entanto Simon Scarrow não me convence de todo. É o terceiro livro que leio dele e embora reconheça que a sua escrita seja fluída, as descrições boas e que denotam de facto trabalho de pesquisa, falta-lhe algo que distingue os grandes autores dos autores medianos. Ele não consegue transmitir uma imagem de uma batalha. Ele descreve as batalhas, mas nota-se uma preocupação em suavizar essa narração transformando as cenas de violência em algo que, depois de acabadas, ficamos com a sensação de não sabermos bem o que se passou. Não consegue colocar emoção, adrenalina. Limita-se a narrar o “acontecimento” sem qualquer tipo de sensação. Pode ser um estilo ou a então não considera relevante dar uma visão mais real.

Embora “Os Generais” valha, e recomendo-o por isso, pela história do percurso de ascensão desses dois grandes vultos, é em simultâneo um livro pouco emocionante, previsível, que nunca me permitiu aproximar-me mais do que simples observador dos cenários descritos, e eu que tomo o Género Histórico como favorito precisamente porque procuro viver várias Eras com vários personagens e diferentes mentalidades e sociedades, algo que, felizmente, tenho conseguido com alguns escritores.

5 comentários:

  1. Fiquei curioso. Tenho um fascínio especial por Napoleão; não que o admire, mas a sua personalidade, os seus ideais, são algo quase único na história.

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  2. Ah, esqueci: estou curiosissimo para ler a tua opinião sobre Suttree. Adorei "A Estrada", do mesmo autor e já estive tentado a comprar esse. Aguardo o teu veredicto :)

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  3. Oi,
    Gostei muito do comentário.
    Neste momento estou a ler "Jovens Lobos", estou a gostar muito. Pretendo ler todos os livros pertencentes a esta saga.
    Este género literário também é um dos meus preferidos :).

    Parabéns pelo blog!.

    Cumps,

    AdrianaL

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  4. Viva Manuel.

    Como relato Histórico o livro é bom, isso é inegável.

    O senão é precisamente o estilo do autor que, quanto a mim, não consegue transmitir sensações. É um estilo, admito que sim, mas que torna os seus romances algo sensaborão.

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  5. Olá D'.

    Vais gostar deste, de certeza.

    Embora tenha referido a não necessidade de se ler o 1º volume para entender o 2º, este "Generais" pode ser lido de uma forma independente.

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