Páginas

terça-feira, 26 de julho de 2011

25ª Hora (A) – C. Virgil Gheorghiu


A 25ª Hora de C. Virgil Gheorghiu é uma espécie de documento humano sobre a maldade da espécie humana, algo que considero como um tirar de máscara que a civilização humana teima em colocar.

A história, para além das andanças de Johann Moritz, é sim um documento sobre os graves atentados à condição humana na 2ª Guerra Mundial.

Mas não se pense que Gheorghiu ataca estes ou aqueles. O que impressiona e surpreende nesta fabulosa obra é a denúncia, através da acção de personagens marcantes, o drama dos prisioneiros; no entanto encaixa esse drama em todas as perspectivas. Ou seja, aqui não há os bons e os maus como vulgarmente vemos retractados em obras sobre o tema. Aqui todos são iguais, literalmente.

Através de vários personagens, deparamo-nos com a tenebrosidade da guerra. Não há invasores nem invadidos. Há seres humanos que se mostram conforme são e agem conforme as circunstâncias. Sem a pele da civilização, sejam nazis, judeus, romenos, húngaros, franceses ou americanos, todos, mas mesmo todos, são animais que, a dado momento, mostram um total desprezo pelo próximo num frenesim de humilhações e dor.

A 25ª Hora expressa assim a verdadeira essência humana e isso é chocante. Chocante porque nos apercebemos que a essência do Homem é maléfica, tem gosto em subjugar e manter o próximo sob a sua alçada, de preferência na escravidão, em humilhar e infligir dor física e psíquica.

Uma obra marcante.

4 comentários:

  1. Li este livro há alguns anos.Impressionante!
    Gostei de o ver tratado aqui.

    ResponderEliminar
  2. Olá Olinda!

    Este é um excelente livro, mais um clássico injustamente caído no esquecimento.

    ResponderEliminar
  3. Este livro era, na minha juventude, aqui há cerca de 30 anos, um clássico, depois caíu no esquecimento, mas retenho-o como um grande livro!

    ResponderEliminar
  4. Li este livro e gostava de o reler. Não o encontro em lado nenhum. Alguém pode ajudar?

    ResponderEliminar