Um livro maravilhoso!
Cada livro que leio de Yasmina é, para mim, um bálsamo, uma bênção
de puro deleite literário, um fascínio face à arte que é a sua escrita, um
eterno gozo que me faz ler, saborear o livro muito devagar, pois eu não o leio,
aprecio, degusto frase a frase, letra a letra, como, presentemente, não o faço
com mais nenhum autor.
Neste seu mais recente romance, Yasmina situa, conforme
aconteceu com os outros que li, na sua Argélia e a acção, inicia-se nos
primeiros anos da década de 20 do século XX logo após o final da Grande Guerra.
Logo aí, Yasmina aborda o tema dos antigos combatentes que, após regressarem
das trincheiras, se depararam com um país que não lhes dá mérito pelo que
passaram e, mais grave, pelos traumas que trazem e que os reduzem a sombras dos
homens que antes foram.
No entanto, é o percurso obstinado de um jovem que marca
toda a narrativa. Turambo, nome de guerra, criança com pai ausente, que se vê,
á força dos seus punhos, envolvido no mundo do boxe que o catapulta para a fama
e o que, de melhor e pior, daí advém.
No entanto Turambo, no alto das suas virtudes, é um ser
humano com altos princípios morais e são esses princípios que estão por detrás
da sua queda. É a sua história que, pela sua voz, que nos propomos a ler, e a
viagem é belíssima.
E é impossível ficar-se impassível pela narrativa.
Indepentemente das condições políticas, religiosas e raciais que Yasmina nos
vai situando, na minha opinião, o que marca o livro são as fortíssimas frases
que nos assaltam quase folha a folha. São imensas citações que poderia aqui
colocar, frases reflectivas que mexem com o nosso ser, que nos fazem meditar na
vida e no que aqui andamos a fazer.
Uma narrativa intensa, maravilhosamente trabalhada e que é,
para já, a melhor deste ano.
Li apenasum livro de Yasmina Khadra e gostei muito. Já anotei esse.
ResponderEliminarA ler MST é que não me convences. Já tive a minha dose :)
Julia Navarro é uma escritora muito interessante. Também tenho de lá voltar porque só li um e também gostei bastante.
Ora viva Manuel!
ResponderEliminarPor acaso até aprecio a escrita de MST, só acho estranho é a sua baixa produção, mas enfim, são coisas minhas.
De Júlia Navarro apenas li este seu primeiro romance histórico. Honestamente não me cativa o género policial/thriller dos seus outros livros e dificilmente os vou ler. Sei que ela editou há cerca de um mês o seu último título, também ele com umas 1000 páginas, que deve estar em processo de tradução pela Bertrand. Vai ser um livro que vou querer adquirir.
Abraço!