Este era um livro que há muito estava ma minha lista de “livros
a ler com urgência”, e pese embora tenha gostado e apreciado, tenho que ser
honesto comigo mesmo e admitir que esperava melhor, bem melhor.
Juliam Treslove é um homem só. Embora tenha dois filhos e tido
várias mulheres, o certo é que nunca teve qualquer tipo de elos com ninguém e qualquer tipo de afinidade com os filhos que até lhe são indiferentes, simplesmente aconteceram. No início
do livro, que por acaso até nem me prendeu, o autor vem de um jantar com dois,
vá lá, amigos, ambos judeus e que perderam recentemente as suas esposas.
Enquanto regressa a casa, é assaltado por alguém que ao partir lhe chama Judeu,
ou pelo menos é isso que ela julga ouvir. A partir daí inicia-se uma
entrospectiva quimérica que o leva, de uma forma cómica, por vezes hilariante,
a reflectir sobre vários assuntos sérios.
E daí, de uma forma tristonha, somos “coagidos” a reflectir
sobre o Holocausto, a identidade do povo judeu e as contradições que envolvem
este povo ao longo da História, pois se por um lado os judeus sofreram o
Holocausto, eles também não são meros inocentes, pois a vergonha dos colonatos
tornam tudo, digamos, no mínimo de dificil explicação…
Um bom livro que filosofa sobre a vida e a condição de ser
judeu em qualquer parte do mundo. De um humor corrosivo, é certo, mas que de
certo não irá agradar a muitos leitores, o autor levanta questões sérias e
amplas.
Não o considero nenhuma uma obra prima. Pese embora tenha de
facto apreciado a sua leitura, confesso que as primeiras páginas não me
agarraram e só continuei porque “desconfiei” que o livro seria de facto bom. Em
todo o caso e embora seja um livro que brinque com coisas sérias, o certo é que
o narrador ou se quisermos Juliam Treslove, se perde em devaneios que cai amiúde numa estopada literária, por vezes sem sentido e completamente idiota,
arrastando-se em conceitos que não espicaçam de todo o nosso interesse. Dessa forma
há várias páginas que custam a ler e que me fizeram pensar em desistir.
É um bom livro, repito, mas longe daquilo que se pintou ou
fez crer. Está muito longe de ser uma obra prima e é atroz compará-lo, por
exemplo, com a obra de Philip Roth pois o que Roth faz de uma forma magistral e
utilizar os judeus para abordar temas do Ser Humano e o que a Questão Finkler faz
é utilizar judeus para abordar obsessivamente os traumas e sofrimento que esse
povo foi sofrendo e que vão cometendo ao longo da História. São coisas
diferentes que tornam o livro algo aborrecido, pese embora de leitura
agradável.
Por acaso gostei muito deste livro, principalmente por nos fazer rir com coisas muito sérias. Nesse aspeto fez-me lembrar Roth
ResponderEliminarOlá Manuel.
ResponderEliminarSim, eu sei e foi precisamente a tua opinião que me fez ler o livro assim que possível.
Mas confesso que esperava melhor e houve alturas que o achei aborrecido e repetitivo.
Um abraço!
Um abraço, Miguel
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