Há
muito tempo que deixei de adquirir ou ler livros apenas pela campanha de
marketing, pois foram tantas as desilusões que desisti de o fazer. Actualmente
são poucos os livros que compro, pois costumo frequentar a biblioteca da cidade
onde resido e também porque tenho dezenas de livros que nunca li e que de facto
pretendo ler.
Posto
isto caí na esparrela de comprar este livro por causa da publicidade que vi
dele, no entanto, confesso, que a premissa me agradou, pois a autora,
jornalista, alegadamente analisou vários casos que estão por detrás do trama e
propunha-se a efectuar uma análise, romanceada claro, à companheira de um pedófilo, questionando se a mesma sabia dessas taras e se sabia, “assobiava”
para o lado. Até a Oprah classificou este livro como “uma história incrível… com um hipnotizante narrador nada confiável…”.
Enfim!
Pura
decepção!
Admito
que a expectativa era muita e foi com muito interesse que iniciei o romance,
interesse esse que foi esmorecendo ao longo do mesmo, até se tornar numa
leitura madorrenta e lenta devido ao fim dessa expectativa que redundou em
decepção.
O
livro destaca de facto a convivência entre o casal. Ou seja, por um lado temos
o criminoso que rapta uma menina e a pergunta que se coloca durante todo o é
livro é: saberia a esposa desta do crime do marido? Saberia ela que o marido
era um pedófilo e mesmo assim finge que nada se passa? Nesse aspecto confesso
que o livro é interessante, no entanto e como thriller deixa muito a desejar,
pelo menos ficou muito aquém das minhas expectativas e eu que nem sou um amante
deste género, já tenho lido livros muito melhores.
De
resto e sempre com capítulos muito curtos, que de facto tornam a obra de fácil
e acessível leitura, a autora constrói um trama em que uma menina desaparece
enquanto brincava diante da sua casa. A polícia, de acordo com as testemunhas
dos vizinhos, acaba por identificar alguns suspeitos, sendo que um deles é
apontado como o culpado. No entanto e em tribunal as provas contra o mesmo não
existem e essa pessoa acaba por ser ilibado. No meio disto temos a esposa que acaba
por dar uma entrevista a um jornal onde admite a culpabilidade do marido…
Agora,
o livro ficou aquém das minhas expectativas porquê?
Primeiro
porque a escrita é muito leve, um livro escrito para ser lido nas férias e em
pouco tempo. Depois porque a investigação policial mal feita, cheia de clichés
e erros nada condizentes com a suposta experiência do principal investigador. No
fim redunda em nada, ou seja, finda quase como termina e, confesso, que cheguei
a esperar uma reviravolta mas que nunca se dá.