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quinta-feira, 2 de maio de 2019

Demónio na Cidade Branca (O) – Erik Larson


Em 1893, Chicago organiza uma Exposição Universal que foi um enorme sucesso que originou vários factos que influenciaram o mundo ocidental desde então. 

Em simultâneo, a poucos metros do local da exposição, um assassino em série, na verdade o primeiro assassino dos Estados Unidos (com registos), atraiu e assassinou um número impreciso de vítimas, sobretudo jovens mulheres, com a intenção de vender o seu corpo para as escolas de medicina ou para lhes ficar com o dinheiro. O seu nome era Herman Webster Mudgett, mais conhecido por H.H. Holmes.

São assim estas duas histórias que Erik Larson nos conta numa vertente de ensaio histórico alicerçado por notícias e relatos da época que o ajudam a elaborar o quotidiano e a acção dos principais personagens, efectuando uma recriação da época, mentalidades e fundamentos que estiveram na génese da exposição e dos terríveis homicídios de Holmes.

E Larson vai intervalando as histórias que correm de forma paralela.

É perceptível que o autor tem um enorme apreço pela Exposição Universal e, pareceu-me, que foi esse o tema que o levou a escrever tal obra. Acompanhando o arquitecto Burnham desde a candidatura de Chicago, o autor desconstrói todas as questões que estiveram na origem da Feira, inclusivamente do porquê de a mesma ser tão importante para Chicago.

Porém, para mim, o principal interesse estava na história de H.H. Holmes.

Já me tinha cruzado aqui e ali com algumas referências relacionadas a Holmes. Já tinha lido que era considerado o primeiro Serial Killer dos Estados Unidos, porém estava longe de imaginar o quão inteligente e pérfido foi. E isso surpreendeu-me na leitura desta obra.

Primeiro porque o autor teve o condão de conseguir entrar na mente do assassino. E como foi capaz de o fazer? Ele explica no final!

Depois porque reconstitui vários dos crimes que ele efectuou e as suas razões. Apenas lamento que a história de Holmes tenha sido mais uma bengala da história da exposição universal, pois, confesso que a psicologia me fascina e que a mente de psicopatas e sociopatas é algo que me seduz dada a a forma inteligente e fria com que agem, e Holmes não foi excepção, antes pelo contrário.

Assente em factos reais, comprovados por notícias e mensagens da época que vão corroborando a narrativa, este é um documento excepcional sobre uma época que teve uma enorme influência no século XX. É sobretudo um manancial de factos verídicos sobre até onde o ser humano pode ir, seja no prazer, seja na loucura.


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