Lester Ballard, vagabundo solitário, vive de expedientes à parte da sociedade, sobrevivendo de uma forma selvagem, cometendo diversos crimes macabros a fim de satisfazer desejos e taras sexuais.
Visto como Ser menor e com tolerância pelos habitantes do lugarejo, Lester desconhece a amizade, fraternidade a solidariedade, vivendo uma existência despovoada, completamente alienada.
Vivendo numa casa abandonada, Lester comete uma série de crimes que colocam em polvorosa toda a vila. No local, embora todos desconfiem da culpabilidade de Lester, ninguém tem a certeza pois, simplesmente, os corpos desaparecem, escondidos algures...
Uma das curiosidades desta obra (tem muitas), é o facto de à medida que o romance avança, pese embora a violência das descrições dos assassinatos e até na forma como Lester se comporta, irmos criando uma crescente simpatia pelo personagem. Mesmo sendo um homem asqueroso, mau, violento e indigno, vamos percebendo que o mundo de Lester não podia ser outro face à sua própria realidade, um fruto da sociedade que agora paga todos os anos de formação.
À semelhança de outros livros que li de Cormac, o autor consegue passar-nos sensações dispares, demonstrando também até quando um homem que se vê privado de amor e educação, obedece a necessidades naturais usando instintos primitivos. Ou seja, no personagem Lester, Cormac espelha qualquer ser humano. A diferença entre Lester e qualquer um de nós, é apenas as realidades de cada um que fazem com que o desenvolvimento faça-nos tomar rumos diferentes, ou não, pois Lester há por ai aos milhões.
Este livro é, quanto a mim, uma excelente metáfora acerca da “Alegoria da Caverna” de Platão.
Visto como Ser menor e com tolerância pelos habitantes do lugarejo, Lester desconhece a amizade, fraternidade a solidariedade, vivendo uma existência despovoada, completamente alienada.
Vivendo numa casa abandonada, Lester comete uma série de crimes que colocam em polvorosa toda a vila. No local, embora todos desconfiem da culpabilidade de Lester, ninguém tem a certeza pois, simplesmente, os corpos desaparecem, escondidos algures...
Uma das curiosidades desta obra (tem muitas), é o facto de à medida que o romance avança, pese embora a violência das descrições dos assassinatos e até na forma como Lester se comporta, irmos criando uma crescente simpatia pelo personagem. Mesmo sendo um homem asqueroso, mau, violento e indigno, vamos percebendo que o mundo de Lester não podia ser outro face à sua própria realidade, um fruto da sociedade que agora paga todos os anos de formação.
À semelhança de outros livros que li de Cormac, o autor consegue passar-nos sensações dispares, demonstrando também até quando um homem que se vê privado de amor e educação, obedece a necessidades naturais usando instintos primitivos. Ou seja, no personagem Lester, Cormac espelha qualquer ser humano. A diferença entre Lester e qualquer um de nós, é apenas as realidades de cada um que fazem com que o desenvolvimento faça-nos tomar rumos diferentes, ou não, pois Lester há por ai aos milhões.
Este livro é, quanto a mim, uma excelente metáfora acerca da “Alegoria da Caverna” de Platão.
Parece ser uma leitura merecedora... Mas ainda não é desta que vai entrar na minha lista...
ResponderEliminarViva Pedro.
ResponderEliminarLer Cormac é uma experiência única, sobretudo quando entramos nos seus mundos.
Pessoalmente adorei a "Estrada", os outros que li, nomeadamente este "Filho de Deus", "Guarda do Pomar" e "Meridiano de Sangue" não gostei muito, interessantes, sem dúvida, mas aquém da "Estrada".
No entanto penso que é um dos melhores escritores da actualidade.
Cump.
Iceman, mal li a tua opinião sobre "A Estrada" adicionei o livro à minha lista!
ResponderEliminarPortanto, espero sem dúvida vir a apreciar tanto do livro como tu! ;)
Como nunca li McCarthy, foste tu que me deste o impulso de experimentar! Obrigado.
Um grande abraço
Olá!
ResponderEliminarTambém já lia a "Estrada" e posso dizer-vos que foi um dos melhores livros que li até hoje.
Gostei muito do post e fiquei curiosa para ler este livro, pois C.McCarthy sabe, melhor do que ninguém, explorar cenários inóspitos e sentimentos atrozes.
Olá Joana!
ResponderEliminarDe facto a "Estrada" não é só um excelente livro como é também, na minha opinião, já um dos clássicos da literatura e uma obra que é obrigatório ler.
Este Filho de Deus tem o cunho de Cormac e está mais dentro da linha do "Meridiano de Sangue"-