Páginas

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Águia do Império (A)


Apaixonado pela Cultura Romana e por vários autores do género histórico, entre os quais Bernard Cornwell que é, quanto a mim o melhor escritor do género, Simon Scarrow resolveu escrever aquilo que mais gostava de ler e que, digo eu, era difícil de encontrar e decerto preencher a sua necessidade: romances históricos passados no seio das míticas legiões romanas.

Obviamente para quem conhece Bernard Cornwell, acaba por encontrar semelhanças muito fortes, ou se quiserem, nota-se perfeitamente o estilo de Cornwell neste livro que me proponho a comentar, sobretudo no realismo visual como ambos narram as batalhas e a expressão da violência da época descrita.

Mas vamos por parte.

Este “Águia do Império” é o 1º volume da “Série da Águia”.

Germânia, 42 d.C., seio da 2ª legião, a mais afamada e dura dos exércitos de Roma.

Como protagonista principal, o jovem Quintus Cato, Liberto (antigo escravo) graças aos serviços do seu falecido pai ao Imperador Cláudio, no entanto com a condição, como qualquer cidadão romano, de servir a legião romana pelo período obrigatório, 25 anos.

Nascido e criado no palácio imperial em Roma, Cato vê-se incorporado na 2ª Legião no meio de homens abrutalhados, quase todos analfabetos e sobretudo que o desprezam por constatarem que graças às boas graças do imperador, Cato receberá um posto superior ao deles.

A vida de Cato não se antevê fácil. Dado a poesias e às coisas doces da vida, depressa constata que a realidade da corte é completamente diferente da do exército, mas será que vai dar parte fraca?

Este primeiro volume acompanha assim o início da vida militar de Cato, das suas dificuldades, das suas primeiras amizades e amores. Acompanha também a invasão à mítica Bretanha, ilha povoada, segundo as lendas, por monstros e guerreiros selvagens.

No meio de toda a trama, que evidentemente tem também uma dose q.b. de intriga política, está Cato e o seu mentor, o Centurião Macro que, juntos, nos proporcionarão momentos de excitante acção.

Embora tenha adorado ler este 1º volume, não posso de registar e mencionar alguns pormenores que considero um pouco forçados e até algo absurdos.

A incorporação de Cato é realizada de uma forma normal, no entanto e para além de ser logo nomeado como oficial, verifica-se logo que ele não tem qualquer treino militar e nem sequer sabe pegar numa espada. Começam a teinar com uma espada de madeira, o que era normal, mas achei forçado que, pouco tempo depois de estar a recruta e sem sequer ter pegado numa espada a sério, é enviado, por acaso é certo, mas é enviado numa missão que se ante vinha simples. Porém aquilo desencadeia numa terrível e brutal batalha e vê-se Cato a combater com as hordas germânicas e inclusivamente a matar guerreiros supostamente bem treinados e cheios de ódios pelos soldados romanos.

Em todo o caso gostei imenso da escrita de Scarrow. Simples, objectiva e muito visual, diria mesmo cinematográfica. As descrições das batalhas são violentas e pormenorizadas, prometendo mais ricas e excitantes aventuras para os subsequentes volumes.

Classificação: 4 (Muito Bom)

11 comentários:

  1. Não sei se adquiriste este livro depois da minha sugestão mas se foi, ainda bem que gostaste :D
    Também já li este volume da colecção e entretanto comecei o 2ª volume e também estou a gostar muito.
    Toda a parte da intriga política é bastante complexa, e sem dúvida que os enredos estão cada vez mais interessantes.

    ResponderEliminar
  2. Olá,
    o meu blog tem um prémio para este blog.

    ResponderEliminar
  3. Cada vez fico mais interessado por estes livros...

    No entanto, ainda há por aí meia dúzia de autores que escrevem sobre a Cultura Romana e que gostava muito de experimentar! Assim como Cornwell...

    Deixo esta saga de lado para, um dia mais tarde, me dedicar a ela, quando tiver lido todos aqueles autores!

    (entretanto, quanto à classificação dos livros... Já respondi no meu blogue, mas que tal de 0 a 6? No blogue "Os Livros da Sofia" utilizava-se essa escala, e muito embora nos obrigue por vezes a utilizar números decimais para mim parece encaixar...)

    ResponderEliminar
  4. Viva Mónica.

    Eu já tenho o 2º volume mas resolvi intervalar com outros, ou seja, irei lê-lo provavelmente em Fevereiro.

    De facto é expectável, também porque já me sopraram, que os restantes volumes serão ainda melhores. A ver vamos.

    ResponderEliminar
  5. Viva Homem do Leme.

    Há uns tempos o Pedro também me atribuiu um Prémio, salvo erro o Prémio Dardos e recusei conforme recusarei todo e qualquer prémio, exceptuando, obviamente algum prémio proveniente de alguma instituição de Solidariedade Social ou afim.

    A razão é simples: Não vejo qualquer utilidade nem mais valia em prémios que abundam nos blogs. Tirando a publicidade que o premiado é obrigado e fazer, não vejo, sinceramente, o que um prémio desses pode "dar" ao blog.

    No entanto e embora agradeça as visitas que fazem ao Blog e as palavras de incentivo e amigas que me deixam, o propósito deste blog é unicamente de expressar os meus pontos de vista em relação a alguns livros que leio e refiro alguns porque há muitos cuja opinião nem escrevo.

    Para mim é o bastante, não quero mais nada do que saber que amigos, mesmo virtuais, vêm no meu blog um local onde possam conhecer outras obras.

    Logo, repito, não leves a mal, mas recuso qualquer prémio desses.

    No entanto, obrigado por veres neste blog um blog que tem compromisso e afecto com a Educação.

    ResponderEliminar
  6. Olá Pedro.

    Já te havia falado nestes livros assim como também já tinhas lido sobre eles no Fórum.

    Sobre a civilização Romana, para mim, este é o melhor que li, pois vai de encontro, em relação ao estilo, aquilo que aprecio em romances históricos.

    Acerca de Bernard Cornwell, enfim, apenas te posso garantir que irá ser uma das melhores experiência literárias da tua vida, porém sugiro a trilogia arturiana "Crónicas do Senhor da Guerra", uma obra soberba.
    http://nlivros.blogspot.com/2007/07/crnicas-do-senhor-da-guerra-bernard.html

    ResponderEliminar
  7. Gosto imenso de Bernard Cornwell.
    Se este autor for minimamente parecido, vou mesmo ter que experimentar os seus livros.
    Obrigado pela sugestão ;)

    ResponderEliminar
  8. Olá Sofia.

    Sim, isso garanto-te. O estilo é o mesmo, neste volume não atinge o brilhantismo de Cornwell (ol que é normal), mas o estilo é o mesmo.

    ResponderEliminar
  9. só para dizer que tem um prémio no blogue livros e leituras... Parabéns

    ResponderEliminar
  10. Olá Iceman, como gostas deste género de livros, há uns anos li "A Hora de Sertório", gostei bastante, fica aqui um resumo pode ser que te dê vontade de ler...

    "De 80 a 72 a.C., à frente de uma confederação de povos ibéricos, Quinto Sertório enfrentou com êxito os numerosos exércitos que a "sua" Roma enviara para submeter as províncias hispanas.
    A guerra de Sertório foi um episódio da longa e sangrenta agonia da República Romana, que, esgotada na sua força interior, sacrificou sistematicamente os homens que a poderiam salvar; Sertório foi provavelmente a mais ilustre das vítimas.
    É essa época de crise — política, económica, mas, sobretudo, de valores — que este livro evoca, através das narrações de um filósofo grego, de um general romano e de um jovem lusitano, Medamo de seu nome."

    ResponderEliminar
  11. Viva Cristina.

    Obrigado pela dica.

    Pela sinopse deve ser interessante, vou procurá-lo para o analisar melhor.

    Obrigadãp!

    :D

    ResponderEliminar