Escrito
em 1966, Dona Flor e Seus Dois Maridos é um dos romances mais divertidos de
Jorge Amado. Enorme sucesso, já transposto para o cinema, teatro e televisão,
Dona Flor e Seus Dois maridos tem como pano de fundo a Bahía, terra natal de Jorge Amado.
Flor,
jovem e belíssima bahiana, excepcional cozinheira, amante apaixonada e versada
nas artes eróticas, fica subitamente viúva do seu amado Vadinho, jogador
inveterado e mulherengo, que todavia ama ardentemente a sua mulher e a seduz diariamente
com inúmeros recursos sexuais e sua irresistível alegria.
Passado
algum tempo e pressionada pelas amigas que só pensam em homens, Flor decide
voltar a casar com Teodoro, um pacato e abastado farmacêutico (emigrante
português) profundamente diferente do seu defunto marido (como do dia para a
noite). Porém, Teodoro não é homem de fantasias sexuais, preferindo o tradicional,
o que deixa Flor profundamente decepcionada nesse campo, pois jovem como é, os
apetites são cada vez maiores... Até que um dia e na hora de deitar Vadinho
aparece a Flor, começando aí um jogo de tentações sexuais e morais.
Um
dos melhores romances de Jorge Amado. Violentamente autêntico e
irresistivelmente fascinante, verdadeiramente empolgante e docemente
inesquecível, Amado oferece-nos uma obra portentosa de cariz fortemente erótico
e muito engraçada, desenhando também um fresco de costumes da Bahia da primeira metade
do século XX. As tradições, sobretudo no aspecto religioso onde é bem
perceptível a dualidade entre a tradição católica legada pelos portugueses e
candomblé, de origem africana, aliada a um vocabulário rico que nos situa no
contexto criado e narrado.
De notar que o povo brasileiro tem em Jorge Amado um
dos seus símbolos máximos, alguém que transportou mundo fora a cultura e
tradições brasileira. Não só da sua Bahia, como de todo o
Brasil. “Dona Flor e seus Dois maridos” expressam essa cultura e tradição.
Este foi um dos livros que me levou a mudar de opinião sobre Jorge Amado (o outro foi o magistral Capitães da Areia).
ResponderEliminarHá uns anos atrás eu achava Amado fútil e desprovido de conteúdo. Mas o erro era meu que conhecia mal a sua obra e avaliava-a pelos aspetos mais "novelísticos".
Este livro é uma comédia requintada e cheio de crítica social.
E sou dos que acho que Amado devia ter sido Nobel.
Tenho cá esse livro, mas ainda não tive tempo de lhe pegar...O último livro que li de Amado foi Teresa Batista cansada de guerra que adorei. Que escritor fantástico!
ResponderEliminarcumps
Olá Manuel!
ResponderEliminarO primeiro livro que li de Amado foi o impressionante "Capitães de Areia" e fiquei desde logo fã desse genial escritor.
Desde então li muitas das suas obras e destaco "Teresa Batista cansada de guerra", "Quinca berro de água", "Gabriela" e este "Dona Flor".
Muitos leitores desconfiam da obra de Amado porque a maioria das suas obras foram transportas para novelas. Por um lado isso é de salutar, no entanto por outro, dá talvez às suas obras uma imagem novelistica que referes.
E é uma pena. Por exemplo, nunca vi a novela Gabriela, mas o livro é espantoso e, uma vez mais, lá vez a descrição da sua Bahia e do modo de vida dos seus habitantes.
Olá Sara!
ResponderEliminar"Teresa Batista" é um dos meus livros preferidos de Amado. De facto um escritor fantástico!
Se tens este livro então pega-lhe ser receios e reservas. Vais-te deliciar!
Ainda li muito pouco de Jorge Amado, mas acho-o de uma poeticidade única, gosto imenso. Tenho por cá este livro e Mar Morto por ler, e não sem expectativas! Creio que esse retrato de costumes é o que mais me vai agradar. Não vejo "Gabriela", mas pelo que me contam acho uma graça.
ResponderEliminarAbraço grande!