Pese embora não seja um leitor assíduo
de filosofia, sempre gostei da “disciplina” e na minha biblioteca pessoal
abundam várias obras de vários filósofos, sendo que o que mais me fascina e
aquele que mais se coaduna comigo, falando obviamente do seu pensamento, é Nietzsche e a sua filosofia irónica sobre a religião e a moral, algo que me
identifico bastante e onde fui “beber” muitas das minhas concepções do mundo.
Schopenhauer conhecia de nome,
confesso. Sabia que tinha tido alguma influência no pensamento de Nietzsche e de
vários poetas com os quais até me identifico, mas não conhecia de todo o seu
pensamento, algo que este livro, muito bem escrito, diga-se, me deu a conhecer.
O enredo é basicamente o seguinte:
Julius é um terapeuta de imenso
sucesso que, numa visita de rotina ao seu médico, descobre que tem um cancro na
pele e apenas um ano de vida. Na iminência da morte, faz um balanço da sua
vida, constatando que nem tudo o que fez foi um sucesso e disso é a imagem um
seu antigo paciente que, depois de dois anos de terapia e de imenso dinheiro
gasto nas consultas, não se conseguiu curar. Dessa forma, e mais por
curiosidade, entra em contacto com essa pessoa (Philip Slate) que lhe diz estar
agora curado mas cuja cura deve a Schopenhauer.
Inicia-se assim uma terapia de grupo
onde é escalpelizado a vida de todos os participantes tendo a filosofia de
Schopenhauer como base.
Sinceramente e embora tenha gostado do livro, este
fica aquém de Quando Nietzsche Chorou, não porque tenha menos qualidade, mas
porque, a meu ver, a filosofia de Schopenhauer entra em conflito com o leitor
no aspecto de ser uma filosofia bastante pessimista. Ou seja, damos por nós
várias vezes completamente em baixo com o que estamos a ler, até porque um dos
pilares do pensamento de Schopenhauer era que prazer
consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta, por sua vez, é a única e
verdadeira realidade… Imaginem!
Em todo o caso é mais um excelente livro de um autor
que descobri há pouco tempo e que tenciono continuar a ler, pois a sua escrita
é magnífica e consegue-nos transportar para a mente dos filósofos em questão.
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