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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Cura de Schopenhauer (A) – Irvin D. Yalom


Pese embora não seja um leitor assíduo de filosofia, sempre gostei da “disciplina” e na minha biblioteca pessoal abundam várias obras de vários filósofos, sendo que o que mais me fascina e aquele que mais se coaduna comigo, falando obviamente do seu pensamento, é Nietzsche e a sua filosofia irónica sobre a religião e a moral, algo que me identifico bastante e onde fui “beber” muitas das minhas concepções do mundo.

Schopenhauer conhecia de nome, confesso. Sabia que tinha tido alguma influência no pensamento de Nietzsche e de vários poetas com os quais até me identifico, mas não conhecia de todo o seu pensamento, algo que este livro, muito bem escrito, diga-se, me deu a conhecer.

O enredo é basicamente o seguinte:

Julius é um terapeuta de imenso sucesso que, numa visita de rotina ao seu médico, descobre que tem um cancro na pele e apenas um ano de vida. Na iminência da morte, faz um balanço da sua vida, constatando que nem tudo o que fez foi um sucesso e disso é a imagem um seu antigo paciente que, depois de dois anos de terapia e de imenso dinheiro gasto nas consultas, não se conseguiu curar. Dessa forma, e mais por curiosidade, entra em contacto com essa pessoa (Philip Slate) que lhe diz estar agora curado mas cuja cura deve a Schopenhauer.

Inicia-se assim uma terapia de grupo onde é escalpelizado a vida de todos os participantes tendo a filosofia de Schopenhauer como base.

Sinceramente e embora tenha gostado do livro, este fica aquém de Quando Nietzsche Chorou, não porque tenha menos qualidade, mas porque, a meu ver, a filosofia de Schopenhauer entra em conflito com o leitor no aspecto de ser uma filosofia bastante pessimista. Ou seja, damos por nós várias vezes completamente em baixo com o que estamos a ler, até porque um dos pilares do pensamento de Schopenhauer era que prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta, por sua vez, é a única e verdadeira realidade… Imaginem!
 
Em todo o caso é mais um excelente livro de um autor que descobri há pouco tempo e que tenciono continuar a ler, pois a sua escrita é magnífica e consegue-nos transportar para a mente dos filósofos em questão.

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