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sábado, 30 de abril de 2016

Catástrofe – 1914: A Europa vai à Guerra – Max Hastings




Pessoalmente a Primeira Grande Guerra sempre me fascinou. Não por ter sido o conflito mais sangrento a nível militar, longe disso, mas e entre outras razões, por se ter iniciado a partir de um facto, digamos, menor, que colocou em causa várias alianças que, como uma corrente, foram accionadas à medida que um país declarava guerra a outro. Em pouco tempo, a Europa viu-se no centro de um conflito que ceifou a vida a milhões de soldados dos dois lados opostos.

Por outro lado “fascina-me” o facto de os soldados serem enviados, qual vulgar animal para o matadouro, por oficiais altamente incompetentes que se limitavam a dar ordens de vida e morte como se de facto a vida dos soldados lhes pertencessem. E é um facto que o soldados assumiam e cumpriam com todas as ordens, mesmo que soubessem que o seu destino estava traçado assim que iniciavam a corrida. Enfim, hoje em dia é algo que é difícil de entender, mas este foi o primeiro grande conflito da Era Moderna e dessa forma se explica muito do que aconteceu.
Esta obra, sublime, relata o inicio do conflito e a forma como todas as partes lidaram com os acontecimentos a seguir ao assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, em Sarajevo, no dia 28 de Junho de 1914.

Numa análise minuciosa, o autor analisa todos os lados do conflito e os porquês do mesmo. As ambições, razões políticas e interesses geio-estratégicos que nunca havia lido em lado nenhum. Sem máscaras, o autor apresenta os principais culpados do conflito e as razões que estes tinham, assim como os interesses que levaram outros a aliarem-se à Sérvia e a constituir a Tríplice Entente que os colocou frente a outras nações que constituíam a Tríplice Aliança.

Para alem da narração das primeiras batalhas, o autor desmistifica um outro facto. Até agora sempre pensava que o dia mais sangrento teria sido o dia 1 de Julho de 1916 quando (batalha de Somme) os britânicos sofreram cerca de 58.000 baixas (pouco mais de 19.000 mortos), mas esse foi sim o dia mais sangrento para o exército britânico, sendo que a batalha mais sangrenta foi uma outra logo no inicio da guerra onde só os franceses sofreram cerca de 140.000 (!!!) baixas, apenas num só dia. Insano.

Em suma, uma obra vasta para os amantes de História mas que devia ser lido por todos, pois é tido e certo que mais tarde ou mais cedo o Ser Humano vai-se esquecer das atrocidades cometidas e novos conflitos se adivinham, é apenas uma questão de tempo, isso é garantido.


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