Como benfiquista assumido não podia deixar de ler um livro
que descrevesse a vida do nosso “king”, de um ser humano fantástico e de um
futebolista que, e para não ferir susceptibilidades, foi um dos melhores jogadores
portugueses de sempre e um dos melhor do mundo, pelo menos até à bem pouco
tempo em unanimemente considerado o melhor jogador português de todos os
tempos, merecendo sepultura no Panteão Nacional como símbolo ilustre da nação e ao lado de nomes como Humberto Delgado, Amália Rodrigues, Almeida
Garrett, Aquilino Ribeiro, Sophia de Mello Bryner, entre outros.
Pois bem, pese embora não guarde grandes recordações
literárias de Sónia Louro, pois continua a achar que a senhora não sabe
escrever, limitando-se a expor o que vem nos manuais de História, dando-lhe uns
retoques de ficção aqui e ali, mas lá me resolvi a empreender a leitura desta
obra, até porque, vá lá, confesso, não desgostei do livro “Amália” e gostei do “CônsulDesobediente”, mas não consigo esquecer o pior livro que li até hoje que foi o “Viriato”,
uma obra que nem consigo, hoje em dia, tecer considerações minimamente
abonatórias.
Mas enfim, peguei em “Eusébio” à espera de, pelo menos, me
ser oferecido uma narrativa dentro daquilo que encontrei em “Amália” que, não
sendo grande coisa, até me satisfez.
Mas Sónia Louro deve ser daqueles
escritores(as) que em vez de evoluir, vai regredindo aos poucos, ou então só
escreve obras jeitosas quando o tempo o proporciona. Este “Eusébio” é mauzinho,
ficando muito aquém daquilo que é exigível a alguém que já tem tantos livros
escritos e sobre tantas personalidades famosas (gostava de ler o livro dela
sobre Fernando Pessoa mas até tenho medo).
Como classificá-lo?
Já viram o filme sobre a vida de Eusébio (que raio de
pergunta! Se ninguém lê isto para quem estou a perguntar?): https://www.youtube.com/watch?v=qKTqznwD4gg
É um documentário de 1973 e é… muito mauzinho!
Este livro é uma espécie de documentário gémeo mas cheio de
chamadas para as obras que Sónia Louro consultou para o escrever. Ou seja,
simplesmente, Sónia Louro leu uma série de livros sobre Eusébio, provavelmente
deve ter visto também este documentário, e simplesmente passou para o papel o
que tinha visto, com o agravante e desplante de ter colocado em palavras,
pensamentos de Eusébio que apenas o vão diminuindo, pois o Ser Humano enorme,
com um coração enorme que Eusébio tinha, nunca consegue retratar e é algo
cofuso a tentativa da autora em, capítulo atrás de capítulo, viajar do passado
para o presente, mostrando um Eusébio no inicio de carreira versus um Eusébio
em final de carreira e com a percepção que tinha chegado ao fim.
Pessoalmente não gostei e ainda bem que o Benfica não se
associou ao livro, pois não faz jus à personalidade que Eusébio foi e da sua importância,
não apenas a nível desportivo, como igualmente a nível social e até económico.
E conforme eu referia na primeira opinião que teci sobre um
livro de Sónia, penso, como é possível alguém editar livros tão maus, com tão
pouca exigência. Lamentável!
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