sábado, 15 de julho de 2017

Eusébio – Sónia Louro



Como benfiquista assumido não podia deixar de ler um livro que descrevesse a vida do nosso “king”, de um ser humano fantástico e de um futebolista que, e para não ferir susceptibilidades, foi um dos melhores jogadores portugueses de sempre e um dos melhor do mundo, pelo menos até à bem pouco tempo em unanimemente considerado o melhor jogador português de todos os tempos, merecendo sepultura no Panteão Nacional como símbolo ilustre da nação e ao lado de nomes como Humberto Delgado, Amália Rodrigues, Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Sophia de Mello Bryner, entre outros.

Pois bem, pese embora não guarde grandes recordações literárias de Sónia Louro, pois continua a achar que a senhora não sabe escrever, limitando-se a expor o que vem nos manuais de História, dando-lhe uns retoques de ficção aqui e ali, mas lá me resolvi a empreender a leitura desta obra, até porque, vá lá, confesso, não desgostei do livro “Amália” e gostei do “CônsulDesobediente”, mas não consigo esquecer o pior livro que li até hoje que foi o “Viriato”, uma obra que nem consigo, hoje em dia, tecer considerações minimamente abonatórias.

Mas enfim, peguei em “Eusébio” à espera de, pelo menos, me ser oferecido uma narrativa dentro daquilo que encontrei em “Amália” que, não sendo grande coisa, até me satisfez.

Mas Sónia Louro deve ser daqueles escritores(as) que em vez de evoluir, vai regredindo aos poucos, ou então só escreve obras jeitosas quando o tempo o proporciona. Este “Eusébio” é mauzinho, ficando muito aquém daquilo que é exigível a alguém que já tem tantos livros escritos e sobre tantas personalidades famosas (gostava de ler o livro dela sobre Fernando Pessoa mas até tenho medo).
 
Como classificá-lo?

Já viram o filme sobre a vida de Eusébio (que raio de pergunta! Se ninguém lê isto para quem estou a perguntar?): https://www.youtube.com/watch?v=qKTqznwD4gg

É um documentário de 1973 e é… muito mauzinho!

Este livro é uma espécie de documentário gémeo mas cheio de chamadas para as obras que Sónia Louro consultou para o escrever. Ou seja, simplesmente, Sónia Louro leu uma série de livros sobre Eusébio, provavelmente deve ter visto também este documentário, e simplesmente passou para o papel o que tinha visto, com o agravante e desplante de ter colocado em palavras, pensamentos de Eusébio que apenas o vão diminuindo, pois o Ser Humano enorme, com um coração enorme que Eusébio tinha, nunca consegue retratar e é algo cofuso a tentativa da autora em, capítulo atrás de capítulo, viajar do passado para o presente, mostrando um Eusébio no inicio de carreira versus um Eusébio em final de carreira e com a percepção que tinha chegado ao fim.

Pessoalmente não gostei e ainda bem que o Benfica não se associou ao livro, pois não faz jus à personalidade que Eusébio foi e da sua importância, não apenas a nível desportivo, como igualmente a nível social e até económico. 

E conforme eu referia na primeira opinião que teci sobre um livro de Sónia, penso, como é possível alguém editar livros tão maus, com tão pouca exigência. Lamentável!


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