sábado, 31 de outubro de 2009

Caim – José Saramago



José Saramago, único Nobel da Literatura português, gera amores e ódios.

Dono de um feitio muito próprio, sem dúvida algo prepotente e pedante, sabe, contudo e como poucos, contar histórias que chocam mentalidades, aproveitando, explorando uma cultura (a portuguesa) provinciana, saloia, anacrónica e supersticiosa.

Saramago é um profundo conhecedor da natureza humana. Dá provas disso em todos os seus romances, exaltando e salientando os vícios, defeitos e virtudes do ser humano.

Assim, sabe como tocar em muitas feridas, pontos sensíveis do ser humano, criando obras polémicas porque simplesmente escreve aquilo que pensa sem receios do politicamente correcto, do “parecer bem” tão tipicamente português e isso choca, cria incómodo, até porque as pessoas se revêem nos seres humanos criados por Saramago.

Em “Caim”, Saramago é apenas e só Saramago na sua melhor forma.

Devido à polémica gerada aquando do lançamento do livro, a expectativa era grande, sobretudo porque tenho no “Evangelho Segundo Jesus Cristo” o seu melhor livro, aquele onde Saramago é mais corrosivo. Fiquei então com a convicção ser este “Caim” do mesmo género. Andei perto, é de facto do mesmo género, mas é mais violento, mordaz, irónico e ostensivamente belicoso.

Quer queiramos quer não, crentes ou não crentes, todos fomos educados à luz da tradição católica/cristã. Estamos imbuídos de valores cristãos que quando os vemos ser colocados em causa pode criar alguma estranheza e algum, ou muito, choque.

Estou convicto que “Caim” tratou-se de uma ajuste de contas entre José Saramago e Deus (com a igreja no pensamento) em que ele, conforme direito que lhe assiste, demonstra toda a sua descrença e asco.

Independentemente das minhas próprias crenças, o certo é que respeito a crença de cada um, a religião de cada um e julgo que em “Caim” José Saramago se excede (ele acabou por admitir precisamente isso), quer na linguagem, quer no propósito.

Eu adorei o livro!

Delirei com a ironia cortante, com a forma como Saramago vai mostrando o ridículo, a insanidade e a impossibilidade da existência de um Deus e dos episódios descritos no Velho Testamento. Mas achei excessivo o ódio impregnado nas palavras.

Há passagens, quase todas, que evidenciam a suprema maldade, a malévola essência do Deus Cristão, que ridicularizam a figura de Deus, porque não obstante o livro conter várias passagens do Velho Testamente (confesso que nunca li a Bíblia, apenas algumas passagens aqui e ali) “Adão e Eva”, “Torre de Babel”, “Moisés quando desce o Monte Sinai”, “O Dilúvio”, entre outros, o que aqui se ressalva é o constante ataque a Deus e o quanto o mesmo não passa de uma mera criação humana ou então de um ser ridículo, fraco, vingativo, maldoso e cheio de defeitos.

O livro é excelente. O diálogo do querubim com Adão e Eva aquando da expulsão destes do Jardim do Paraíso, a narração do Dilúvio, onde Saramago coloca Caim (figura presente em todas as histórias) na barca, é de ir às lágrimas de riso. As conversas de Caim com Deus são soberbas, a forma como o mesmo Caim parte pelo mundo… enfim, um livro que ficará na galeria das grandes obras da literatura portuguesa, mais uma destinada a ser clássico.

A ideia de Deus é, confesso, o único erro que não posso perdoar ao homem” - História de Juliette ou as Prosperidades do Vício", Marquês de Sade


Classificação: 6

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Passatempos a Terminar



Faltam 4 dias para terminar os Passatempo "A Melodia do Adeus" e "A Lenda de Sigurd e Gudrún" que oblog NLivros realiza em parceria com a Editoral Presença e as Publicações Europa-América.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Novidades "A Esfera dos Livros"


Colecção: Manuais E Guias
P.V.P: 18 €
ISBN: 978-989-626-190-0
Páginas: 344
Formato: 16 X 23,5 / Brochado
Data de lançamento: Outubro

Sou alérgico a um alimento que é o ingrediente principal de um jantar do qual sou convidado. O que devo fazer? O que faço quando encontro uma espinha na comida? O que fazer quando nos esquecemos do nome de alguém que se prepara para nos cumprimentar? Por acidente, deixei cair um talher durante um jantar mas ninguém reparou. Posso apanhá-lo e fingir que nada aconteceu? É apropriado ter fotografias da minha família na secretária do trabalho? Numa festa de aniversário num restaurante é de bom-tom cantar os «Parabéns a você» ou isso só deve ser feito em privado? Dizem as regras de etiqueta que num casamento se devem sempre usar meias/collants. E se a cerimónia se realizar em pleno Verão? Como redigir uma nota de condolências?
Estas são algumas das dúvidas às quais Vicky Fernandes responde no seu novo livro Chic em Qualquer Ocasião. Vicky Fernandes explica-nos não só as regras fundamentais de etiqueta e protocolo, mas também todas as pequenas questões que nos assaltam no nosso quotidiano. Questões que podem parecem pequenas, mas que, afinal, podem ter uma importância vital nas nossas relações pessoais ou profissionais. É preciso estar preparado para qualquer situação.





Colecção: Esfera Infanto-Juvenil
P.V.P: 11.5 €
ISBN: 978-989-626-184-9
Páginas: 80
Formato: 14,4 x 22,8 / Brochado
Data de lançamento: Outubro

Sabes que sempre, todos os dias, Deus vive contigo. Sabes que sempre, todos os dias, tu vives com Deus. Isto dá muita alegria a Deus. Oxalá te dê a ti a mesma alegria!
Neste livro vais encontrar diferentes maneiras de falar com Deus. Mas o importante é que tu mesmo inventes as tuas próprias orações para falares com Ele. Pede aos teus familiares mais próximos (pais, avós…) te ajudem.



Colecção: Esfera Infanto-Juvenil
P.V.P: 30 €
ISBN: 978-989-626- 185 - 6
Páginas: .352
Formato: 21x27,7 / Cartonado
Data de lançamento: Outubro

Neste livro encontras a palavra de Deus. Reunimos as melhores histórias do Antigo e do Novo Testamento, numa linguagem acessível e acompanhada por ilustrações fascinantes que te vão fazer viajar até ao tempo em que Jesus Cristo viveu.
Vais ficar a conhecer os antepassados de Jesus de Nazaré, a sua vida e a dos seus seguidores, pessoas como tu, que um dia se encontram com Deus e vivem histórias cheias de aventura, viagens e amizade. No fundo são histórias de amor, histórias de um Deus próximo e amigo que ama todos os homens e o mundo que criou.
Nas páginas finais deste livro poderás visitar os lugares por onde passaram Jesus e os seus antepassados, ficar a conhecer quais eram os seus costumes e tradições, o que comiam, como se vestiam, como eram as suas casa, em que trabalhavam e muitas coisas mais.





Colecção: Actualidade
P.V.P: 20 €
ISBN: 978-989-626-186-3
Páginas: 280
Formato: 16 x 23,5 / Brochado
Data de lançamento: Outubro

As histórias que vai encontrar neste livro podem parecer insólitas, estranhas, até surreais, mas são verídicas. Da história da juíza que resolveu um problema de barulho despejando água para casa dos vizinhos, ao de um advogado que para obter cópia de um processo se viu obrigado a levar a fotocopiadora para o tribunal. Do juiz excomungado por um pastor condenado por dívidas, ao caso do roubo do queijo fatiado no valor de 1,29 € que foi a julgamento e ocupou a Justiça portuguesa durante dois anos, ou ainda do carpinteiro condenado por ter disparado uma pressão de ar contra Lacindo, o gato da vizinha que se atrever a devorar o seu jantar.
A jornalista Sofia Pinto Coelho acompanhou a maioria dos casos aqui relatados e traça um retrato real, divertido, mas rigoroso da Justiça portuguesa. Das condições de trabalho, ao estado das prisões e à relação entre juízes e advogados ou entre procuradores e a polícia.
Por estas páginas passam juízes, advogados, procuradores, funcionários judiciais e pessoas como nós que por uma ou outra razão já se viram a braços com a justiça. E quando esta lhes bateu à porta perceberam que para além de cega, a justiça em Portugal pode tornar-se numa aventura absolutamente extraordinária.

Lançamento no dia 2 de Novembro, no Antigo Tribunal Militar, em Santa Clara. Apresentação por António Pires de Lima e João Miguel Tavares

Colecção: Fora de colecção
P.V.P:
19 €
ISBN: 978-989-626-180-1
Formato: 16 X 23,5/ Brochado
Data de lançamento: Outubro

Não é de estranhar que o exercício do poder e os seus segredos despertem a curiosidade do ser humano. Ao longo da História da humanidade muitos pensadores sentiram fascínio pelo poder. Mas por que razão o poder é tão desejado? Como se consegue? Como se perde? Como o exerceram os super-poderosos Augusto, Maomé, Napoleão, Hitler…Churchill, Estaline, Kennedy, Rockfeller… os grandes senhores do Renascimento ou o papado? Como o exercem as multinacionais? O poder implica sempre corrupção? Será que na alma humana existe um desejo de submissão? Será mais importante o verdadeiro poder ou o poder que os nossos inimigos julgam que temos?
O autor responde a estas perguntas, entrando no apaixonante labirinto do poder e as suas representações. O autor acredita que se trata de um fenómeno omnipresente e subtil que se encontra em todos os campos: sexo, amor, família, religião e mundo empresarial, se bem que muitas vezes seja camuflado, razão pela qual é muito difícil conhecer as suas estratégias. José Antonio Marina é um dos mais conhecidos pensadores espanhóis, sendo aclamado pela crítica e pelo público e tendo recebido inúmeros galardões entre os quais de destaca o Prémio Nacional de Ensaio. A sua obra, que inclui importantes long-sellers, demonstra que a filosofia não tem necessariamente de estar reservada aos estudiosos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cônsul Desobediente (O) – Sónia Louro


Editora: Saida de Emergência
Edição: 1ª Edição, Setembro 2009


Embora tendo como formação a biologia marinha, Sónia Louro sempre teve a Literatura como a sua grande paixão, ao qual veio a aliar outro interesse: a História.

Dessas paixões nasce a intenção de escrita de romances Históricos que se materializa, até à data, em três livros: “Viritato”, “A Vida Secreta de Dom Sebastião” e este “Cônsul Desobediente” que narra a História de Aristides de Sousa Mendes.

Aristides de Sousa Mendes nasceu no dia 19 de Julho de 1885 na localidade de Cabanas de Viriato. Oriundo de uma família com laços à aristocracia, Aristides tem as oportunidades que só a classe alta, na altura, podia oferecer aos filhos e é assim que se licencia em direito na Faculdade de Direito de Coimbra.

Monárquico assumido, depressa se incompatibiliza com os vários governos pós implementação da República, no entanto esse facto, o de ser persona non grata, serve-lhe para ser tido como um homem pró-estado novo, pois era um homem muito religioso, prezava os bons costumes e os valores apregoados por esse novo sistema. E é dessa forma que Aristides se vê promovido ao ser nomeado Cônsul para embaixadas importantes e estratégicas.

E é nessas funções que em 1938 é nomeado Cônsul de 1ª Classe para Bordéus, posto ocupado quando tem início a Segunda Guerra Mundial.

Ao aperceber-se da capitulação da França e sabendo do avanço das tropas nazis, Aristides depara-se com milhares de refugiados que procuram a embaixada portuguesa no sentido de ali conseguirem um visto. Porém, adivinhando essa enchente, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos a pessoas com certas nacionalidades e especificações. Era pura descriminação racial, facto que desobedecia à Constituição Portuguesa. Ou seja, a ordem do governo português ia contra a Constituição da República.

Aristides sabe disso e após alguns dias de dilemas morais, resolve tomar acções que o levará à sua desgraça ao mesmo tempo que o elevará, muitos anos depois, à galeria dos maiores homens da Humanidade: ali, na sua embaixada e fazendo ouvidos moucos às ordens de Salazar, ele começa a passar vistos em catadupa, salvando assim, de uma morte certa e segundo números oficiais, 30.000 pessoas (o número de vistos oficialmente passados), porém, sabe-se que o número real é superior dada a forma, diria surrealista, como centenas de vistos foram passados.

Aristides foi um homem bom. Juntou a lema: “Deus”, “Pátria” e “Família”, a palavra “Consciência”, utilizando o seu poder para salvar milhares de pessoas.

O regime nunca lhe perdoou as ordens desobedecidas. Coloca-o na “prateleira”, abandonando-o e fechando-lhe todas as portas, não só a si como também a todos os seus filhos que, sem perspectiva de vida em Portugal, são obrigados, aos poucos, a emigrar para fora do país.

Aristides morre na miséria, sem amigos, esquecido por todos (menos os seus filhos) no dia 03 de Abril de 1954 no Hospital dos Fransciscanos em Lisboa.

Curioso constatar que apenas em 1988 o país, pelo menos ao nível do Estado e após aprovado pelos deputados na Assembleia da República, reentregou o cônsul na carreira diplomática com a promoção a embaixador e só a partir desse ano, aos poucos e devido também à insistência dos filhos que sempre lutaram para restabelecer a imagem do pai, o nome de Aristides de Sousa Mendes começou a ser falado. 34 anos depois da sua morte, os portugueses começaram a perceber que a 2ª Grande Guerra produziu um herói português, um homem venerado por milhares de famílias e quem tem até espaço em alguns museus que lembram o Holocausto.

Ao contrário do que sucede em “Viriato”, único livro que havia lido de Sónia Louro, neste a autora soube documentar-se convenientemente, diria mesmo que se documentou tanto que construiu não um romance Histórico mas sim uma biografia romanceada.

Sónia Louro traça o percurso da vida de Aristides de uma forma muito biográfica, demonstrando preocupação em citar as fontes que podem ser cartas, documentos oficiais, relatórios ou entrevistas que originam a maioria das cenas. Ficção tem apenas os diálogos e muitos deles construídos segundo registos históricos.

Não quero com isso dizer que a obra é fraca ou está mal conseguida. Nada disso! Sónia Louro está de parabéns pelo excelente trabalho de pesquisa e por ter sabido explanar toda a grandeza humana de Aristides de Sousa Mendes, dando um grande contributo à sua memória e ao reconhecimento que o povo português lhe deve.

Contudo o romance tem alguns pontos fracos. Por exemplo, embora saibamos que os pais de Aristides eram gente de posses, no entanto há uma completa ausência de factos da sua infância e adolescência, assim como ficamos sem saber quem foram os pais de Aristides. Pode-se relativizar dizendo que o romance não tem esse propósito. Aceito, mas para se entender o homem, talvez a sua infância e os valores familiares tenham sido vitais.

Embora seja uma obra densa, cheia de notas e com a curiosidade de, no fim, conter as cópias da Defesa de Aristides e do relatório de Acusação. A linguagem e a estrutura literária são simples, de fácil percepção.

Uma obra que merece ser lida devagar de modo a podermos deixar Aristides de Sousa Mendes entrar na nossa vida.

Um grande português!


Classificação: 5

domingo, 25 de outubro de 2009

Passatempo " A Lenda de Sigurd e Gudrún"


O blog NLivros, em colaboração com as Publicações Europa-América, tem para oferecer 2 exemplares do livro " A Lenda de Sigurd e Gudrún” de J. R. R. Tolkien, que tem data de lançamento prevista para a primeira semana de Novembro.

Sinopse: Edição organizada por Christopher Tolkien

«Há muitos anos, J. R. R. Tolkien compôs a sua própria versão, agora publicada pela primeira vez, da grande lenda da antiguidade nórdica, em dois poemas intimamente relacionados, a que deu os títulos de «O Lai dos Volsungos» e «O Lai de Gudrún».

Em «O Lai dos Volsungos» conta-se a história do grande herói Sigurd, o assassino de Fáfnir, o mais famoso dos dragões, de cujo tesouro se apoderou, o despertar da valquíria Brynhild, que dormia rodeada por uma muralha de chamas, e o noivado dos dois. Após a chegada de Sigurd à corte dos grandes príncipes niflungos (ou nibelungos), o herói desperta o amor mas também o ódio da feiticeira dos Niflungos, versada nas artes mágicas.

Em cenas de grande intensidade dramática, troca de identidade, paixões frustradas, ciúmes e disputas amargas, as tragédias de Sigurd e Brynhild, de Gunnar, o Niflungo, e Gudrún, sua irmã, atingem o auge com a morte de Sigurd às mãos dos seus irmãos de sangue, o suicídio de Brynhild e o desespero de Gudrún.

Em «O Lai de Gudrún» é contado o seu destino depois da morte de Sigurd, o casamento, contra a sua vontade, com Atli (ou Átila), governante dos Hunos, o assassinato dos seus irmãos, os senhores niflungos, e a sua vingança hedionda.

Sendo a sua versão inspirada, principalmente, no estudo atento das antigas poesias norueguesas e islandesas conhecidas como Edda Poética (e no posterior trabalho em prosa, a Völsunga Saga), J. R. R. Tolkien utilizou estâncias curtas cujos versos conservam em inglês os exigentes ritmos aliterativos e a intensa energia dos poemas da Edda.»


Para poderem ganhar um dos exemplares, basta responderem correctamente às seguintes três questões:

1) Que disciplina Tolkien leccionou entre 1925 e 1945?

2) Que sociedade fundada por J.R.R. Tolkien se dedicava à literatura nórdica?

3) Onde se inspirou J.R.R. Tolkien para escrever esta obra?


REGRAS DE PARTICIPAÇÃO:

1) O passatempo decorre até às 23h59 do dia 03 de Novembro.

2) As respostas deverão ser enviadas para o email: blog.nlivros@gmail.com, contendo nome, morada e contacto telefónico. Qualquer participação que não possua alguns destes dados, é automaticamente anulada.

3) Os vencedores serão sorteados aleatoriamente, sendo o anúncio dos vencedores efectuado por e-mail (obviamente para os vencedores) e publicado no blog.

4) Por motivos logísticos só serão aceites participações de residentes em Portugal.

Boa sorte!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Passatempo "A Melodia do Adeus"




O blog NLivros, em colaboração com a Editorial Presença, tem para oferecer 3 exemplares do livro + Saco Promocional (um dos exemplares está autografado pelo autor) " A Melodia do Adeus” de Nicholas Sparks", que tem data de lançamento prevista para 3 de Novembro.

Sinopse: Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para ferir… e curar.


Para poderem ganhar um dos exemplares, basta lerem o excerto do livro e consultarem o mini-site do autor, e responder correctamente às seguintes três questões:

1) Onde leva Ronnie o seu irmão a passear?
2) Como se chama o pastor?
3) Que livro aconselharia Nicholas Sparks se um homem se aproximasse dele numa livraria e lhe pedisse uma opinião sobre um romance que deveria ler?

REGRAS DE PARTICIPAÇÃO:

1) O passatempo decorre até às 23h59 do dia 03 de Novembro.

2) As respostas deverão ser enviadas para o email: blog.nlivros@gmail.com, contendo nome, morada e contacto telefónico. Qualquer participação que não possua alguns destes dados, é automaticamente anulada.

3) Os vencedores serão sorteados aleatoriamente, sendo o anúncio dos vencedores efectuado por e-mail (obviamente para os vencedores) e publicado no blog.

4) Por motivos logísticos só serão aceites participações de residentes em Portugal.

5) O livro autografado será atribuído ao primeiro sorteado.

Boa sorte!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Resultados do Passatempo "Top Perfomer"

O meu agradecimento aos 72 participantes do passatempo “Top Perfomer” de Stephen C. Lundin e Carr Hagerman que decorreu de 12 até às 23:59 do 19 de Outubro. Destes 72 participantes, 56 responderam correctamente às seguintes questões:

1) Esta obra está em linha de continuidade com uma série. Qual o seu nome?
R: Série Fish

2) Onde poderão ser aplicados os ensinamentos Top Performer?
R: A todas as actividades profissionais


Os vencedores são:

- 44) Maria Sofia Oliveira (Lisboa)
- 05) Carlos Miguel Rodrigues Cid (Porto Salvo)

Parabéns aos vencedores e continuação de boas leituras!

domingo, 18 de outubro de 2009

Não Sei Nada Sobre o Amor - Júlia Pinheiro


Editora: Esfera dos Livros
Edição: Abril 2009

Júlia Pinheiro estreou-se na televisão aos 19 anos (1981) tendo, a partir daí, feito uma carreira de sucesso sendo, hoje em dia, uma das figuras televisivas mais conhecidas da praça portuguesa.

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, publica em Abril de 2009 o seu primeiro e único livro “Não Sei Nada Sobre o Amor”, que depressa se instala nos top´s das principais cadeias distribuidoras. Esse facto é surpreendente para alguém que escreve o seu primeiro título, contudo, podemos encontrar uma explicação se atentarmos à figura pública. Porém constatei que o livro tem imensa qualidade assim como prevejo, se mantiver o estilo, sucessos futuros.

São Pedro da Ribeira, 1930, Maria da Glória, jovem inocente de 16 anos, trabalha com o pai na taverna deste. Passa o dia a servir copos e a sentir os olhares gulosos daqueles homens acabados que por ali passam.

Uma aldeia perdida de um Portugal em sobressalto, onde intensas tradições seculares exigiam a submissão das mulheres e onde o destino era, obrigatoriamente, feito de casamento e de filhos. “Na geração de Maria da Glória, o amor era um infortúnio. Não servia para nada e só trazia aborrecimentos. Com o amor não se comprava terra nem se aumentava o rebanho.”

Maria da Glória é a rapariga mais bonita da aldeia, facto que desperta o interesse de António Mendonça, primogénito da família Mendonça, a mais rica e influente da aldeia. Este, ciente da sua importância como “bom partido”, consegue com que Maria da Glória se encontre com ele junto ao ribeiro. Inocente e um pouco ingénua, Maria da Glória, obviamente ás escondidas do pai, vai ter com ele e, no meio das silvas, é violada.

Dessa violação nasce um argumento que nos leva ao ano 2000, visitando 70 anos da sociedade portuguesa e do papel das mulheres nessa sociedade.

A escrita de Júlia Pinheiro é simples, objectiva e excepcionalmente visual e sentimental. Sentimental no aspecto em que consegue transmitir os vários estados de alma das várias personagens que pululam na história, sobretudo das quatro mulheres que formas as principais personagens.

Nestas quatro mulheres, Júlia Pinheiro, de uma forma magistral, tocante e simultaneamente objectiva, traça-nos um quadro Histórico do país, conseguindo, e isso na minha opinião é uma das grandes mais valias do livro, contrapor e demonstrar as várias mentalidades que cada geração possui, traçando também, com isso, uma linha evolutiva das mesmas. Coexistente e servindo também para explicar essa evolução, flui diante dos nossos olhos a mentalidade de Portugal dos anos 30, o surgimento do Estado Novo, o pós 25 Abril a um Portugal vivendo os excessos de uma democracia mal implantada até um Portugal totalmente democratizado.

Todos esses cenários, embora sejam relevantes, são colocados em pano de fundo, porque aqui o principal tema é o papel das mulheres numa sociedade altamente patriarcal que vai evoluindo para os dias de hoje.

Na minha perspectiva esse é o principal tema do livro. Sob a vida de quatro mulheres que abrangem quatro gerações, é aqui abordada a sociedade portuguesa e a forma como ela foi evoluindo.

Longe de ser um romance “cor-de-rosa” ou de “cordel” como muitos quiseram fazer crer, considero que Júlia Pinheiro teria construído um livro portentoso se tivesse sabido ou querido aprofundar os Acontecimentos Históricos que se dão nesses 70 anos interligando-os com a história dessas quatro mulheres. Esses acontecimentos são apenas aflorados no sentido de percebermos o impacto que os mesmos tiveram na vida dessas mulheres. A meu ver e embora entenda o objectivo da obra, penso que teria tudo a ganhar se tivesse investido mais na vertente Histórica.

Talvez pela formação académica, não só a estrutura do livro, como também a própria linguagem, achei o estilo de Júlia Pinheiro algo semelhante ao de José Rodrigues dos Santos. Pelo menos revivi nesta obra sentimentos que apenas consigo viver nas obras de Rodrigues dos Santos, a alegria de reencontrar todos os dias aqueles amigos íntimos, a ânsia de ler sobre o destino dos mesmos e a tristeza de os ver partir quando a obra acaba.

Uma grata surpresa e um especial agradecimento a quem mo levou a ler.

Classificação: 5

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Novidade "Saída Emergência"



O Senhor da Guerra dos Céus - Michael Moorcock
ISBN: 9789896371593
Formato: Capa mole
Dimensões: 16 x 23
Núm. páginas: 192
Preço: 15,26€
Sai hoje em todas as livrarias O Senhor da Guerra dos Céus de Michael Moorcock.
Esta é a vida fabulosa e inacreditável do capitão OswaldBastable.
Militar inglês do início do século XX, Bastablevê-se atirado para um futuro em que os dirigíveis dasGrandes Potências dominam um mundo pacificado peloImpério Britânico e governado pelo rei Eduardo VIII.
O que seria do mundo se não houvessem guerras?
Que grandiosos feitos poderiam ser alcançados pela humanidade se vivêssemos em paz constante?
E que felizes seríamos…Este livro narra a história de um homem que visitou um mundo assim. Tecnologia, política e comércio desenvolveram-se sem a interferência da guerra.
Um mundo verdadeiramente utópico… Ou será que não?...
Leiam aqui um excerto da obra.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Melodia do Adeus

Como forma de agradecimento por toda a disponibilidade demonstrada na promoção da literatura e no incentivo ao gosto pela leitura, a Editorial Presença seleccionou o blog NLivros para uma parceria no lançamento nacional do novo romance de Nicholas Sparks, um dos maiores romancistas da actualidade.

A Melodia do Adeus será publicado no dia 3 de Novembro e antes dessa data realizaremos um passatempo em que ofereceremos três exemplares da obra que será acompanhada com sacos promocionais, sendo o 1º prémio um livro autografado pelo autor juntamente com o saco. Estejam pois atentos!



Título Original: The Last Song
Tradução: Alice Rocha
Páginas: 368
Colecção: Grandes Narrativas n.º 449
Preço de Editor: 18,50€
ISBN: 978-972-23-4220-9


* Tiragem inicial nos EUA: 1.5 milhões de exemplares.
* Traduzido em todo o mundo é especialmente apreciado nos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Polónia e Portugal.
* Desde a publicação do primeiro romance foi considerado um caso de prestígio e aceitação pública.
* Aclamado pela crítica estrangeira e portuguesa.

Sinopse: Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para ferir… e curar.


Nicholas Sparks é um autor consagrado internacionalmente pelo público e líder de vendas que há mais de uma década encanta os leitores com narrativas que exploram os profundos mistérios do coração e que o estabeleceram como um dos escritores mais acarinhados em todo o mundo.

CITAÇÕES DE IMPRENSA PORTUGUESA

«Um dos autores que mais vendem no mundo.» - Diário de Notícias

«O menino de ouro da ficção norte-americana.» - Correio da Manhã

«Um dos autores mais lidos em Portugal e no mundo.» - Jornal de Notícias

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Exílio dos Anjos (O) - Gilles Legardinier



Editora: Publicações Europa-América
Edição: 1ª Edição, Setembro 2009
Tradução: Rosário Morais da Silva

Valéria, espanhola. Peter, holandês. Não se conhecem, nem desconfiam da existência um do outro, no entanto ambos têm o mesmo sonho: uma capela localizada algures na Escócia surge-lhes vindo do nada… desde as suas infâncias… e eles que nunca saíram dos seus países...

Em simultâneo e por coincidência, viajam para a Escócia em busca de explicações para esse enigmático e persistente sonho e é precisamente nesse belo local que se conhecem.

Que elo de ligação há entre eles e esse enigmático sonho?
Quem são Valéria e Peter, será que são aquilo que verdadeiramente pensam que são…?

Gilles Legardinier é um apaixonado pela comunicação de emoções. Actualmente escreve guiões para o cinema, mas entrou no mundo da 7ª Arte como pirotécnico, sendo posteriormente realizador e produtor de filmes publicitários e documentários. Este “Exílio dos Anjos” é o seu primeiro thriller.

A ideia de Legardinier era boa e interessante quando imaginou este romance, porém, e na minha humilde opinião, ficou aquém do imaginado, caindo em clichés sucessivos e até numa clara imitação de um estilo que eu apelido de “estilo Dan Brown”.

Não fosse o seu autor guionista, este livro tem uma linguagem muito visual, diria muito cinematográfica. O autor escreveu esta história, claramente, para a mesma ser transposta para o cinema (talvez adaptada por ele próprio), nesse aspecto o livro até está bem conseguido porque, de facto, consegue transmitir imagens muito nítidas da acção, porém, o livro peca em várias situações.

Embora de início nos dê uma premissa muito interessante, depressa a deixa para segundo plano, transformando a acção até aí interessante, numa espécie de argumento policial do gato e do rato, onde uns personagens perseguem outros que, por sua vez, desconhecem o porquê dessa perseguição.

Para juntar ao facto acima referido, há uma forte incoerência num factor (não vou revelar) que até tem muito interesse, mas que o autor banaliza, ridiculariza, levando-o para campos absurdos e risíveis, tirando-lhe o crédito que, pessoalmente, dou.
Penso que é nisso que a história perde interesse, com o desejo de lhe dar um ritmo de thriller, o autor perde-se numa intricada teia de acontecimentos e ligações algo incoerentes. não conseguindo dar aquele toque de verosimilhança que os bons thrillers possuem.

A história é assim uma espécie de thriller de 4ª categoria, assente em teorias que o autor se propõe a maltratar, demonstrando, não só poucos conhecimentos, como também que não se deu ao trabalho de conseguir bases para credibilizar as suas teorias.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Passatempo "Top Performer"


O blog NLivros, em colaboração com a Editorial Presença, tem o prazer de anunciar o seu primeiro passatempo!

Temos para oferecer 2 exemplares do livro " Top Performer ", de Stephen C. Lundin e Carr Hagerman, disponível nas livrarias a partir de 20 de Outubro.

Sinopse: AUTOR DA SÉRIE FISH! APLICA SEGREDO ÀS VENDAS

Stephen C. Lundin é um dos autores dos livros Fish! Uma Nova Cultura na Empresa e Fish! Ou A Arte de Motivar.
Nesta obra, em linha de continuidade com a série Fish, Lundin aplica às vendas o conceito de motivação interior, valorização da criatividade e energia pessoal.
Ao contrário de outros livros que se centram em aspectos e técnicas em torno da actividade profissional, este livro debruça-se na importância do eu e da captação na interacção criativa com os outros. Algumas lições Top Performer, simples mas de eficácia comprovada, atestam o conceito:

• Ganha o trabalho, e mantém-te autêntico e único.
• Encontra energia e inspiração perante os obstáculos.
• Procura por inspiração em locais inesperados.
• Torna-te original, para nunca seres esquecido.
• E muito mais…

Apesar de ser escrito a partir da perspectiva narrativa de um vendedor, os ensinamentos Top Performer poderão ser aplicados a todas as actividades profissionais.

Stephen C. Lundin (co-autor dos bestsellers FISH! Uma Nova Cultura na Empresa e Fish! ou a Arte de Motivar) é um mundialmente reconhecido especialista de marketing, empresário, autor e formador de larga experiência. Carr Hagerman, além de trabalhar como artista de rua desde 1974 e de ter feito várias digressões por feiras e festivais americanos, é consultor em liderança e internacionalmente muito procurado como orador.


Para poder ganhar um dos exemplares, basta que responda correctamente às seguintes duas questões:

1)Esta obra está em linha de continuidade com uma série. Qual o seu nome?
2)Onde poderão ser aplicados os ensinamentos Top Performer?


REGRAS DE PARTICIPAÇÃO:

1) O passatempo decorre até às 23h59 do dia 19 de Outubro.

2) As respostas deverão ser enviadas para o email blog.nlivros@gmail.com, contendo nome, morada e contacto telefónico. Qualquer participação que não possua alguns destes dados, é automáticamente anulada.

3) Os vencedores serão sorteados aleatoriamente, sendo o anúncio dos vencedores efectuado por e-mail (obviamente para os vencedores) e publicado no blog.

4) Por motivos logísticos só serão aceites participações de residentes em Portugal.

Boa sorte!

sábado, 10 de outubro de 2009

Mundo é Curvo (O) - David M. Smick


Editora: Editorial Presença
Edição: 1ª Edição, Outubro 2009
Tradução: Ana Cristina Pais

David M. Smick é um consultor experiente e bem sucedido. Dirigindo a sua própria empresa de consultadoria, Johnson Smick International, Inc., David M. Smick foi conselheiro de vários candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Fundador e editor da revista “The International Economy”, é também habitual colaborador do “The Wall Street Journal” e “The New York Times”, o que por si só demonstra ser uma sumidade em economia.
Conforme ele refere logo no início do livro ”comprometi-me a escrever sobre este complicado sistema a que chamamos de nova economia global porque assisti na primeira fila e provavelmente desempenhei um modesto papel na sua criação”, David M.Smick coloca então todo esse conhecimento ao dispor do público no sentido de explicar os caminhos da economia global e a forma como a mesma foi nascendo e transformando a vida de todo o planeta.

A ideia inicial de Smick é que o mundo financeiro actual não é plano, mas curvo, pois a falta de transparência não permite aos analistas ver para além da linha do horizonte. O autor inicia então uma viagem que nos revela como chegámos ao presente, como funcionam os mercados internacionais e como a globalização passou a facilitar a transferência de capitais e o investimento global.

Não sendo um amante, nem sequer um grande interessado por questões económinas ou financeiras, foi com agrado que respondi afirmativamente ao convite da Editorial Presença para ler e analisar este livro.

Li-o com interesse e de facto, pese embora existam partes que pouco ou nada me dizem, por outro lado achei interessante compreender a econonomia e a forma como ela se desenvolveu e se desenvolve em países como a China e o Japão. Até porque é compreensível que dificilmente a China poderá ser uma potência económica, face não só à mentalidade como, e sobretudo, ao sistema político. Nem sequer é crível que os chineses estejam preparados para ser uma potência. Serão os dados conhecidos da China, fornecidos somente pelo estado chinês, verdadeiros?

Descobri também que os chineses são umas meras máquinas de trabalho e que, esse estado, não faz qualquer tipo de planeamento para o futuro da sua população. São tipo robôs, não existe planos de Segurança Social, ali, depois da velhice, as pessoas estão entregues a si próprias, sem qualquer apoio. É isso que a Europa quer para ela? Claro que não e fiquei com a ideia que é um erro alguém se preocupar com a economia da China.

Sendo efectivamente um livro de economia, a linguagem acessível de David M. Smick, permite-nos ler e entender a mensagem do livro e ela é simples: a economia é muito volátil, não acredite que a crise passou, ela pode ser apenas utópica, esteja sempre preparado para nova crise, pois, de um momento para o outro tudo pode mudar e, com isso, mudar drasticamente a vida de milhões de famílias e até a face de nações.

“o que dizer de um sistema financeiro mundial que num instante parece estar a sair-se lindamente e no seguinte age como se o mundo estivesse a chegar ao fim?”

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Darwínia – Robert Charles Wilson



Editora: Saída de Emergência
Edição: 1ª Edição, Setembro 2009
Tradução: Ester Cortegano

Robert Charles Wilson nasceu na Califórnia em 1953 tendo-se mudado com a família para o Canadá quando contava 9 anos, país pelo qual se naturalizou em 2007 e onde sempre viveu desde então.

Autor dedicado à ficção-científica, inicia a sua carreira literária em 1986 com a obra “A Hidden Place”, livro muito bem recebido pela crítica sendo, nesse mesmo ano, nomeado para o prestigiado Prémio “Philip K. Dick”.

Não venceu nesse ano nem em 1991 quando novo sucesso (A Bridge of Years) lhe trás nova nomeação para esse prémio, no entanto o ano de 1994 reconheceu finalmente este autor com o tão ansiado prémio mediante o livro “Mysterium”.

Desde aí Robert C. Wilson entrou na galeria dos grandes autores de ficção-científica e, em 2005, é-lhe atribuído o Prémio Hugo com o seu livro “Spin”. Talvez o prémio mais importante deste género literário.

“Darwinia”, escrito em 1998 e que lhe valeu a primeira nomeação para o Prémio Hugo, o autor cria um cenário alternativo, e radical à actual Europa.

1912, após umas misteriosas luzes que assolam o continente europeu, o resto do mundo, no dia a seguir, depara-se, horrorizado, com o desaparecimento da Europa conforme a conhecemos, ou, se quisermos, conforme existia em 1912. No entanto o continente não desaparece simplesmente. O que desaparece é a civilização e todos os seres vivos e flora, sendo substituídos por outros seres vivos e por uma outra flora completamente desconhecida no planeta.

Uma questão logo se coloca: que aconteceu aos milhões de pessoas, às cidades, aos monumentos históricos, à civilização da velha Europa?

Esta é a premissa deste livro que tem tanto de aventura como de fantasia e ficção-científica.

Eu classifico-o como uma mescla de fantasia e ficção-científica.

De inicio o livro é empolgante. Deparamo-nos com um novo mundo que substitui, diante do espanto planetário, o velho mundo. Nesta fase a aventura é pura assim como é perceptível uma semelhança na forma como os exploradores vêem aquele mundo e a forma como agem, algo tão que faz lembrar os descobrimentos europeus 400 anos antes. O universo para explorar é enorme, assim como enorme o suspense que o autor emprega em cada capítulo.

No entanto o autor nunca nos deixa esquecer que estamos diante de um livro de ficção-científica e isso é-nos revelado de uma forma repentina e brutal, sendo nessa altura possível percebermos o porquê do “Milagre” europeu.

A viragem no livro é sublime. Saímos de um cenário à Júlio Verne para entrarmos de rompante numa dimensão futurista, diria numa dimensão matrixada.

Isso, confesso, surpreendeu-me e, embora me tenha agradado dada a sua originalidade, foi aí que comecei a perder o interesse na história, simplesmente porque a história passou para uma dimensão muito fantasiosa.

Situado o “milagre” em 1912 e tendo a acção, leia-se a expedição a Darwinia, ocorrido em 1922, 10 anos depois, penso que o autor podia ter explorado melhor o contexto histórico, sobretudo após o confronto mundial de 1914-1918. Pese embora aqui e ali existam alguns laivos deste conflito, o mesmo não tem qualquer influência no desenrolar da história algo que, considero, ser uma lacuna. O mesmo se passando com a premissa inicial da obra que se perde ao longo do livro até virar uma miragem.

A parte final do livro fica longe da premissa da obra, no entanto a história ganha pontos em alguns personagens que se revelam numa das mais valias do livro tal a força de espírito e carácter que demonstram.

Embora me tenha agradado sobretudo pela sua originalidade, considero ser um livro que vai fazer as delícias dos fãs do género fantasia e ficção-científica. Porém, uma vez mais, sublinho a originalidade do argumento assim como o interesse em descobrir o que aconteceu à velha Europa, nisso tiro o meu chapéu a Robert Charles Wilson e à forma cativante como consegue criar e tornar credível esse cenário.

Classificação: 3

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Novidades "Saída Emergência"


A Corte dos Traidores - Robin Hobb

Os Seis Ducados estão mais vulneráveis do que nunca.

Enquanto o príncipe herdeiro combate os Navios Vermelhos com a sua frota e a força do seu Talento, o rei Sagaz enfraquece a cada dia com uma misteriosa doença e bandos de Forjados dirigem-se para Torre do Cervo matando todos pelo caminho.
Mais uma vez, Fitz é chamado para servir como assassino real. Mas o jovem esconde outro segredo: ninguém pode saber que formou um vínculo com um jovem lobo através da magia proibida da Manha e, se for descoberto, arrisca-se a uma sentença de morte.

Quando o príncipe herdeiro embarca numa perigosa missão para pôr fim à ameaça dos Navios Vermelhos, a corte é entregue nas mãos do príncipe Majestoso que tem os seus próprios planos maquiavélicos para o reino. Cabe ao jovem bastardo proteger o verdadeiro rei numa corte prestes a revelar a face dos traidores num clímax memorável.

Não perca a continuação da Saga do Assassino, onde a lenda continua.




Clube de Sangue - Charlaine Harris


Há apenas um vampiro com a qual Sookie Stackhouse está envolvida, pelo menos de forma voluntária, e esse vampiro é Bill. Mas recentemente, ele tem estado um pouco distante. E noutro Estado.

Eric, o seu chefe sinistro e sensual, julga saber onde encontrá-lo e, quando dá por isso, Sookie está a caminho de Jackson, no Mississippi, para se infiltrar no submundo do Clube de Sangue. Este clube é um local perigoso onde a sociedade vampírica se reúne para descontrair e beber um copo de O positivo.

Mas quando Sookie finalmente descobre Bill – apanhado num acto de traição séria – ela não tem a certeza se o quer salvar… ou afiar estacas.



O Terror - Arthur Machen

Arthur Machen foi um dos grandes e incontornáveis escritores do início de século xx.
A sua obra é imprescindível à compreensão de autores como H.P. Lovecraft, Stephen King, Bram Stoker, Sir. Conan Doyle, Oscar Wilde, ou mesmo Alfred Hitchcock. Foi apontado por Luís Borges como a grande influência do realismo mágico.

O Terror é um dos três contos reunidos nesta obra. Neste conto, ambientado numa região isolada a Oeste de Gales, relatam-se acontecimentos bizarros e inexplicáveis, onde a natureza parece ganhar vontade própria e revoltar-se contra a humanidade. O poder contagioso de forças obscuras cria um clima de tensão e leva à violência.

Numa época em que todas as atenções estavam viradas para a Primeira Guerra Mundial, este conto é susceptível de diversas interpretações ou analogismos que o autor terá escondido na sua trama enigmática. Trata-se de uma obra literária muito estudada, e que merece um lugar de destaque em qualquer biblioteca.

Arthur Machen consegue uma perfeita simbiose entre fantasia, realidade e lenda.

domingo, 4 de outubro de 2009

Da História da Destruição de Tróia - Dares Frígio



Editora: Publicações Europa-América

Edição: 1ª edição, Setembro 2009

Tradução, Estudo Introdutório e Notas: Drª Reina Marisol Troca Pereira

Inédita em Portugal, traduzida directamente do latim pela Drª Reina Marisol Troca Pereira, docente da Universidade da Beira Interior, “Da História da Destruição de Tróia” é um clássico na verdadeira acepção da palavra.

Importante ter em atenção o belíssimo Estudo Introdutório onde, assente em documentos originais e notas de autores da antiguidade, é-nos possível situar o contexto da obra quer no ao nível Histórico, quer a nível literário, pois trata-se de um texto antigo que, tudo indica, ser precedente à Ilíada de Homero.

E é incontornável não procurar semelhanças entre esta obra e a Ilíada. As personagens são praticamente as mesmas, a guerra é a mesma, no entanto aqui sobressai a total ausência de Deuses (algo que a Ilíada é tão rica).

Cerca de 1300 anos a.C, uma guerra, que irá durar pouco mais de 10 anos, eclode entre a Grécia e Tróia. Motivo? Uma mulher chamada Helena de Esparta.

Seria talvez abusivo da minha parte repetir uma história tantas vezes ouvida e cuja obra de Colleen Mccullough “A Canção de Tróia” trata magistralmente, porém em “Da História da Destruição de Tróia” existem nuances, diferenças importantes que demonstram outro ponto de vista que vão complementar a obra de Homero, é que Dares Frígio, julga-se, era troiano e é o ponto de vista troiano que esta obra nos dá a conhecer.

Não se sabe bem quem foi Dares Frígio. Julga-se, repito, tratar-se de um troiano que assistiu e participou no conflito. Pelo menos nisso acreditavam alguns escritores medievais como Chaucer, inclusivamente este acreditava que esta obra era mais autêntica do que as de Homero ou Virgílio.

A obra em si é muito simples, objectiva e cheia de informações e pormenores que de facto a tornam credível.

Aqui os deuses notam-se pela ausência e temos apenas homens que se degladiam de uma forma feroz fazendo intervalos, alguns bem longos, para tratar dos feridos e sepultar os mortos.

Os motivos são essencialmente amorosos e é curioso verificar da pouca importância da mulher na sociedade antiga mas ser precisamente assunto de saias que estão por detrás da chacina de centenas de milhares de homens. Com a sua extrema simplicidade, a obra acaba por ter momentos repetitivos, alguns parágrafos parecem cópia de outros, contudo essa repetitividade dá-nos a percepção da extrema violência com que aquela guerra foi travada.

Estamos perante um tesouro da humanidade que nos dá uma visão mais humana daquele célebre conflito. Sem poemas ou actos heróicos, percebemos que por detrás dos heróis míticos como Aquiles, Heitor, Príamo, Ájax, Agamémnon, Ulisses, Helena, Páris, Briseida ou Eneias, estão simples homens e mulheres que também têm fraquezas.

Julgo tratar-se de uma obra obrigatória para quem assume a literatura como veículo de cultura e prazer.


Classificação: 6


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Novidades "Europa-América"




"A Maldição do Anel I – Os Cânticos da Valquíria"
de Édouard Brasey
Vencedor do Prémio Merlim 2009, na categoria de romance

«Maldito sejas, Odin, tu e a tua arrogante valquíria! Maldito sejas, tal
como é maldito o sangue que corre nas veias dos teus bastardos humanos!
Maldito sejas, deus sem fé que tiveste no teu dedo o anel do Nibelungo!»

Dentro em breve, a maldição do anel do Nibelungo desencadeará o crepúsculo
dos deuses. De forma a conseguir gorar este cruel presságio, Odin, o deus
supremo, pede à sua filha, a valquíria Brunilde, para continuar com a sua
linhagem humana que ele outrora reunira em Midgard. Assim, Brunilde vê-se
obrigada a perder o seu estatuto de deusa e de virgem guerreira e passará a
ser um simples comum mortal. Mas Loki, o génio do fogo e do mal, semeia pelo
mundo o terror e manipula os deuses e os homens de forma a antecipar a
catástrofe final... ler mais - Ler Excerto



"Um Grito de Ajuda" de Steve Mosby

Quando viu os seus amigos pela última vez?

Dave Lewis é um homem assombrado pelo seu passado. Entre a morte do irmão, o
desgosto dos pais e o afastamento de Tori, a sua ex-namorada, Dave tenta
convencer-se de que não tem contas a ajustar com o seu passado.
Quando um assassino persegue várias mulheres, as rapta e se faz passar por
elas, enviando mensagens e e-mails a familiares e amigos das vítimas, Dave
Lewis é o principal suspeito depois de Tori aparecer morta. Mas Sam Currie,
o agente responsável, parece acreditar na sua inocência... Ler mais




"Por Todos os Meios" de Charley Boorman
Charley Boorman fez as malas e aceitou participar num desafio: percorrer
mais de vinte mil milhas e visitar vinte e cinco países numa viagem de
Wicklow, a sua terra natal na Irlanda, até Wollongong, na Austrália. Mas há
algumas regras neste desafio: nunca apanhar um avião e viajar sem carros de
apoio ou veículo próprio... ler mais




"A Mecânica de Deus" de Guy Consolmagno

No debate acalorado entre a ciência e a religião, é por vezes desconsiderado
um facto interessante: muitos cientistas e engenheiros são católicos
devotos. Como conjugam estas duas vertentes? O frei Guy Consolmagno, jesuíta
e astrónomo do Vaticano, apresenta uma perspectiva que transcende as
diferenças e realça as afinidades entre as visões científicas e teológicas
do mundo... Ler mais




"As 36 Estratégias - O Manual Secreto da Arte da Guerra" de Anónimo

Este breve tratado medieval chinês sobre a arte da guerra foi redescoberto
por acaso em 1941 numa livraria no Norte da China. Obra das sociedades
secretas do final da dinastia Ming, foi alvo de várias edições e traduções
modernas e versa estratégias militares aplicáveis em situações de batalha.
Tornou-se um dos tratados militares mais lidos em todo o mundo pela sua
dupla vertente: quer como documento histórico da cultura chinesa e obra
secular sobre estratégia quer como, em última instância, obra intemporal e
abrangente que permite aplicar máximas orientais a situações do quotidiano.






"Grandes Datas da História de Arte" de Jean Rudel, Françoise Leroy

Circunscrever num só livro a História de Arte desde os primórdios da
Humanidade até à actualidade, só por intermédio da cronologia, implica fazer
um exercício rigoroso de selecção das obras mais marcantes, das escolas, dos
movimentos e ainda dos estilos artísticos, articulando-os, de forma a
entendê-los na sua globalidade contextual, bem como na sua conjuntura
sociopolítica.
Além do mais, esta viagem oferece ao leitor a possibilidade de constatar o
quão rica e diversificada é a criação artística, ao descobrir o que de
melhor foi concebido ao nível da Escultura, Pintura e Arquitectura a nível
mundial.


"História das Relações Internacionais – Séculos XIX e XX" de François-Charles Mougel e Séverine Pacteau

Em 1815, após uma longa sucessão de guerras revolucionárias e napoleónicas,
a reunião do Congresso de Viena inaugura uma nova era nas relações
internacionais, tendo como palco central e actor principal o apogeu da
Europa. O círculo das grandes potências assegura um século de paz global,
até que, em 1900, a supremacia do Velho Mundo se afirma sobre todo o
planeta. No entanto, a partir do século XX o sistema altera-se e a liderança
europeia dá lugar a um mundo dilacerado pelas crises e pelo choque de
ideologias antagónicas.
Esta obra reproduz a história das relações internacionais do século XIX até
aos atentados terroristas do princípio do século XXI, e proporciona, assim,
um conhecimento indispensável a quem pretende compreender qual o novo
equilíbrio que vislumbramos para o princípio do III milénio.







"O Poder da Confiança" de Roby Yeung

O Poder da Confiança irá transformar a sua vida!

Consiga o emprego que quer, a atenção da pessoa amada e aquele aumento que
já merece há tanto tempo! Basta usar O Poder da Confiança!
A confiança é algo inato em todos nós. Ela pode ser nutrida e desenvolvida
em qualquer idade… Só precisa de saber como o fazer.
O Poder da Confiança combina as melhores técnicas: da terapia
comportamental, da psicologia desportiva, da neurolinguística, da psicologia
optimista e muito mais… Ler mais




DISPONÍVEL EM MEADOS DE OUTUBRO

INFANTO-JUVENIL
(Nova colecção)

Título: A Ilha das Surpresas
Autora: Enid Blyton
Colecção: As Novas Aventuras da Cadeira-dos-Desejos

Título: A Terra das Criaturas Míticas
Autora: Enid Blyton
Colecção: As Novas Aventuras da Cadeira-dos-Desejos

Título: O Mundo dos Feitiços
Autora: Enid Blyton
Colecção: As Novas Aventuras da Cadeira-dos-Desejos

Conto proximamente efectuar uma recensão à obra "Um Grito de Ajuda" assim como analisar os primeiros três títulos da nova colecção Infanto-Juvenil