que, se calhar de uma forma inconsciente, possuímos um
sentimento de antipatia derivado de várias factos ocorridos ao longo do tempo,
quer sejam entrevistas, posições políticas, de opinião, etc.
Eu, já o admiti em diversos locais, há um autor cuja minha antipatia
é imensa, só de olhar para o homem vem-me logo o fel à boca tal a embirração
que sinto por tal ser. Aquela postura abestalhada fumante lunático, parecendo,
em cada entrevista que lhe vi ou li, estar a gozar com os leitores, a sua
postura face aos outros autores que, aqui e ali, vai menorizando como se fosse
ele o único escritor de qualidade à face da Terra, é algo que acho asqueroso e,
obviamente, isso tem repercussões na minha postura face aos livros desse autor,
pois e embora já o tenha tentado por diversas vezes, não consigo ler qualquer
obra sua, aliás, nem consigo chegar à página 100.
Nestes últimos dias tentei pela enésima vez.
Peguei o “Cú de Judas” do execrável António Lobo Antunes e
não consegui avançar para além da página 50 tal a insanidade de texto. Perdoem-me
a imensa legião de fãs do autor, mas acho o homem um péssimo ser humano. Não o
conheço de lado nenhum, apenas faço esta constatação pelas entrevistas que já
li e vi e pela sua postura face aos outros autores. Aliás, foi o único escritor
que um dia vi dizer que tal livro de tal escritor era lixo. Mas a sua escrita
densa, feita de descrições vagas, de analogias figurativas e labirínticas que
nos enviam de um lado para o outro, por vezes sem grande coerência, é algo que
me aborrece.
No entanto, admito, a minha postura é mais pela embirração que
sinto pelo homem.
Até arrepia!