Uma
Noite em Lisboa é o último trabalho de um grande escritor alemão que, exilado
em 1933 devido ao regime nacional-socialismo, viu os seus livros serem atirados
para a fogueira por um regime que o via como um incomodo e que dizia ser ele
descente de judeus, algo que nunca se comprovou.
Erich
Maria Remarque é autor de uma fabuloso livro, “A Oeste Nada de Novo”, onde
narra o dia a dia de um soldado alemão nas trincheiras da Grande Guerra. Livro
auto-biográfico, pois Remarque lutou nas trincheiras e foi ferido por diversas
vezes, aborda a dureza da guerra e o fim das expectativas e da crença que
levaram milhares de soldados a lutar por um ideal utópico que levou a Alemanha
a um pós guerra caótico e que esteve na base do surgimento do regime nazi.
Este
presente livro situa-se nos primeiros anos da 2ª Guerra.
Lisboa,
um homem olha demoradamente um navio que está prestes a embarcar para o El
Dorado, para o único local onde a salvação é possível: Estados Unidos.
Sem
esperanças de um visto e sem dinheiro para o bilhete, este homem sabe que a sua
vida depende de poder ou não embarcar. Sentindo-se vigiado , começa a
afastar-se do cais e apercebe-se que é seguido por outro homem, iniciando-se aí
uma narrativa pungente que aborda o amor de um homem pela sua mulher e uma
Europa devastada pela hipocrisia e pelo medo.
Não
vou dizer que achei o livro fenomenal. Lê-se muito bem porque, de facto,
Remarque foi um escritor de excepção, no entanto o relato aborda um assunto
muito debatido e escrito, existindo milhares de relatos semelhantes e com
centenas de protagonistas.
Gostei
mas não adorei.