Agatha
Christie é a escritora mais bem sucedida de sempre.
Autora
de centenas de romances e contos policiais, criadora do mítico Mr.Hercule Poirot,
Christie vendeu durante o século XX e XXI mais de 4.000.000.000 (quatro mil
milhões) de cópias, sendo que “As Dez Figuras Negras” é uma das suas obras
emblemáticas e aquela que, sozinha, mais vendeu, pois calcula-se que até aos
dias de hoje já se tenha vendido 100 milhões de cópias. São pois números
estratosféricos que representam, não apenas uma excepcional qualidade de
escrita como, e principalmente, uma aptidão para contar histórias,
desenvolvendo argumentos rebuscados e extraordinariamente complexos.
Título
baseado numa tradicional cantiga infantil inglesa, “As Dez Figuras Negras” foi
uma das obras que mais sucesso teve e uma das quais Agatha Christie mais
apreciava. Publicado em 1939, a história narra a presença de dez desconhecidos
que são atraídos pelo misterioso U.N.Owen, que possui uma mansão numa não menos
estranha ilha chamada Ilha do Preto situada na costa de Devon. Curioso que
nenhum desses dez personagens conhece pessoalmente esse U.N.Owen, no entanto, atraídos
por diversos factores, todos eles se deslocam para essa ilha.
Quando
lá chegam, são recebidos pelo mordomo que lhes comunica que Mr. Owen só chegará
no dia seguinte mas que lhe deu indicações precisas dos convidados e é no fim
do jantar que, quando todos estão refastelados pela boa comida e pelo bom
vinho, que uma voz misteriosa se torna audível, acusando-o, um a um, de serem
assassinos. Pouco depois, um dos convidados é assassinado e, á medida que o
tempo vai passando, a tenção aumenta com novos assassinatos, ainda por mais
quando se sabe que a ilha não tem qualquer esconderijo e está completamente
inacessível devido a um temporal…
Está
lançado o mote para cerca de 200 páginas de pura diversão literária onde a
essência do policial é-nos demonstrada.
Não
vou revelar mais nada, apenas que Agatha Christie demonstra todo o seu génio e
faz com que até aquele que não aprecia policiais, fique a gostar do género,
pois o livro está muito bem conseguido, tem uma imaginação fértil e, mais
complicado nos policiais, no fim tudo faz sentido, pese embora e a meu ver,
revele alguma ingenuidade e inverosimilhança que Christie perdeu durante a sua
carreira, ou seja, pese embora este seja um dos seus títulos de eleição, a meu
ver, não é dos seus melhores policiais.