Pese
embora não seja um grande fã de policiais ou thrillers (confesso que é um tema
que me é mais querido no cinema), de vez em quando gosto de enveredar pela
leitura de alguma obra do género que, de alguma forma, me tenha espicaçado a
curiosidade, e o certo é que até tenho lido livros muito razoáveis e sobretudo
que me têm entretido.
Este
“O Pacto”, foi um deles!
Como
pano de fundo temos a “instituição” que é o casamento e onde a autora, aqui e
ali, vai dissertando sobre várias questões acerca do mesmo. Pessoalmente achei
isso muito interessante, pois a autora não se limita a escrever uma história de
cariz policial, ela própria, servindo da profissão do protagonista, aborda o
casamento e várias das suas virtudes e defeitos, em simultâneo, que vai traçando
da enorme importância que o compromisso e o empenho têm num casamento dourador e
feliz. Ou seja, mais do que um mero romance policial/thriller, “O Pacto” foi-se
revelando quase como um mini manual de como levar um casamento para a frente de
forma feliz.
Em
todo o caso a história principal assenta em algo que me cativou e que é, no
desenrolar do livro, altamente perturbadora.
Imaginemos
que quando nos casamos, um dos convidados nos oferece uma prenda diferente
daquilo que comummente se oferece aos noivos. Nada de dinheiro ou electrodomésticos,
viagens, ou até casas ou carros, não, nada disso. Imaginemos que nos oferecem
um pacote que nos garante um casamento feliz e satisfatório para sempre com
aquele(a) que resolvemos casar.
No
mínimo interessante, não?
Pois
bem, esse pack contém um pacto onde o casal é “convidado” a entrar para um
grupo denominado “O Pacto”, jurando fidelidade a todas as alíneas/mandamentos e
jurando igualmente cumprir e aceitar as punições caso transgrida alguma dessas
regras.
Como
protagonistas principais temos Jake e Alice. Ele Psicoterapeuta e ela advogada. Ambos altamente entregues às
suas actividades profissionais e que desde o início do casamento levam esse
pacto na “desportiva”, no entanto, cedo se apercebem que o que aparentava ser
não é e que algo com contornos mais graves começam a surgir nas suas vidas
levando-os a um clima de medo e paranóia.
Pese
embora não tenha gostado do final do livro, acho que merecia um final diferente
e tinha todas as condições para o ter, foi um livro que me cativou e, pese
embora algumas incongruências no argumento, é um livro que tem um ritmo muito
elevado e que tem o condão de nos agarrar, pois quando nos apercebemos do
imbróglio onde Jake e Alice caem, ficamos sempre à espera do que se vai a
seguir.
Numa
escrita muito cenamatográfica (a Twentieth Century Fox já adquiriu os direitos
de adaptação para o cinema e se mudarem algumas dessas incongruências, têm tudo
para ter um sucesso em mãos), é uma obra muito interessante e que gostei de
ler, recomendado para quem gosta de um thriller algo diferente.