A Anabela do blog “Livros& Saltos”, blog de Qualidade, sendo um dos poucos Blogs que visito diariamente,
aceitou, simpaticamente, o meu repto para referir o Pior Livro que leu até ao
presente, algo que agradeço.
Para qualquer leitor torna-se
complicado mencionar um livro que efectivamente o irritou, pois é sempre complicado
admitir que há livros maus (não há que recear a palavra), que se tornam um
mistério do porquê da sua edição.
Em todo o caso é sempre uma
avaliação pessoal, onde a subjectividade depende de quem o lê.
Aqui fica a sua escolha:
Seria de esperar que quando me
perguntam qual foi o pior livro que já li a resposta tivesse de ser pensada
durante, pelo menos, uns minutos. Mas a verdade é que imediatamente me surgem
dois livros que li e que nunca me saíram da memória, de tão maus que eram. Um
era Zonas Húmidas, de Charlotte Roche. Foi tão mau que eu li-o todo em dois
míseros dias, devorei-o, só para ver até onde a autora conseguia chegar. Devo
dizer que foi bastante longe, que meteu hemorróidas e rodas de macas. Ainda
assim acho que é o outro que merece realmente o troféu de pior livro, apesar de
ser bem menos…nojento.
Esse livro é O País do Medo de
Isaac Rosa.
O livro em si até está
relativamente bem escrito. Entendam-me, o problema não são os erros (sim, há
livros com muitos, muitos erros) que ele não tem, ou uma escrita chata e
pasmacenta. A escrita é relativamente boa e acessível. Dá para ler.
O problema é realmente a
personagem principal. Esta obra conta a história de Carlos, um homem que tem
medo de tudo. No início da obra, os medos dele até parecem algo razoáveis: ser
assaltado, ser espancado, que raptem o filho…
O problema é a maneira como
esses medos vão sendo mostrados mais e mais e mais ao longo da obra.
Quando o filho começa a ter
problemas na escola, a história atinge um ponto de não retorno no que toca à
loucura. Carlos tem medo de tudo, começa a mentir para fugir das situações que
teme e isso só lhe cria novos medos que dão origem a mais mentiras e mais
medos.
Várias vezes neste livro tive
vontade de arrancar Carlos daquelas páginas, de o agarrar pelos ombros, de o
abanar, de lhe dar dois pares de estalos e lhe dizer para deixar de ser um
cobarde. Ele é tão medricas, a um ponto tão irritante, que a vontade que o
leitor tem é atirar o livro contra a parede, agredi-lo, já que não podemos
agredir Carlos.
E eu nem sequer terminei de
ler este livro. Estava demasiado irritada, com tanto medo.
Um livro que é capaz de dar um
ataque de nervos até aos leitores mais calmos e controlados.
Obrigada eu pela oportunidade. Gostei muito do tema da rubrica ;)
ResponderEliminarEu é que agradeço.
ResponderEliminarE fica atenta porque estou a pensar em criar uma temática que eu vou abordar e onde vou convidar, esporadicamente, um selecto grupo de bloggers.
Ok, fico à espera ;) e curiosa!
ResponderEliminar