Neste 4º volume, Ayla já é uma mulher responsável mas que busca o seu espaço no mundo e sobretudo junto daqueles da sua espécie.
Acompanhada de um homem que escolheu para parceiro, partem os dois em busca de uma terra a que possam chamar de lar e aí constituir família.
É extremamente complicado abordar a história deste livro porque fazê-lo significa desvendar obrigatoriamente vários factos que põem em causa outros factos que se descobrem no primeiro, segundo ou terceiro volume. A vida de Ayla é uma autêntica aventura no período Paleolítico, logo, um período em que muito há a descobrir, sobretudo ao nível da antropologia e geologia. Uma aventura que coloca em evidência a relação do Homem primitivo com o mundo que o rodeia e a percepção que o mesmo tem desse mundo e do lugar que ele começa a ocupar.
Ao nível geológico e antropológico, todos esses volumes são um manancial Histórico surpreendente e assaz rico. Desde o modo de vivência e relacionamento entre os membros das próprias tribos, até ao relacionamento entre os mesmos e interacção desses com o ambiente. Toda a viagem de Ayla dá-nos a conhecer vastos locais que hoje são perfeitamente identificáveis e, sabe-se, que Jean Auel foi bastante minuciosa e atenta às descrições que efectua, assim como bastante rigorosa na descrição do clima e das condições de vida daqueles primitivos povos.
Fazendo uma retrospectiva deste 4 volumes - "Clã do Urso das Cavernas", "Vale dos Cavalos", "Caçador de Mamutes" e "Planícies de Passagem" -, vendo todos estes livros apenas como sendo uma obra com o título "Saga dos Filhos da Terra", posso garantir-vos que se trata de um conjunto de livros muito interessantes, que se lêem com gosto e de uma forma compulsiva, tal a forma e o ritmo agradável e ávido que Auel utiliza na sua escrita. No entanto e enquanto eu aconselho principalmente os dois primeiros livros, já deixo algumas reservas no terceiro e já não recomendo o quatro.
Sobretudo porque o quarto título (também ele divido em dois volume), deveria ser um título que finalmente desvendasse algumas das muitas questões que Auel vai levantando nos seus antecessores. Questões essas que nos deixam na ânsia de ler para saber, porém é imensamente frustante muitas dessas questões ficarem sem resposta.
Por outro lado é nítida a saturação da escritora. A aventura parece não ter fim, é aborrecida. As zangas e as pazes entre Ayla e Jondalar são quase sempre iguais, as cenas de sexo repetem-se numa clara tentativa, frustada, de dar algum erotismo ao livro, no entanto e embora Auel use uma linguagem muito explicita, geralmente essas cenas não nos comovem rigorosamente nada.
Porém e embora me tenha desagradado bastante este livro, pois admito que também eu já estivesse saturado da obra - 6 volume são 2463 págs. -, sei que este título não fechou a saga, pois e posteriormente Auel ainda editou um outro livro com o nome "The Shelters of Stone" (2003) que nunca foi editado em Portugal e em muitos países, visto que o flop foi tão grande com os últimos títulos que, acharam as editoras, um novo título não seria vendável.
Tenho pena, pois e provavelmente teríamos a resposta a várias questões que ficaram no ar, logo, parte da minha crítica que me leva a classificar este volume como um mau livro, poderia sofrer uma grande atenuante, pois parece-me ser este "Planícies de Passagem" mais um volume intermediário e não um volume final.
Olha, quando ontem passei pela Fnac, encontrei estes livros =) Por curiosidade, folheei-os, e lembrei-me das tuas opiniões.
ResponderEliminarComo saga, cativa-me. Como livro, é frustante a tua opinião, mas também levei muito em conta o facto de um novo livro ter sido editado! Esse, talvez, seja realmente a continuação deste, portanto pode ser que a saga ainda possa ser salva.
Infelizmente, muitos livros não são publicados, e mesmo os poucos leitores ressentem-se.
Não gostei do facto de as desavenças serem repetitivas, prova um pouco a falta de inspiração da autora... Como dizes, torna-se aborrecido depois de uma saga relativamente grande...
Olá Iceman ;)
ResponderEliminarComo já disse esta saga parece-me muito interessante e é algo que já tenho na minha lista de compras.
Ainda não os consegui encontrar à venda infelizmente mas vou continuar a tentar.
Quanto ao livro em questão, deixa um pouco a desejar realmente. Quando assim é mais vale nem perder tempo. As tuas primeiras opiniões pareceram-me sem dúvida mais empolgantes e portanto é por aí que vou começar ;)
Viva Pedro.
ResponderEliminarSim, tenho poucas dúvidas que o tal livro que nunca foi publicado possa fornecer várias explicações e um desfecho à história.
Porém é inegável a saturação da autora, pois enquanto que no primeiro e segundo volume se notava um ritmo de escrita violento e emotivo, nos 3º e, principalmente, no 4º volume, esse ritmo cai a pique, entrando numa madorra irritante.
Eu tenho por hábito começar a ler obras com vários volumes apenas quando todos eles estão publicados. Quando iniciei a leitura desta obra julgava que era composta por estes 6 volumes. Só quando os acabei achei que muita coisa havia ficado por contar e após uma breve investigação, descobri que havia outro livro nunca publicado entre nós. No entanto sempre é possível comprá-lo através da Amazon em inglês: The Shelters of Stone (http://www.amazon.co.uk/Shelters-Stone-Earths-Children/dp/0340821965/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1220117087&sr=1-1)
Olá Sofia.
ResponderEliminarEncontras facilmente estas obras na Fnac. Pelo menos na Fnac que costumo visitar (Cascais Shopping), estão já na ala dos Romances Históricos, pois antes estavam na Fantasia.
Repito: os primeiros dois volumes são do melhor que li e não tenho dúvidas nenhumas que vais adorar. O 3º e 4º Volume (Caçadores de Mamutes), também deves gostar, pese embora não seja tão emocionante como os outros antecessores. Quandoao 5º e 6º volume, enfim, lêem-se bem, apenas isso.
Passa na biblioteca da tua zona, quase de certeza que o primeiro volume deve possuir.