Para a maioria das pessoas o nazismo foi um regime que se impôs na Alemanha e que, durante a 2ª Guerra Mundial, foi responsável pela morte de milhões de seres humanos em campos de concentração.
Embora essa ideia tenha um fundo de verdade, o sistema nazi não foi apenas isso, longe, a sua génese, os seus mecanismos e funcionamento moldaram uma imensa máquina política que se aproveitou de um contexto social para emergir da obscuridade, estando por detrás dele, algumas figuras influentes na época mas sobretudo, desconhecidos e homens desiludidos com a situação actual da Alemanha após 1ª Grande Guerra.
“Os Homens do Führer” dá-nos a conhecer algumas, as mais influentes diga-se, das figuras mais importantes do sistema, aqueles que ocuparam os lugares mais poderosos do partido e como chegaram a esses lugares.
Confesso que desconhecia por completo homens como Anton Drexler, Julius Streicher, Gregor Strasser, Robert Ley, Von Schirach ou Martin Borman, e mito menos o seu contributo. No entanto, e isso, na minha opinião é a mais valia da obra, para além de Ferran Gallego nos dar a conhecer essas figuras, explica a sua importância e a forma como eles foram subindo no seio do partido, as suas relações e jogos de influência.
Acima de tudo é claro que Hitler, que não é aqui analisado, não fez o partido sozinho. Ele de facto soube emergir enquanto líder fundamentalmente pela sua capacidade oratória, no entanto muito do trabalho da sua subida ao poder e do surgimento do partido, deveu-se em grande parte ao contexto social-económico da época e a outros homens que, na sombra, foram desbastando caminho ao Führer.
A análise de Ferran Gallego é exaustiva e minuciosa. O nazismo é explorado enquanto sistema que foi bem idealizado. Facilmente entendemos o que esteve por detrás do maior crime contra a humanidade.
Independentemente desse facto, goste da análise e fiquei consciente que aqueles homens acreditavam no que faziam e o que faziam era, numa fase inicial, para o bem da Alemanha que havia ficado tão maltratada e mal vista pós 1ª Grande Guerra, pese embora também tivesse existido homens que, a dado momento, não estiveram de acordo com a linha política e ambições do partido.
Uma obra altamente aconselhável para quem se interesse por História e Biografias.
8 comentários:
Esse é um livro que irei, certamente, ler mais brevemente possível. Um homem sozinho poderá construir nenhum império, mas precisa de alguém ao seu lado para manter esse mesmo império e é dessas pessoas que esse livro fala, por isso estou bastante curioso.
Interessante, sem dúvida.
É muito importante que se tenha consciência de que o Nazismo foi um fenómeno colectivo; uma vaga de fundo em que Hitler representou o papel de catalizador de ódios.
Dois grandes fenómenos profundos fizeram surgir essa vaga colectiva: o ódio aos judeus que remontava às grandes vagas de fugitivos da Inquisição, famílias judaicas refugiadas de países católicos que os expulsaram para as nações protestantes. Em segundo lugar, a estupidez do tratado de Versalhes que, no final da primeira guerra mundial humilhou a Alemanha que, depois de dilacerada pela guerra, era condenada a pagar indemnizações aos vencedores, para além de outras decisões prepotentes e humilhantes.
Hitler foi um grande assassino; o maior da História; mas não foi o único culpado.
Olá,
Busco por maiores iformações sobre o livro "Os Homens do Fuhrer", gostaria de saber se já chegou ao Brasil, e se chegou onde posso comprar??
Obrigado, desde já !!!
Viva Menphis!
Correctíssimo.
Olá Manuel.
Sobressai a forma como o Tratado de Versalhes teve enorme influência no surgimento do partido e da forma como ele foi dirigido.
Podemos afirmar que aqueles que impuseram o Tratado estiveram, de uma forma indirecta, por detrás dos actos dos Nazis.
Curioso, não?
Olá Jair.
Desconheço se já saiu ou se está para sair no Brasil.
Mas podes sempre procurar nos sites dos livreiros do Brasil pelo nome do autor.
Muito interessante, incluirei em minha lista de futuras leituras.
Admiro o seu blog, estou te seguindo e te linkei no meu blog:
http://escrevendoloucamente.blogspot.com
Se quiser retribuir o link, ficarei imensamente grata!
Beijos!
É verdade, Iceman; é uma triste e lamentável verdade... mas aprenderam a lição. Vê como na segunda guerra mundial mudaram de estratégia: em vez de humilhar o adversário, inventaram o Plano Marshall: ajudá-los para depois poder lucrar :)
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