Mais
uma Feira do Livro de Lisboa chega ao fim e, conforme tem sido habitué desde há
vários anos, a principal ilacção que tiro é: Mais uma moedinha, mais uma
voltinha!
Tenho
ido à feira desde sempre que me lembro ser gente. Pelas minhas contas, esta foi
a minha 28ª feira do livro e há muitos anos que não a vejo como o sítio para
adquirir livros ao melhor preço, mas sim um local onde se pode encontrar
algumas oportunidades interessantes, por isso é que são os alfarrabistas o meu
local de maior interesse.
Este
ano, uma vez mais dois grupos editoriais sobressaíram. Muito show off e pouco
sumo resultaram num amontoado de choças com n de colaboradores sorridentes e
vigilantes, pese embora as habituais portadas sonoras dos alarmes guardadas por
seguranças privados. Esses grupos, serviram-me apenas como ponto de passagem,
pois o meu interesse por esse show é nulo e nem os concertos de jazz me fizeram
lá estar por muito tempo. É impressionante a forma hostil como esses grupos
tratam as restantes editoras. Ali, quais todos poderosos representando a alta
burguesia, enquanto a ralé se encontra à parte, parecendo até ser uma feira
independente (e é).
No
entanto, confesso que este ano bati o recorde de idas no mesmo ano. Fui em
cinco ocasiões (a primeira logo no primeiro dia), quatro delas à noite. Muitíssimo mais
agradável e sossegado à noite. Está bem que não temos as vedetas autografadoras
e sorridentes, mas, em compensação, o clima é mais ameno, anda-se melhor e,
mais importante, temos tempo e espaço para folhear os livros e até conversar
com alguns colaboradores sobre livros e não só.
Mas
foi no espaço alfarrabista que encontrei os livros que acabei por comprar.
Antes, um pequeno à parte para a concertação que este ano houve entre eles. À descarada,
todos tinham os mesmos livros e, praticamente, ao mesmo preço. Coincidência não
foi com certeza. Em todo o caso acabei por adquirir as “Aventuras do senhor Pickwick” de Charles
Dickens (edição de 1962), a “Ratazana” de Gunter Grass, “A Ilha Debaixo do Mar”
de Isabel Allende e a trilogia “A Árvore do Céu” de Edith Pargeter (neste caso
na própria editora e a um preço de facto excepcional).
De
resto, andar para cima e para baixo acompanhado por farturas, ginjas de Óbidos
e gelados. Enfim, percebo que se trata da festa do livro e eu próprio comungo do
entusiamo que esta feira cria em todos aqueles que amam os livros, mas já não
me deixo levar pelo show off das editoras nem pelos supostas mega promoções que
a Hora H tanto apregoa, pois e este ano vi muitos livros em promoção na Hora H
que estavam mais caros que em algumas livrarias e nos alfarrabistas.
4 comentários:
Queria muito ter ido nesta feira. Vou ir a Portugal só em julho :/ enfim, deve ter sido muito bom! Tem todo mês?
Olá Iceman, ainda não tive oportunidade de ir a nenhuma feira do livro, com muita pena minha pois gostava de ver toda esta azáfama.
No entanto, acho que me ia perder mesmo nos alfarrabistas :)
Ultimamente tenho comprado em alfarrabistas. Primeiro porque sai mais em conta e depois agrada-me muito ter/ler um livro que já foi de outra pessoa :D
Em relação aos livros que compraste, já os fui pesquisar ;)
Olá Helena.
A Feira fechou portas no último domingo e agora só para o ano.
:)
Em todo o caso ainda vai haver a feira da Amadora e de Cascais, que considero também interessantes.
Olá Paula!
Sim, o meu principal ponto de interesse são precisamente os alfarrabistas e é aí que, geralmente, faço algumas compras.
Este ano tinham obras muito interessantes. A maioria já as tenho, mas havia ali dezenas de clássicos a preços que oscilavam entre os 3€ e os 5€.
Eu fiquei contente principalmente com a obra de Dickens, obra há muito fora de edição e muito dificil de encontrar. Os restantes são livros que estavam debaixo de olho, principalmente o de Grass.
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