É do
conhecimento comum que os Estados Unidos foram uma colónia britânica durante
muito tempo e que só em 1783 os Estados Unidos conseguiram a sua independência,
numa Guerra que durou 8 anos (1775-1783), guerra essa conhecida por: Guerra de Independência dos Estados Unidos,
Guerra Revolucionária Americana,
Guerra Americana da Independência,
ou simplesmente Guerra Revolucionária.
Confesso
que antes de ler este livro, a minha ignorância sobre o tema era altíssima,
pois julgava que se havia tratado de uma guerra entre soldados britânicos e
americanos, no entanto fui percebendo que houve implicações mais profundas e
com a participação de outras nações, casos da França, Holanda e Espanha, ou
seja, praticamente todas as potências militares da altura entraram ao barulho,
tornando assim este conflito uma espécie de Guerra Mundial.
Em
todo o caso esta opinião versa sobre este livro que tem como pano de fundo a
Guerra da Independência.
Bernard
Cornwell situa-nos em 1777 na cidade e arredores de Filadélfia. Os britânicos
ganham terreno e obrigam à fuga dos americanos. Na cidade ficam apenas os
lealistas e alguns patriotas que, embora não escondendo as suas opções,
convivem lado a lado com o inimigo em constantes tertúlias de uma hipocrisia
atroz. Obviamente que esse convívio fomenta traições e jogos políticos cujo o
autor é exímio na construção de toda uma narrativa que nos prende do principio
ao fim do livro.
Como
em todos os seus livros, ele vai construindo personagens de vários tipos de carácter.
Temos o herói, o vilão, os amigos do vilão, os amigos do herói,
enfim, uma panóplia de personagens fortíssimos que ajudam, e muito, a que nos
mantenhamos agarrados ao livro, pois nunca sabemos o que vai surgir a seguir.
Outra
imagem de marca de Cornwell, que faz com que o considere o meu autor preferido
no género do romance histórico, é a brutalidade e a forma viva como narra as
batalhas. Uma vez mais, sentimo-nos no campo de batalha, onde homens morrem de
forma atroz. São violentíssimas as descrições e, como em todos os seus livros,
dei por mim a ouvir as explosões, os gritos, os toques da corneta e os
relinchar dos cavalos. Confesso que é algo que muito me atrai neste autor, pois
ele não se limita a ser quase fiel aos factos históricos, consegue embelezar os
seus romances com descrições de batalhas como julgo terem sido, ferozes e
brutais.
Em
suma, já tinha saudades de um romance deste género e, pese embora não me tenha
preenchido de uma forma plena, sobretudo porque é uma época que não me sinto
especialmente atraído (prefiro romances históricos na Idade medieval), acabei
por o ler num ápice.
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