Que livro
fantástico!
Há
livros que se tornam viciantes à medida que avançamos na sua leitura e este é
um dos casos. Não apenas pela sua belíssima história, um misto de romance
histórico e thriller, como também pela arte literária do autor que tem o condão
de transformar em “poesia” qualquer frase que escreve.
Este
é um dos muitos livros que tinha na “pilha” de livros para ler há muito tempo.
Sabia que era unânime a sua Qualidade, pois basta navegar um pouco pela net
para perceber que todos os que o leram, o adoraram. No entanto, confesso, nunca
me espicaçou a curiosidade porque me parecia um livro que assentaria sobretudo
na questão judaica e, embora nada tenha contra, antes pelo contrário, é algo
que nunca me despertou a curiosidade por aí além, sobretudo neste caso quando
versava acerca de uma civilização que estranhamente teria tido como religião a
judaica.
Bom,
mas vamos por partes, pese embora não pretenda escrever muito.
Quem
foram os Khazares?
Sabe-se
hoje em dia que foram um povo de origem turcomana que dominou a região
centro-asiática entre os séculos VII e X. Desconhece-se com exactidão do porquê
de se terem convertido ao judaísmo, no entanto, e isso sucedeu, converteram-se
mesmo ao judaísmo sensivelmente no século VIII e porque é que escolheram essa
religião?
É
precisamente a questão Marek Halter lança e que, na minha opinião, explica de
uma forma lógica, num romance, a todos os níveis notável.
Saltando
entre o ano 950 e 2000, o autor é exímio em construir todo um trama
extremamente convincente que nos apaixona desde o seu início.
Na
época actual, ano 2000, temos o escritor Marc Sofer, também ele judeu, que se
vê envolvido nesse enigma e que é convidado a investigar a questão. Nessa investigação,
que o leva a Baku, capital do Azerbeijão, Sofer vê-se envolvido numa intriga
que envolve passado e presente e é quando se depara com um problema que faz
ressalvar a maleficência e a ganância humana em todo o seu esplendor, ganância
essa não olha a meios para atingir os seus fins.
Depois
o autor vai intervalando com o ano 950 e aí conhecemos o Khagan José, rei dos
Khazares, a bela Atex, sua irmã e um punhado de personagens que nos ficarão na
memória. Percebemos então porque escolheram a religião judaica e todas as
questões geo-políticas da região que levaram inclusivamente ao desaparecimento
dessa civilização e à tentativa, por parte dos russos, em fazer desaparecer
todos os vestígios da civilização Khazar.
Em
suma, um livro excepcional de um autor cuja escrita me encantou.
Actualmente
tenho mais dois livros dele nessa tal “pilha” e que estou mortinho para lhe
deitar a mão, pois é daqueles escritores que sabem aliar a genial escrita ao de
contador de histórias, algo que não é assim tão comum.
Altamente
aconselhável!
Sem comentários:
Enviar um comentário