A ”Ilha do Tesouro” é considerado como um dos grandes clássicos da literatura juvenil e, digo eu, muito justamente.
Muitos desconhecem, mas e inspirado nas histórias que o seu pai lhe contava na infância, Stevenson, já com 30 anos e consagrado como escritor, cria primeiramente um jogo para poder brincar com o seu enteado com o título de “ilha do tesouro”, jogo esse que tentava retratar uma busca a um tesouro mediante a consulta de um velho mapa. Daí nasce toda a aventura que dá depois origem ao texto que, numa fase inicial, Stevenson recusou a sua publicação, pois não lhe antevia grande sucesso. Até que e depois de muita insistência por parte de alguns amigos, a história é publicada em 1881 sob a forma de folhetim e com um título muito diferente: O Cozinheiro.
Longe estava Robert L. Stevenson de imaginar o enorme sucesso da obra que o havia de catapultar para a galeria dos Grandes Escritores.
A história é simples e destinada de facto aos mais jovens, ou seja, não é nenhuma metáfora ou foi escrito com segundas intenções. Este livro é mesmo um livro de aventuras.
Estamos no ano da graça de 17… (ele nunca especifica o ano) e, à velha hospedaria “Almirante Benbow”, chega um misterioso e mal encarado homem que, vendo a pacatez da hospedaria, acaba por ir ficando. Esse homem, que se tornava barulhento e conflituoso quando bebia, vivia permanentemente em sobressalto, parecendo estar a aguardar a chegada de alguém a qualquer momento. Acaba assim por “comprar” os serviços do jovem filho do dono da hospedaria, Jim Hawkins, no sentido de um rapaz estar alerta com a chegada de alguém com determinadas características físicas.
Entretanto e algum tempo depois, essa pessoa acaba por aparecer e, depois de uma violenta discussão, acaba por fugir, deixando o misterioso homem moribundo que, vamos a saber, se tratava de um famoso e perigoso pirata.
Jim Hawkins acaba, por mero acaso, por descobrir um velho mapa na arca que esse pirata havia deixado no quarto e, em conjunto com outros personagens, acabará por empreender uma louca viagem a uma distante ilha deserta em busca de um imenso tesouro.
Cheio de perigos, esta história é bastante cativante, contendo, e quero ressalvar precisamente isso, um rol de personagens fantásticos, de uma personalidade fortíssima que marcam de uma forma inegável todo o livro, e que na minha opinião, são o grande suporte da história e da fama que atingiu.
Por outro lado, Robert L. Stevenson é um mestre na forma como joga com as situações que vai criando. Desde o início que ele, para além de não perder o rumo e a coerência, consegue prender a atenção do leitor mediante situações empolgantes, onde o suspense e o mistério andam de mãos dadas.
Destinado realmente a um púbico mais jovem, penso ser este um livro que merece ser lido em qualquer idade, pois também ele tem a capacidade de nos fazer sonhar, algo como por exemplo é conseguido em “Peter Pan” e a sua Neverland.
Um dos grandes clássicos que enriquecem uma qualquer biblioteca privada e enobrecem a nossa alma.
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