segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Drácula – O Morto-Vivo – Dacre Stoker e Ian Holt



Como milhares de leitores, descobri a personagem Drácula no filme de Vicent Price de 1982. A par de um outro título, foi esse o filme responsável pela minha paixão por filmes de terror e, confesso, acabei por assistir ao Drácula com Bela Lugosi, filme que muitos consideram o primeiro grande filme do género e ainda hoje o clássico dos clássicos quando se aborda a personagem criada por Bram Stoker.

No entanto para quem ler o livro, depressa se apercebe que esse filme de 1931 está longe do original literário, sendo sim uma variante com poucos pontos em comum, sendo que, a meu ver Nosferatu, de 1922 se aproxima mais da obra literária. Em todo o caso e filmes à parte, é sobre a obra de Dacre Stoker e Ian Holt que me proponho a falar.

Simplesmente a pretensão desta obra é ser uma espécie de continuação, abençoada pela família Stoker, da obra literária de Bram…

A obra em si não está mal conseguida, no entanto, confesso, causa alguma estranheza ver, coabitar no mesmo romance, para além das personagens criadas por Bram Stoker, Jack “O estripador”, a condessa Elizabeth Bathory e outros que habitam nos anais da História.

O cenário é Londres, 25 anos depois dos acontecimentos descritos em Drácula. O casamento de Mina e Jonathan, completamente deteriorado, arrasta-se para o fim, enquanto o seu promissor filho, Quincey, se deixa deslumbrar pelo teatro sem a aprovação dos seus pais. O dr. Seward vive uma existência de vicios, enquanto Arthur Holmwood, vive atormentado pelo remorso e pela saudade da sua Lucy. Van Helsing, é agora um ancião doente e debilitado que se prepara para o seu confronto final.

É pois neste contexto que esta obra é escrita e não se julgue que está mal conseguida. Pessoalmente até gostei de seguir a narrativa, porém, para além de outros personagens que surgem, não achei grande piada às ligações que os autores pretenderam incluir. Por exemplo, os crimes de Jack O Estripador dá-se numa altura em que é escrita a narrativa de Drácula e os autores pretendem, simplesmente, dar a entender que Drácula e Jack são a mesma pessoa. Não é assim tão descabido como pode parecer, mas, enfim, penso que é algo forçado.

De notar, porém, que a maioria dos acontecimentos, segundo os autores, é aproveitada através de notas deixadas pelo próprio Bram Stoker que, pensa-se, tinha em mente uma continuação da obra. Porém o sucesso da obra em vida foi um fiasco e o próprio Bram Stoker deixou de lado essa pretensão. Ou seja, os autores dizem que simplesmente aproveitaram o que foi deixado nas notas de Bram Stoker para fazer esta continuação, até porque o objectivo deles é fazer uma espécie de ajuste de contas com o passado, pois a família Stoker perdeu os direitos de autor muito cedo e causa-lhes urticária os filmes que se fizeram baseados no livro.

Lê-se bem, mas deviam ter deixado Drácula como está. Esta continuação não faz jus ao clássico nem à personagem criada em 1897 e que anda hoje é lido por milhares de leitores.

sábado, 24 de outubro de 2015

Novo Romance de José Rodrigues dos Santos

É hoje um dos dias mais esperados do ano. Um dos dias que, confesso, anseio, pois já o admiti por diversas vezes, gosto dos livros de José Rodrigues dos Santos. Não são um primor literário, é um facto, mas são livros cujo conteúdo histórico muito me agradam e que se propõem a fazer um dos principais objectivos de uma obra literária: entreter.

Pois e desta forma e por muito que custe a muitos pseudo-imaginários-arrogantes-vedetas que se intitulam e julgam grandes autores, mas que vendem "meia dúzia" de exemplares e outros pseudos intelectuais, é o hoje que sai o novo romance de José Rodrigues dos Santos: As Flores de Lótus e uma coisa é certa: mais um sucesso.

Eu já o tenho!

sábado, 17 de outubro de 2015

Rapariga que Adorava Tom Gordon (A) - Stephen King

Não foram muitos os livros deste tema que li até à data, talvez porque é um género que não está associado à boa literatura.

Em todo o caso é raro o filme baseado nos romances de Stephen King que não gosto. Penso que é por isso que nunca fui um leitor dos seus livros, pois se vejo o filme acabo por perder um pouco o interesse em ler o livro, no entanto e desta vez enveredei pela leitura desta pequena obra e em boa altura o fiz.

Não se trata contudo de um romance, digamos, típico de King. Aqui o sobrenatural está praticamente ausente, no entanto o autor é exímio na construção de uma áurea de mistério que nos envolve do princípio ao fim, tendo apenas no seu epilogo uma explicação do conteúdo e porquê dessa áurea.

A narrativa é sobre uma menina de nove anos que se perde numa floresta de Nova Inglaterra. Tendo apenas uma mochila com alguma comida e um walkman que vai usando para ouvir rádio, Trisha começa a criar uma ilusão que a leva a imaginar que algo a está a seguir e é essa “coisa” que dá dinâmica à narrativa.

Gostei especialmente do ritmo e da forma suprema como King consegue criar essa áurea, dando-nos constantemente a sensação que é “agora” que vai acontecer algo que…