domingo, 24 de outubro de 2010

Longe do Meu Coração – Júlio Magalhães


Portugal é um país de emigrantes. Por diversas razões, são milhões aqueles que tentaram a sorte no estrangeiro e, pese embora tenha havido uma diminuição da emigração durante os anos 80 e 90 do séc. XX, o certo é que se continua a verificar, todos os anos, a saída de portugueses para tentar a sorte noutras paragens.

Os anos 50 e 60 assistem a um surto emigratório que abala a sociedade portuguesa. No espaço de 10 anos, mais de um milhão de portugueses emigram só para França, porém a debandada atinge países como o Luxemburgo, Suíça, Alemanha, Bélgica, Holanda e um pouco pelo resto do planeta, EUA, Brasil, Argentina, Venezuela, Canadá, Austrália, sem falar que para o continente africano muitos continuavam a tentar a sorte.

Mas de facto França foi o destino de eleição, o el-dorado, talvez também por ser o mais atingível.

Avançando no meio da escuridão, as pessoas passavam a fronteira de Vilar Formoso altamente vigiada pela polícia portuguesa e espanhola. E mesmo aqueles que tinham a sorte de chegar a França, esperava-os a travessia, a pé, dos Pirinéus onde muitos soçobravam.

Em Portugal, Salazar governava com mão de ferro e a PIDE castigava exemplarmente aqueles que eram apanhados a tentar sair do país. Um país que matava à fome o seu povo e que não o deixava ir à procura de outras oportunidades. A esses, aqueles que tentavam, designava-os de traidores.

É essa temática que aborda Júlio Magalhães em “Longe do Meu Coração”

O protagonista principal é Joaquim Narciso. Novembro de 1963, Aldeia de Memória, concelho de Leiria.

Com 19 anos, Joaquim vive fascinado pelas histórias que ouve contar de França e pelas cartas que a família recebe do irmão do seu pai, emigrado em França há alguns anos, e que fala em oportunidades, trabalho com fartura e onde se ganha muito bem, logo, totalmente o oposto do que se passava em Portugal. E é neste contexto que acompanhado do seu amigo de infância Albano Silva, decidem dar o “salto”.

E é terrível o que eles passam para chegar a França.

Fome, sede e frio, tratados como animais e obriga a andar fugidos, lá conseguem chegar a Paris e à localidade onde vivem os tios e quase todos os portugueses emigrados, uma zona chamada Bidonville e autodenominada “Capital portuguesa em França”.

A desilusão é enorme por constatarem que o que se ouvia em Portugal não correspondia à realidade. Porém Joaquim é um homem de carácter, honesto, sério e trabalhador e é na força do trabalho que irá vencer na vida.

Não posso dizer que adorei o livro e que me preencheu as medidas.

A escrita é muito simples, não exigindo qualquer esforço adicional para compreendermos o livro, no entanto em várias fases achei os diálogos e até alguns acontecimentos ingénuos a roçar até a leviandade. Algo que também não gostei foram algumas gralhas com que me foi deparando ao longo do romance. Num livro tão pequeno não se compreende tais gralhas, desconhecendo se as mesmas se devem ao autor ou a quem fez a revisão, mas que lá estão, estão.

Não gostei também da forma apressada como o autor construiu o livro.

Bem sei que isso é uma opção do escritor e que, e é um facto, a história é secundária face à realidade da emigração nesses anos, no entanto se assim é acaba por cair numa incoerência, pois parece-me que como tema havia muita matéria para desenvolver e que as suas pouco mais de 200 páginas acabam por dar uma imagem muito pálida de todas as dificuldades por que passavam as pessoas. Em relação à história, o autor centra-se demasiado na figura de Joaquim, existindo personagens ao longo do romance que são abandonadas ou que se fazem breves referências aqui e ali, como e por exemplo, o caso mais gritante é o do tio de Joaquim. Pessoa importante no salto de Joaquim e que depois pouco se vai sabendo. Honestamente penso que tanto a temática como a história mereciam maior desenvolvimento.

No entanto em tudo o resto o livro é muito bom e é realmente uma homenagem a todos os portugueses que tiveram a coragem de emigrar naquelas condições.

Uns venceram, outros, a maioria, não

No entanto tentaram. Não ficaram de braço caídos, reagiram a um país e um regime que nada lhes dava e tudo lhes exigia, e só por isso, são dignos de louvor e este livro fá-lo merecidamente.

Nota final para a carta que termina o livro.

Altamente emocional, descreve todo o livro e o sentimento de milhões de pessoas que tiveram e têm de sair do seu país que não lhes dá as melhores condições para viver.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Novidades "Editorial Bizâncio"


Título: Leonard Bernstein: A Intervenção Cívica de Um Músico Americano
Autor: Barry Seldes
Colecção: Vidas, 31
Págs.: 320
Preço: 16,00 €
Género: Biografia


Desde a sua retumbante estreia como maestro em 1943 até à sua morte em 1990, a carreira de Leonard Bernstein foi sempre repleta de êxito. Neste extraordinário e inovador relato da vida política do maestro, Barry Seldes analisa a sua carreira no contexto da América da Guerra Fria, das listas negras do Departamento de Estado na década de 1950, da sua voluntária exoneração da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, até ao humilhante documento que se viu forçado a assinar para reaver o seu passaporte, bem como a forma como Nixon procurou sabotar a sua carreira.
Recorrendo aos arquivos do FBI, até há pouco indisponíveis, bem como aos arquivos pessoais de Bernstein, o autor associa pela primeira vez os grandes êxitos artísticos do maestro à sua intervenção cívica. Uma obra amplamente acessível, profundamente documentada que nos permite uma melhor compreensão quer da carreira de Bernstein, quer da forma como, nos anos 50 e 60, a cultura americana estava indissociavelmente ligada ao poder político.




Título: O Jogador de Râguebi
Autor: Óscar Bustamante
Colecção: Montanha Mágica, 55
Preço: 14,00 €
Págs.: 288
Género: Romance

A passagem da adolescência para a idade adulta nunca foi fácil, mas, quando além disso se fica interno numa escola privada na Inglaterra do pós-guerra, a experiência pode converter-se num inferno.

António chega a Glee Hill, um colégio católico inglês, quando os seus pais decidem percorrer a Europa num esforço para salvar o casamento. O jovem chileno conhece o abandono e a rejeição por ser um estranho oriundo de um país inexistente para os seus novos companheiros. Durante aquele ano de exílio, vive a solidão e a ruptura das relações familiares com a forte convicção de que não pode continuar indiferente às temíveis verdades que pressente naqueles que o rodeiam. É no seu talento para o râguebi que António encontra uma arma para sobreviver e para se afirmar num mundo cheio de sinais confusos. Através dos laços que se tecem entre amigos e inimigos aprenderá que há vivências que nos fazem envelhecer num minuto e compreende que as suas consequências serão uma marca que carregaremos para a vida.



Título: Sexualidades em Portugal
Subtítulo: Comportamentos e Riscos
Autor: Manuel Villaverde Cabral (org.) / Pedro Moura Ferreira (org.) / Sofia Aboim / Duarte Vilar / Marta Maia
Págs.: 496
Preço: Euros 16,00 €
Género: Ensaio

Com que idade se inicia a actividade sexual?

A frequência da actividade sexual é considerada satisfatória?

Que comportamentos e estratégias preventivas são adoptados face ao risco das doenças sexualmente transmissíveis e nomeadamente do VIH?

Que papel têm os meios de contracepção e quais os mais usados?

Há diferenças significativas no comportamento das gerações mais velhas e das mais jovens?

O inquérito «Saúde e Sexualidade» – no qual se baseia o presente livro – é o resultado de um projecto desenvolvido no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, por uma equipa de sociólogos, e esclarece estas e outras questões sobre os comportamentos sexuais e preventivos da população portuguesa. O conhecimento das práticas sexuais, escolha de parceiros e dos meios de prevenção é um problema de saúde pública; as práticas sexuais, todavia, devem ser entendidas no quadro das relações sociais. É por isso imprescindível abordar os comportamentos sexuais considerando os valores e atitudes que rodeiam a sexualidade. A relação entre a sexualidade e o bem-estar do indivíduo é outra vertente abordada, não esquecendo o papel da contracepção, do aborto, das doenças sexualmente transmissíveis ou das disfunções sexuais. Um documento imprescindível para os profissionais de saúde, os estudiosos da sociedade portuguesa e o público em geral.



Título: Cozinha Fácil para Homens que não Sabem Estrelar um Ovo
Subtítulo: ou mulheres emancipadas
Autor: João Viegas
Págs.: 192
Preço: 19,50 €
Género: Culinária

Aqui não vai encontrar nenhum manual de Cozinha Portuguesa, Alentejana ou mesmo Açoriana. Dificilmente, também, irá dar de caras com aquele Cabrito à Padeiro ou o Pargo Assado no forno que era a especialidade da sua mãe, que, de acordo com a sua opinião, cozinha como nenhuma outra mulher à face da Terra. Em contrapartida, terá dezenas de receitas divertidas, modernas, saborosas, fáceis e com raízes e influências de muitas latitudes. Não garanto que a Carne de Vaca com Espargos e Molho de Ostras seja exactamente igual à que o último imperador comia com pauzinhos, mas uma coisa é certa... depois de saborear, e de repetir esta iguaria, vai sentir-se como um verdadeiro... imperador. Mais do que o purismo, privilegiei o sabor, o visual e a simplicidade. Que me perdoem os «fundamentalistas», mas com este livro não se pretende ganhar estrelas Michelin. O objectivo é transmitir o prazer que cozinhar nos pode dar (e aos amigos que convidarmos) e mostrar que a cozinha, mesmo a original, criativa, internacional e cosmopolita, não é nenhum «bicho de sete cabeças», e está ao alcance de todos nós.




Título: Ciência a Brincar 10: Ciência no Tempo dos nossos Avós
Autor: Dolores Alveirinho / Helena M. Tomás e Margarida Afonso
Págs.: 62
Preço: 9,59 €
Género: Divulgação de ciência

A importância de conhecer a nossa cultura e as nossas tradições é consensual entre todos os que se preocupam com o desenvolvimento harmonioso, tanto dos mais novos como dos mais velhos. Com o objectivo de dar a conhecer e de valorizar algumas das tradições do nosso país, apresenta-se um conjunto de actividades experimentais tendo por base as tradições, fundamentadas com explicações científicas simples. Embora se tenha consciência de que algumas das actividades requerem materiais que são de acesso menos fácil, procurou-se aproximá-las das tradições em que eram realizadas. Desta forma, valoriza-se e dá-se a conhecer, de forma mais explícita, as nossas tradições. As sugestões finais apresentam tarefas e materiais alternativos, bem como algumas informações, de forma a alargar o conhecimento sobre cada um dos temas.
Este livro destina-se não só a crianças, mas também a educadores de infância, a professores, a animadores, a pais e a avós e a todos aqueles que, em conjunto, queiram passar bons momentos de lazer, de comunicação, de transmissão e de troca de sabedorias antigas, tendo como pano de fundo a cultura e a ciência.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mulheres de D. Manuel I (As) – Maria Pilar del Hierro


O séc. XIV foi um século muito importante para o Mundo. Um século de importantes acontecimentos que mudaram para sempre a face do planeta assim como estiveram na origem de alterações sociais e culturais que impuseram o fim da época medieval e o começo da Idade Moderna.

Atente-se que é na época temporal documentada no livro que sucede o Descobrimento da América, do Brasil, do caminho marítimo para a Índia, a travessia do estreito de Magalhães, a expulsão dos judeus de Espanha, a conversão forçada ou expulsão dos judeus de Portugal, o tratado de Tordesilhas e tantos outros. Penso que em altura nenhuma da Humanidade tantos acontecimentos se sucederam num tão curto espaço de tempo.

Só por estes acontecimentos o livro deveria ter interesse bastante, no entanto a autora optou por centralizar-se na figura de D. Manuel I, deixando para cenários secundários todos esses importantes acontecimentos acima mencionados, porém, na minha opinião e embora no final fiquemos com uma ideia da vida de D. Manuel, penso que a autora não conseguiu explorar a vida do rei, acabando por o transformar também ele numa figura secundária.

Mas, dirão, o livro não é sobre as mulheres de D. Manuel?

Sim, é suposto ser!

D. Manuel, que aqui é caracterizado como um homem bom e apaixonado, casou com D. Isabel de Aragão, depois D. Maria (ambas filhas dos reis católicos) e, finalmente, D. Leonor, irmã de Carlos I de Espanha e sobrinha de D. Isabel e D. Maria.

Todos os casamentos obedeceram a propósitos políticos, porém a autora prefere dar-lhe um cunho pessoal, que até faz sentido, fazendo de D. Manuel um homem algo obcecado por uma figura de mulher comum às três que com ele casaram.

O livro centra-se de facto na vida destas três mulheres.

Cartas, que deduzo ficcionais, expõem um pouco das suas intimidades que ajudam a descobrir o ser humano por detrás das rainhas, no entanto há qualquer coisa que na narrativa não convence.

A explanação das suas vidas é algo sensaborona, tirando essas cartas que pouco contam, o resto é uma narrativa de capítulos muito curtos que apenas vão aflorando alguns dos acontecimentos da época. Ou seja, na minha opinião, a autora consegue a proeza de construir um romance onde tudo é secundário, onde nada ocupa uma posição de destaque, onde nada se destaca.

Findo o livro ficamos com uma ideia da época mas nunca com a imagem real do esplendor dessa época e sobretudo da grandeza e importância de Portugal. Veja-se que é no reinado de D. Manuel I que Lisboa passa de uma vila com pouca importância mercantil para uma das mais importantes cidades do mundo. Uma cidade que pululava de vida, de figuras importantes, altos dignitários das principais casas reais, uma cidade que recebia diariamente navios carregados de riquezas. Tudo isso é relegado para segundo plano.

Penso que a autora, mesmo centrando-se no propósito de escrever sobre as três mulheres de D. Manuel, poderia e deveria ter sabido explorar todo um manancial que estava à sua disposição. Foi pelo caminho mais fácil e elaborou um livro que se lê bem mas que não deixa grandes saudades.

Ponte Sobre o Rio Drina (A) – Ivo Andric


Mandada construir no séc. XVI pelo Grão Vizir Mehmed-Paxá, a ponte sobre o rio Drina simboliza a ligação do Grão Vizir à sua terra natal, pois, quando criança, havia sido arrancado à sua família pelos otomanos ao abrigo do imposto de sangue.

Situada na cidade de Visegrad, a ponte liga a Bósnia à Servia e é ela a principal personagem desta belíssima obra.

Ivo Andric descreve a concepção e construção da ponte (foi a fase que mais gostei) que vai ligar não só dois países como e principalmente duas culturas e duas religiões e, obviamente, é esse o problema de fundo que Andric vai explorando à medida que em volta de pequenos episódios quotidianos, a situação histórica e política dessa região se vai formando.

Achei encantador a forma como o autor vai ligando os acontecimentos, salpicados aqui e ali em lendas locais, à formação cultural e histórica da região à problemática religiosa e aos conflitos originados por constantes invasões. Sempre como fio condutor a ponte, Andric em pouco mais de 400 páginas desfila a origem da Bósnia e a turbulência que sempre abundou na região.

Uma excelente obra que nos ajuda a compreender a o porquê dessa região ser tão problemática.

Um belíssimo livro, muito bem escrito, envolvente, que descreve de uma forma primorosa a própria evolução das mentalidades, porém há algo que sobressai, por muita evolução que o ser humano possa ter, ele mesmo serás sempre um animal violento cujos instintos são selvagens.

Gracia Nasi – Esther Mucznik


A História dos judeus é uma história de violência e sofrimento causada pela suposta traição de Judas a Jesus Cristo (curioso ver agora que a História começa a perceber que não houve qualquer traição). Devido a isso, a religião cristã hostilizou todo um povo sendo curioso que Jesus Cristo era também judeu logo. A religião cristã, como tem sido seu apanágio, é incoerente.

No entanto esta é a explicação simples dessa ostracização. O que de facto tem sucedido é o povo judeu ser um povo altamente empreendedor, fazendo com que sobressaia nos negócios, nas artes e na cultura. Resultado disso, a influência económica e cultural que desde sempre souberam criar, tornando-os alvo de invejas e cobiça, pois são disso alvo aqueles que sobressaem em qualquer actividade. E a História refere várias famílias judias cujo império era imenso e que inclusive emprestaram dinheiro a reis e imperadores.

É precisamente o caso da família de Gracia Nási,

Casada em 1528 com Francisco Mendes, Gracia Nasi e todas as famílias judias são obrigadas a tornarem-se cristãs novas (marranas) por lei de D. Manuel em 1496 como contrapartida para casar com D. Isabel de Aragão. Caso não o fizessem seriam expulsos de Portugal, o que veio a suceder em milhares de casos.

Inicia-se aí todo um percurso que irão demonstrar os imensos interesses que estão por detrás dessas conversões forçadas e que levarão Gracia e sua família a fugtr do país.

Surpreendeu-me a força de Gracia Nasi na sua luta pelos judeus. Não me surpreendeu a imensa hipocrisia da religião Católica/cristã que é a grande culpada pelo atraso de séculos da ciência e, a meu ver, pela pobreza cultural e até financeira em que o país caiu desde o séc. XV.

Um excelente livro de uma Grande Pessoa, uma época grande mas de acontecimentos muito tristes.

domingo, 17 de outubro de 2010

Novidades "Europa-América"






Título: História Política de Portugal – 1910 a 1926
Autor: Douglas Wheeler
Colecção: Fórum da História
Preço: 30.74€
Pp.: 380

Edição comemorativa do Centenário da República
Edição actualizada, com novo prefácio e bibliografia aumentada

No breve espaço de tempo entre a monarquia constitucional (1834-1910) e o regime emergente da Revolução Nacional, em 1926, Portugal teve quarenta e cinco governos sucessivos. A primeira República foi o regime parlamentar mais instável da Europa Ocidental.
As hipóteses da sua sobrevivência eram poucas. O país sofreu com a desorganização económica e social sem precedentes, com a violência pública e com os constantes pronunciamentos militares-revolucionários. A desvalorização da moeda e a inflação foram, de longe, as piores dos tempos modernos. Por volta de 1926, restavam à República muito poucos apoiantes. É sobre este período turbulento que o Prof. Douglas L. Wheeler se debruça, nesta edição de História Politica de Portugal — 1910-1026, que inclui um novo e extenso prefácio e uma bibliografia actualizada e que pretende, assim, juntar-se ao centenário da implantação da República.


Professor jubilado de História na Universidade de New Hampshire, Douglas Wheeler é membro do Grupo Internacional de Conferências sobre o Portugal Moderno e teve funções de consultor no Departamento de Estado dos EUA sobre Portugal e África em 1974 e 1976. É também editor jubilado da revista Portuguese Studies Review e autor de várias obras sobre estas temáticas, incluido A Ditadura Militar Portuguesa — 1926-1932 (editada por Publicações Europa-América).



Título: Linhas das Mãos dos Famosos – Aprenda a Ler as Suas
Autora: Zila
Colecção: Millenium
Preço: 14.90€
Pp.: 144

A leitura das mãos revela os principais traços de personalidade e mostra os acontecimentos passados e futuros mais marcantes na vida de uma pessoa, sejam eles bons ou maus.
Num livro que responde a perguntas frequentes sobre o amor, a sorte, a riqueza e a saúde, Zila ensina a arte da quiromancia: as linhas principais, os formatos, a cor, os sinais mais frequentes, entre outros aspectos.
Fascinada pelo lado espiritual da vida e com um dom para ajudar as outras pessoas, Zila lançou um desafio aos seus clientes mais famosos e interessantes (Sofia Aparício, Manuel Luís Goucha, Merche Romero, Marina Mota, Toy, Fernando Alvim e o Dr. Fernando Póvoas, entre outros): revelar neste livro os segredos das palmas das suas mãos.
Zila, a quiromante dos famosos, é uma presença assídua em programas de televisão, nomeadamente na SIC Mulher, na SIC Radical (Curto Circuito), no 5 Para a Meia Noite (RTP2), em programas apresentados por Herman José e em programas na Rádio Cidade, entre outros. Estreia-se agora em livro, para partilhar o seu dom e revelar os segredos das mãos dos famosos.



Título: Escritos Íntimos
Autor: Charles Darwin
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Preço: 8.99 €
Pp.: 112

A presente colectânea de textos permite conhecer a personalidade de Darwin nos momentos cruciais da vida deste homem sábio, brando e humorado. Da carta que, nos seus tempos de estudante, envia ao seu pai, para que ele abençoe a sua viagem, até às notas escritas quando se tornou pai de família, o controverso teórico da evolução revela uma perfeita conduta de cavalheiro.
Antes do seu casamento, traçou um quadro no qual pesava os prós e os contras da cerimónia. Depois do enlace, Darwin corresponde-se com a sua mulher, que quer salvá-lo dos perigos do ateísmo.
O interesse destes textos não é somente conhecer as várias facetas de Darwin mas também remeter a escrita para uma zona de fronteira, onde a ciência confina com a intimidade. Pois a curiosidade científica de Darwin centra-se nele próprio ou nas pessoas que preza e que o rodeiam na vida quotidiana. Da primeira viagem às observações pacientes e ternas sobre o crescimento dos seus filhos, nestes textos íntimos, o sábio homem da ciência revela-se como ser humano.




Título: A História Mais Bela do Mundo
Autor: Rudyard Kipling
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Preço: 8.99 €
Pp.: 120

Por vezes restringida ao Livro da Selva e a contos humorísticos que escrevia para os filhos, a obra de Rudyard Kipling, autor galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1907, é em grande medida desconhecida. Em particular, o considerável corpus de contos e romances nos quais o seu espírito curioso, fazendo jus ao humor inglês, é certeiro.
N’ A História Mais Bela do Mundo, Kipling leva a crer que a inspiração surge dos detalhes mais prosaicos que só o artista pode transcender, que só várias coincidências e contingências dão azo a uma obra de arte e que a arte sublima o real e o maravilhoso ombreia com a ciência.




Título: Feliz Insucesso precedido de Cocorocó
Autor: Herman Melville
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Preço: 8.99 €
Pp.: 92

Herman Melville, sem dúvida o maior romancista americano do século XIX, não foi somente o autor de Moby Dick mas também de um grande número de obras-primas de vários géneros. Nestas breves prosas, Melville resumiu a profundidade e a refinada imaginação das suas obras maiores: os dois contos — publicados em revistas em meados de 1850, num dos períodos mais criativos de Melville — revelam um autor ora realista, que se deleita na sordidez e nos detalhes da América do seu tempo, ora fulgurante, forçando a escrita até ao delírio. Sob os sainetes de Melville, revela-se incessantemente um caleidoscópico conhecimento enciclopédico, que invoca vários aspectos da tradição, impregnados na acidez corrosiva do mundo moderno. Mistura explosiva de géneros que assenta na improvável transfiguração do real quotidiano, os contos oscilam ora entre a alegria e a resignação ora entre a salvação e o fracasso.




Título: Arte Contemporânea
Autora: Anne Cauquelin
Colecção: Saber
Preço: 9.50€
Pp.: 116

Arte Moderna, arte actual?

Actualmente confrontados com a enorme dispersão de locais de cultura, com a diversidade e com a quantidade cada vez mais significativa de obras apresentadas, bem como com o aumento do número de respectivas publicações, os cultores de arte têm a sensação de que, hoje em dia, se encontram desorientados face à irrupção de arte contemporânea. O que dizer sobre as obras de arte que talvez não o sejam? Ou melhor: como poderá dizer algo a respeito delas?
Esta obra permitirá ao leitor analisar, de uma forma concreta e em todas as suas esferas de representatividade artística, as obras de arte concebidas nos dias de hoje, para além de lhe mostrar que, a bem ou a mal, a nossa sociedade transformou-se numa sociedade cultural, o que teve, quer ao nível artístico, quer aos olhos do público, implicações revolucionárias.
Anne Cauquelin é uma reconhecida crítica de arte, pintora, filósofa, escritora e docente, tendo já publicadas, durante a sua longa carreira, obras incontornáveis como As Teorias de Arte e A Invenção da Paisagem.




Título: As Fobias – Agorafobia, Fobias Sociais e Fobias Específicas
Autores: Jean-Louis Pedinielli e Pascale Bertagne
Colecção: Saber
Preço: 9.50€
Pp.: 136

A fobia consiste num medo irascível de um objecto ou de uma determinada situação. Assim, a angústia é transferida para uma dimensão exterior à pessoa e passa a estar associada a algo existente nesse mesmo exterior, ao qual uma pessoa procura fugir.
Tendo em conta que as fobias podem estar relacionadas a qualquer tipo de objectos, a actual classificação pauta-se por três principais categorias: agorafobia, fobias sociais e fobias específicas.
Esta obra tem como objectivo descrever os fenómenos comuns a todas as fobias, ilustrar os quadros semiológicos com exemplos clínicos, fazer o balanço e o resumo de todas as teorias que visam dar uma explicação sobre a origem das fobias, seus mecanismos e consequências. A questão da terapia e da sua aplicação é aqui analisada — e o mesmo acontece na apresentação clínica e teórica —, tendo sempre em conta a diferente abordagem das teorias psicanalíticas e das teorias cognitivo-comportamentais.
Jean-Louis Pedinielli é professor de Psicologia Clínica e de Psicopatologia na Universidade da Provença. Pascale Bertagne é uma conceituada psiquiatra.



Título: A Rainha dos Malditos — I
Autora: Anne Rice
Colecção: Obras de Anne Rice
Preço: 21.09
Pp.: 272
* Relançamento com nova capa

A continuação de Entrevista com o Vampiro e O Vampiro Lestat.
A viagem de Lestat até uma caverna numa ilha grega desperta Akasha, rainha dos malditos e mãe de todos os vampiros, do seu sono de seis mil anos.
Desperta e sedenta de sangue, Akasha traça o seu maléfico plano para dominar o mundo dos vivos.
Num concerto em São Francisco, Lestat ignora que entre os fãs há centenas de vampiros dispostos a destruí-lo por ter revelado a condição dos seus semelhantes.
Um misterioso sonho é partilhado por um grupo de homens e vampiros. Quando todos se aproximam, o sonho torna-se mais claro e tudo aponta para uma tragédia indescritível.
Anne Rice é a autora consagrada de vários best-sellers na área da literatura de fantasia e gótica. Entre êxitos como A Rainha dos Malditos e A Hora das Bruxas, alcançou a notoriedade com Entrevista com o Vampiro, um clássico que redefiniu a literatura de vampiros e foi adaptado ao cinema por Neil Jordan.


Título: O Coleccionador de Chuva
Autora: Julia Stuart
Colecção: Contemporânea
Preço: 22.25 €
Pp.: 244

Balthazar Jones vive na Torre de Londres com a sua esposa, Hebe, e com a Sr.ª Cook, uma tartaruga centenária, e é um dos guardas do histórico local. (Sim, alguns beefeaters vivem na Torre.) E não é tarefa fácil ser guarda numa das maiores atracções turísticas de Londres.
Entre as estranhas personagens que habitam o labirinto de casas antigas e escadas em caracol, contam-se Ruby Dore, a dona do bar Rack & Ruin, que ficou a saber que está grávida; o reverendo Septimus Drew, um inveterado solteirão que ninguém sonha que tem um carreira de êxito como escritor de livros eróticos; o galante tratador de corvos que só pensa em vingar a morte de um dos seus queridos animais; Valerie Jennings, a melhor amiga de Hebe, que está apaixonada pelo pica-bilhetes Arthur Catnip; e o fantasma de Sir Walter Raleigh, cujos ruidosos passeios nocturnos e vício do tabaco perturbam o merecido sono dos habitantes da Torre.
A paixão de Hebe e Balthazar, outrora forte, enfraqueceu desde a morte do filho do casal. Hebe consola-se com o seu trabalho na Secção de Perdidos e Achados do Metro de Londres, onde devolve objectos perdidos aos seus donos (entre malas e chaves, contam-se estranhas preciosidades como um óscar de Dustin Hoffman, 157 dentaduras e um cofre inviolável). Balthazar não derramou uma lágrima desde o trágico incidente, e Hebe está cada vez mais distante do marido.
O casamento está por um fio quando a rainha confia a Balthazar a tarefa de conceber um jardim zoológico na Torre, para abrigar as estranhas oferendas peludas e de quatro patas que os dignitários estrangeiros oferecem à monarca. É então que o dia-a-dia na Torre se torna muito agitado. Os pinguins fogem e as girafas são roubadas. E Balthazar está em apuros. E, como se não bastasse tudo isto, a sua querida tartaruga desaparece e Hebe abandona-o. Nestas circunstâncias, o que pode fazer um guarda da Torre de Londres?
Com o humor das obras de Alexander McCall Smith e para todos aqueles que apreciaram Chocolate, de Joanne Harris, O Coleccionador de Chuva é uma obra tão refrescante e optimista como O Fabuloso Destino de Amélie, de Jeunet e Caro.

Julia Stuart é autora d’ O Casamenteiro de Périgord (Publicações Europa-América, 2008), obra muito elogiada por Joanne Harris. É jornalista e vive no Bahrein. É reconhecida pela criação de enredos originais e de personagens excêntricas e fantásticas.

Título: Nasci para Nascer
Autor: Pablo Neruda
Colecção: Grandes Clássicos do Século XX
Preço: 24.98€
Pp: 320

A presente obra complementa o retrato humano, social e poético do autor, que nos foi oferecido no seu livro de memórias Confesso que Vivi. É formada por diversos cadernos, agrupados por estilos que variam entre a carta, a palestra, o poema e a narrativa de viagem, e temas que vão desde a divagação poética, viagem efectuada pelo autor ao fundo de si mesmo, até ao relato de
experiências vividas ou ao discurso sobre o papel social do poeta. A última parte do livro refere em especial a situação política no Chile.
É, sobretudo, um retrato psicológico do autor, mas um retrato instantâneo, com toda a verdade e naturalidade que a ausência de pose determina.

Título: Eurico, o Presbítero
Autor: Alexandre Herculano
Colecção: Clássicos
Preço: 18.50€
Pp.: 192
Edição comemorativa do bicentenário do nascimento do autor

«Um livro português de irradiação talvez só comparável à que Os Lusíadas conheceram, guardadas as devidas proporções do género, grandeza e lugar, na essência da nação, como vade-mécum dos seus filhos.» VITORINO NEMÉSIO

Obra paradigmática do Romantismo português e poema épico em prosa, Eurico, o Presbítero, é a obra magistral de Alexandre Herculano. Introdutor do romance histórico consagrado por Walter Scott, Herculano narra a triste história de amor de Hermengarda e de Eurico.
Na Espanha visigótica do século VIII, Eurico, que outrora reprimira rebeliões na Cantábria, entrega-se ao sacerdócio por não poder desposar Hermengarda. Por fim, quando vê a sua pátria ameaçada, Eurico converte-se no valoroso e enigmático Cavaleiro Negro, conquistando a admiração dos Visigodos.
A presente edição integral, comemorativa dos duzentos anos do nascimento do autor, conta com uma nota biográfica, uma panorâmica geral da obra do autor e uma análise de Eurico na produção literária de Alexandre Herculano. Inclui ainda apreciações críticas de Oliveira Martins e de Moniz Barreto.

Título: Liberte o Génio que Há em Si
Autora: Debra Lynne Katz
Colecção: Biblioteca do Desenvolvimento Pessoal
Preço: 19.90€
Pp.: 224

As técnicas de Katz são totalmente claras como quartzo — e o melhor de tudo é que elas são eficientes! In New Age Retailer (crítica relativa à obra Extraordinary Psychic)

E se tivesse o poder de fazer com que os seus sonhos fossem realidade.
Quer deseje ter mais dinheiro, uma relação amorosa, um lugar extraordinário para viver, o seu próprio negócio, quer anseie por uma vida mais alegre e apaixonada, Liberte o Génio que Há em Si mostrar-lhe-á como conseguir tudo o que imaginou vir a ter um dia!
Debra Lynne Katz apresenta ao leitor técnicas simples e eficazes para ultrapassar os obstáculos emocionais e espirituais de forma a alcançar o sucesso. Cada capítulo foi concebido no sentido de ajudá-lo a mudar a sua onda energética para uma energia saudável e clarividente, e a aplicar diariamente as várias técnicas aqui apresentadas.
Tenha a vida com que sempre sonhou graças a este guia inovador!
Liberte o Génio que Há em Si é uma obra concebida para aqueles que estão familiarizados com A Lei da Atracção ou Para Além do Segredo (Publicações Europa-América), mas que ainda se deparam com os obstáculos que teimam em persistir ou com objectivos que ainda não conseguiram alcançar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Novidades "Esfera dos Livros"


Título: Longe do meu Coração
Autor. Júlio Magalhães
Colecção: Romance
P.V.P: 18 €
Páginas: 220 + 8 extratextos
Data de Distribuição: Outubro

Sinopse: Joaquim não queria acreditar no que os seus olhos viam. Tinha saído a salto de Portugal, viajado apertado em camionetas de gado, andado quilómetros e quilómetros a pé, à chuva e à neve, quase tinha perdido a vida nos Pirenéus e agora estava ali. Na capital portuguesa em França. O sítio onde, todos lhe garantiam, podia enriquecer e concretizar os seus sonhos. Mas o que via era um bairro de lata. Sentia os pés enterrarem-se na lama.
Olhava para as barracas miseráveis e para os fardos de palha que faziam as vezes de uma cama. Mas, Joaquim não estava disposto a baixar os braços.

Em Longe do meu Coração retrata com mestria e realismo, o quotidiano dos portugueses que partiram em busca de uma vida melhor, sonhando um dia regressar ricos à terra que os viu partir pobres. Para Joaquim, Portugal estava longe. Era ali, em França, na terra que lhe dava de comer, que queria vingar, que prometia, à força do seu trabalho, derrubar fronteiras e preconceitos. O plano estava traçado. Iria abrir uma empresa de construção, com o seu amigo
Albano, enriquecer e, depois de ter casa montada com carro com emblema no capô, estacionado à porta, iria pedir a mão da sua Françoise, a professora de Francês que lhe abriu o mundo das letras e do amor.

Mas, cedo Joaquim vai descobrir que há barreiras difíceis de ultrapassar.







Título: Mulheres que Amaram Demais
Autor: Helena Sacadura Cabral
Colecção: História Divulgativa
P.V.P: 24 €
Páginas: 240 + imagens das 9 mulheres
Data de Distribuição: Outubro

Sinopse: O amor é um conceito intrigante. Existem diversas formas de amar, diferentes objectos de amor, formas díspares de viver e sentir este sentimento universal.

São mulheres que, durante o século XX, algumas delas muito à frente do seu tempo, amaram sem limites, nem preconceitos, desafiando convenções e modelos estabelecidos, entregando-se de corpo e alma à sua paixão. Depois do enorme sucesso de As Nove Magníficas, Helena Sacadura Cabral apresenta-nos Mulheres que Amaram Demais.
Marie Curie amou a ciência acima de tudo, Gabrielle Chanel, a moda, Marguerite Yourcenar, a sua literatura, a extravagante Gala Dalí entregou-se à arte, Jacqueline Kennedy Onassis viveu sempre perto de homens de poder, a misteriosa Wallis Simpson deixou-se fascinar pelo estatuto e pela riqueza, Golda Meïr amou a terra, o povo e um projecto político, a actriz Marlene Dietrich amou homens, mulheres e a sétima arte, já Madre Teresa de Calcutá entregou-se a Deus e ao outro, sem limites.
É a história destas extraordinárias mulheres, o modo como se entregaram ao amor físico, carnal, erótico e sensual, como viveram ao lado de homens e mulheres, companheiros que nunca lhes fizeram sombra, mas que serviram os seus propósitos, a forma como perseguiram os seus objectivos profissionais e de vida.

domingo, 10 de outubro de 2010

Concurso de Contos


É com enorme prazer que o Blog NLivros se associa ao Concurso de Contos, concurso realizado pelo Blog "Que a Estante nos Caia em Cima".


As regras são simples:


1) Ter entre 750 e 1500 palavras, com uma pequena margem de erro (se tiver 1500 e qualquer coisa não morre ninguém).

2) O texto tem que ser enviado num ficheiro Word, ou PDF, com letra Arial, de tamanho 12.

3) E o tema é livre!

Nota para a imagem do Concurso, belíssima!


Não deixes de participar!

Os Thibault – Roger Martin du Gard (DESISTÊNCIA)


Adoro ler obras que são consideradas clássicos.

Em todas elas acabo por entender do porquê dessa apreciação, efectuando sempre leituras atentas, vivendo a época em questão.

Em muitas delas fiz amigos aos quais já voltei em algumas ocasiões como é o caso de “Guera e Paz”, “Crime e Castigo”, “D. Quixote”, “Os Maias”, “Conde de Monte Cristo”, “Os Miseráveis”, entre outros. A eles voltei sempre com alegria, sendo que há uns que já os reli por cinco vezes.

Os Thibault é considerado a obra prima de Roger Martin du Gard (1881-1958), Prémio Nobel em 1937, hoje em dia autor esquecido.

Ouvi falar desta obra por intermédio de um idoso que leu milhares de livros em toda a sua vida e que, dono de uma bagagem literária enorme, afirmava ser os Thibault um dos livros da sua vida.

Encetei então uma procura da obra, descobrindo a mesma ter sido editada em Portugal pela editora Livros do Brasil entre 1960 e 1965 e depois reeditada em 1982. Contactei a editora e, debalde, apenas me arranjavam o 3º volume.

Passei então ao contacto com alfarrabistas e, algumas semana depois, eis que um alfarrabista do Porto me contacta informando que possui os 3 volumes em estado algo debilitado e, mesmo nesse estado, iniciei a sua leitura assim que os fui levantar aos correios.

O entusiasmo foi-se esfumando logo nas primeiras páginas e, julgando ser do momento, resolvi parar e guardar a leitura para um dia em que me sentisse ainda mais entusiasmado.

Três anos depois, mais concretamente na semana passada, voltei a pegar na obra e, 200 páginas depois (de 400 e tal) desisti.

Por norma é raro desistir de algum livro. Já o tenho feito, mas e mesmo que não esteja a gostar, vou intervalando com outros livros. Este primeiro volume dos Thibault simplesmente não consegui tal o enfado que me estava a provocar.

A história começa em França (Paris) no final da primeira década do séc. XX e é suposto narrar a sociedade da altura retractada nas famílias Thibault e Fontanin.

A narrativa é muito parada, deslocando-se praticamente entre as habitações destas famílias em diálogos que não levam a lado nenhum, denotando sim uma grande componente religiosa e, para minha surpresa, uma forte alusão ao homossexualismo.

De resto pouco ou nada se vai passando, pouco ou nada se desenvolve.

Estou certo que uma obra que ultrapassa as 1000 páginas deve conter alguma beleza e mensagens que faz dela um clássico, no entanto não é agora que vou descobrir, talvez o faça daqui a uns 30 anos, mas não agora.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Novidade "Saída Emergência"


Título: Royal Flash
Autor: George MacDonald Fraser
Género: Romance Histórico
Páginas: 272
PVP: 18,85€
Data de Lançamento: 01 de Outubro de 2010

Sinopse: A sua cobardia só é comparável à sua cara de pau. Harry Flashman tem tudo para ser o maior herói do Império Britânico.
E esta é a sua odisseia!

Dos salões vitorianos de Londres às fronteiras exóticas do Império, prepare-se para conhecer o maior herói do seu tempo (raios, de todos os tempos!)

Após o seu regresso do Afeganistão como herói de guerra, Flashman vê-se envolvido com a bela e perigosa Lola Montez e o malévolo Otto Von Bismarck numa batalha de engenhos que irá decidir o destino de um continente. Dando início a uma aventura épica, o nosso galã embrulha-se numa sucessão desesperada de fugas, disfarces, encontros amorosos e combates singulares que atravessam os salões de jogo e masmorras de Londres para culminar nas salas de trono da Europa.
Será que os talentos de Flashman irão salvar o nosso sortudo cobarde das garras de Otto Von Bismarck e da bela Lola Montez?







Título: A Eleita de Kushiel
Autor: Jacqueline Carey
Género: Lit. Fantástica
Páginas: 368
PVP: 19,85 €
Data de Lançamento: 1 de Outubro de 2010

Sinopse: Terre d’Ange é um lugar de beleza sem igual. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa… e que a raça resultante do amor entre anjos e humanos se rege por uma simples regra: ama à tua vontade.
Phèdre nó Delaunay foi vendida para a servidão em criança. O seu contrato foi comprado por um fidalgo, o primeiro a reconhecê-la como alguém atingido pelo Dardo de Kushiel, eleita para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. Ele adestrou Phèdre nas artes palacianas e nos talentos de alcova — e, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar.
Quando tropeçou numa trama que ameaçava os próprios alicerces da sua pátria, ela abriu mão de tudo o que lhe era mais querido para salvá-la.
Sobreviveu, e viveu para que outros contassem a sua história, e se eles embelezaram o conto com tecido de mítico esplendor, não ficaram muito aquém da realidade. As mãos dos deuses pousam pesadamente sobre a fronte de Phèdre, e ainda não deram a sua missão por terminada. Embora a jovem rainha que jaz sentada no trono seja bem amada pelo povo, há quem creia que outro deveria usar a coroa… e aqueles que escaparam à ira dos poderosos ainda não acabaram as suas tramas de poder e vingança.


Título: Sangue Felino
Autor: Charlaine Harris
Género: Horror / Lit. Fantástica
Páginas: 288
PVP: 17,85 €
Data de Lançamento: 1 de Outubro de 2010

Sinopse: Traída pelo seu namorado vampiro de longa data, Sookie Stackhouse, empregada de bar do Louisiana, vê-se obrigada não apenas a lidar com um possível novo homem na sua vida (Quinn, um metamorfo muito atraente), mas também com uma cimeira de vampiros há muito agendada. Com o seu poder enfraquecido pelos estragos do furacão em Nova Orleães, a rainha dos vampiros locais encontra-se em posição vulnerável perante todos aqueles que anseiam roubar o seu poder. Sookie vê-se obrigada a decidir de que lado ficará. E a sua escolha poderá significar a diferença entre a sobrevivência e a catástrofe completa...

«É impossível não adorar a sensual e vivaz Sookie, certamente uma das heroínas mais cativantes a guiar-nos pelo mundo das trevas em muito tempo. Possivelmente desde sempre.» - BOOKPAGE



Título: Sonho Febril
Autor: George R. R. Martin
Género: Literatura Fantástica
Páginas: 400
PVP: 19,61€
Data de Lançamento: 01 de Outubro de 2010

Sinopse: Rio Mississípi, 1857. Abner Marsh, respeitável mas falido capitão de barcos a vapor, é abordado por um misterioso aristocrata de nome Joshua York que lhe oferece a oportunidade única de construir o barco dos seus sonhos. York tem os seus próprios motivos para navegar o rio Mississípi, e Marsh é forçado a aceitar o secretismo do seu patrono, não importando o quão bizarros ou caprichosos pareçam os seus actos.

Mas à medida que navegam o rio, rumores circulam sobre o enigmático York: toma refeições apenas de madrugada, e na companhia de amigos raramente vistos à luz do dia. E na esteira do magnífico barco a vapor Fevre Dream é deixado um rasto de corpos… Ao aperceber-se de que embarcou numa missão cheia de perigos e trevas, Marsh é forçado a confrontar o homem que tornou o seu sonho realidade.



Título: O Homem do Castelo Alto
Autor: Philip K. Dick
Género: Ficção Científica
Tradutor: David Soares
Páginas: 288
PVP: 18,85€
Data de Lançamento: 01 de Outubro de 2010

Sinopse: Estamos em 1962. A Segunda Guerra Mundial terminou há dezassete anos e a população já teve tempo de se adaptar à nova ordem mundial. Mas não tem sido fácil: o Mediterrâneo foi drenado, a população de África foi eliminada e os Estados Unidos da América divididos entre nazis e japoneses.
Na zona neutra que divide as duas superpotências vive o homem do castelo alto, autor de um bestseller de culto, uma obra de ficção que oferece uma teoria alternativa da história mundial em que o Eixo perdeu a guerra. O romance é um grito de revolta para todos aqueles que sonham derrubar os invasores. Mas poderá ser mais do que isso?
Subtil e complexo, O Homem do Castelo Alto permanece como o melhor romance de história alternativa jamais escrito.


NOVIDADES "CHÁ DAS CINCO"




Título: Liga-me
Autor: Sarah Mlynowski
Género: Literatura Romântica
Páginas: 240
PVP: 18,85€
Data de Lançamento: 22 de Outubro de 2010

Sinopse: Devi desperdiçou três anos da sua vida a namorar com Bryan - o bonito, adorável e pulha do Bryan. Devi afastou-se dos amigos, desleixou-se nos estudos, não se juntou a clubes… e como Bryan acabou com ela mesmo antes do baile de finalistas, não lhe sobrou nada. Nem mesmo um telemóvel – deixou cair o seu numa fonte. Agora só liga para um número… o seu! E quem atende é ela própria… três anos mais nova!
Mal recupera do choque e convence a sua versão mais nova de que não está doida, Devi apercebe-se que tem uma oportunidade de ouro. Pode dizer ao seu “eu” mais jovem todas as coisas certas a fazer… porque ela própria já fez todas as erradas! Se a jovem Devi aceitar os seus conselhos, pode manter os amigos, candidatar-se a uma boa universidade, tornar-se uma estrela, e mais importante, poupar-se ao desgosto amoroso de Bryan!
Mas a Devi de 14 anos já não tem tantas certezas. Ela gosta de Bryan. É feliz. Mas a quem melhor dar ouvidos do que ao seu futuro “eu”?

domingo, 3 de outubro de 2010

Sociedade Medieval Portuguesa (A) – A.H. de Oliveira Marques


Curioso e até ridículo como há obras literárias escritas em Portugal e por portugueses que se perdem no tempo, sendo hoje em dia totalmente desconhecidas para os leitores, sobretudo obras de valor cultural importante que nos dão a conhecer o fundamento do nosso povo.

Publicado em 1963 e agora lançado numa 6ª Edição, “ A Sociedade Medieval Portuguesa” de – A.H. de Oliveira Marques, foi um livro muito procurado até aos anos 80 como atestam as edições sempre esgotadas.

Apelidado de “Uma Bíblia”, é fácil perceber essa denominação quando nos embrenhamos na leitura.

Sendo a Idade Medieval a minha época histórica favorita, foi com muito entusiasmo e expectativa que me lancei na leitura desta “velha” obra (desconhecia o ano da 1ª edição), devorando as suas pouco mais de 300 páginas num único dia.

Assente sobretudo em sugestões e hipóteses encontrados em alguns ensaios, monografias, documentos e alguns estudos, o autor traça-nos um retracto viva da vida quotidiana da época medieval em Portugal, nomeadamente entre os sécs. XII e XV.

A informação da época é pouca, mas e através de vários documentos, registos e tradições, o autor efectua uma análise rica e detalhada sobre vários aspectos da sociedade medieval portuguesa que vão da alimentação ao vestuário, passando pela habitação, higiene e saúde, trabalho, crenças, cultura, distracções e morte.

Nelas é explorado os vários contextos sociais que estavam por detrás desses aspectos e que levavam até eles (contextos), assim como as influências exteriores que ajudaram a moldar a forma como se agia e se comportava.

Uma obra extraordinária que apresenta com clareza as várias temáticas da vida medieval assim como, e não posso deixar de assinalar, as várias ilustrações retiradas de documentos da época.

Uma obra que aconselho a quem goste de História, pois nela irá descobrir como se vivia no Portugal medieval.