Definitivamente não vou “á bola” com David Lodge. Há tempos li a “Terapia”, livro mundialmente conhecido e reconhecido como sendo um livro hilariante e não sei que mais, mas o certo é que não dei mais de 3 estrelas e por algumas gargalhadas que me arrancou.
Neste "O Museu Britânico ainda vem abaixo”, enfim, tem menos qualidade do que “Terapia”.
A história é a seguinte:
Anos 60, um jovem casal, que segue direitinho os mandamentos do catolicismo, vive um dilema ou poderemos dizer um drama: Não consegue ter uma vida sexual feliz e agradável. E tudo porquê? Porque a igreja é contra o preservativo e outros métodos contraceptivos e, vai dai, o casal só tem relações em determinados dias e dependente da temperatura da mulher, pois há que ter a certeza que não está na fase da ovulação.
Para piorar o cenário, descobrem ou desconfiam que, depois de uma farra em casa de uns amigos e depois de chegar a casa, tiveram relações sexuais. No entanto não têm a certeza, logo e se tiveram, quer dizer que correm o perigo de ela estar novamente grávida. Resta acrescentar que já têm 3 filhos e uma hipotética gravidez iria alterar, e muito, a estabilidade familiar.
Ora bem, não pretendo escrever uma opinião longa porque simplesmente este livro não a merece, no entanto tentarei efectuar uma pequena análise ao livro.
Este livro é acima de tudo uma “boca” de Lodge às regras arcaicas do catolicismo.
Logo na introdução, o próprio Lodge vai uma breve descrição do que era a vida dos casais católicos nos anos 60, casais esses onde ele e a mulher se incluíam. Logo e embora ele desminta, parece-me que este livro é mais uma dissertação das suas angustias enquanto jovem cheio de força e pujança. A mim parece-me.
Depois e embora este seja o problema principal e aquele onde gira toda a história, ele vai descrevendo o seu dia, aliás, descreve o dia do personagem e aí, situações mais ridículas que hilariantes sucedem a um ritmo louco e, na minha óptica, algo forçado. De notar e isso foi algo que me agradou, que toda a acção se passa num só dia, um pouco ao estilo de “Ulisses” de Joyce, mas é só no estilo porque no jeito, não tem nada a ver.
E pronto, resumidamente é isso.
Eles com medo de uma gravidez indesejada, com uma vontade louca de ter sexo e não o poderem porque senão, gravidez certa. Ele no trabalho, no tal Museu Britânico, onde tem como trabalho ler livros… é verdade. E mais umas coisitas práqui, e umas coisitas práli.
Sinceramente não gostei. Na altura em que foi escrito deve ter sido mesmo um sucesso, mas nos tempos que correm, não só o estilo como os motivos, estão completamente ultrapassados, ou será que ainda algum casal, mesmo fanaticamente católico, não usa métodos contraceptivos?