segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Novidades "Esfera dos Livros"


Título: O Cão de Socrates
Autor: António Ribeiro
Colecção: Fora de Colecção
P.V.P: 15 €
Páginas: 192
Data de lançamento: Janeiro

Sinopse: «Desta vez fiz asneira e da grossa. Mas como podia eu saber que aquele pedaço de papel que rasguei e comi era tão especial para o meu dono? Todos os dias lhe como e destruo metade dos papéis oficiais e ele não se importa com isso. Aliás, as coisas que já lhe comi davam para fazer um livro só sobre isso: um DVD intitulado “Espanhol para falar com Chefes de Estado”, um telemóvel que fazia ruídos estranhos quando se atendia (este por acaso até foi o meu dono que me deu para roer), um livro de poemas autografado pelo Manuel Alegre (ainda por abrir!), uma fotografia do presidente da República que estava a marcar as Páginas Amarelas, três ou quatro orçamentos de Estado (são sempre os mais difíceis de roer). Sempre que tenho estes impulsos de rafeiro, o meu dono faz-me aquela falsa cara de mau e diz-me “Não, pá, isso não, pá, larga, pá!”, mas depois acaba por esboçar um sorriso e perdoar-me.
Desta foi tudo muito diferente. Tinha de acabar em desgraça esta minha mania de me atirar a tudo o que é papel oficial. E o que mais me causa estranheza é que desta vez só roí um papel, fininho, uma folha apenas, com um emblema no topo da página. Uma coisa aparentemente sem valor, mas que afinal era valiosíssima! Como é que eu ia saber que aquilo era o certificado de habilitações do meu dono, do seu curso de engenheiro?»

Ao longo destas páginas vai ficar a conhecer a vida do cão do primeiro-ministro de Portugal. Nos momentos difíceis ou nas horas de triunfo, o cão foi uma testemunha ocular e privilegiada do dia-a-dia do chefe do Governo ao longo dos últimos anos. Do Tratado de Lisboa à Cimeira da NATO, das frias relações institucionais com o presidente da República aos calorosos apertos de mão das grandes figuras da política internacional, da crise do Orçamento de Estado para 2011 aos prós e contras da entrada do FMI em Portugal, o cão dá a sua opinião sobre tudo o que aconteceu nos últimos anos num relato detalhado, inédito e original sobre os bastidores da mais alta política portuguesa.

P.S. (e não só!): O cão encontra-se à procura de novo dono. Aceitam-se candidaturas. Obrigado!




Título: Segredos e Mentiras da Família Real Espanhola
Autor: Pilar Eyre
Colecção: Fora de Colecção
P.V.P: 23 €
Páginas: 264+24 extratextos
Data de lançamento: Janeiro

Sinopse: Três gerações da família Borbón percorrem as páginas deste livro: do malogrado infante D. Alfonso, cuja brutal morte esteve rodeada de detalhes que se contam aqui pela primeira vez, ao nascimento de Leonor, primogénita dos Príncipes das Astúrias, e de Sofia, sua irmã. E entre estas gerações as fascinantes vidas de D. Juan e D. María, Vitória Eugénia, D. Jaime, os actuais reis Juan Carlos e Sofia, as infantas Pilar e Margarida, irmãs do monarca, o príncipe Felipe e as infantas Helena e Cristina. Algumas destas histórias foram vividas nos mais variados locais de exílio: Cannes, Roma, Lausana e, por fim, Estoril, o paraíso triste.
A jornalista Pilar Eyre revela segredos e mentiras da Família Real, intrigas, invejas, problemas protocolares, receios, infidelidades e amores desgraçados que se abateram sobre a mesma ao longo dos anos como se de uma maldição se tratasse. Analisa ainda as relações entre os seus membros, o ímpeto sexual, tão potente em todos os varões da dinastia, as noivas inconvenientes, as amantes e também o dinheiro, o desperdício ou a falta, que propiciou tantas situações de glamour como momentos de extrema pobreza.
Uma família que partilha uma mesma paixão: a luta pela sobrevivência da monarquia, a ambição de que haja sempre um Borbón no trono e o desejo legítimo de não voltar a passar fome.



Título: Positiva-Mente
Autor: Catarina Rivero e Helena Águeda Marujo
Colecção: Psicologia
P.V.P: 17 €
Páginas: 272
Data de lançamento: Janeiro

Sinopse: Será que sou capaz de me sentir feliz aqui e agora? Sentir-me realizada com o meu dia-a-dia? Ser mais positivo na minha relação com os outros? Deixar de lado o pessimismo habitual e aumentar a confiança de que serei capaz de resolver os problemas da minha vida?
As autoras garantem-nos que sim. É possível. E, para conseguir viver Positiva-mente, basta dar pequenos passos para alcançar grandes mudanças. O que nos faz aumentar as nossas emoções positivas são mudanças e acções aparentemente simples, básicas, leves, sem complicações.

- Passar a listar diariamente as coisas boas que acontecem ao longo do dia;
- Substituir a linguagem crítica por uma linguagem positiva;
- Alimentar a ternura e a admiração pelo seu companheiro e escutá-lo apreciativamente;
- Dedicar tempo aos amigos e às relações importantes da vida;
- Viver aceitando o passado, saboreando o presente e acreditando no futuro;

As autoras, especialistas em Psicologia Positiva, uma ciência ao serviço do bem-estar e da felicidade, convidam-nos, através de exercícios práticos e casos reais, a descobrir no dia-a-dia as estratégias que nos permitem viver de forma mais equilibrada e feliz.

Catarina Rivero é Psicóloga Clínica pela Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Lisboa. Formou-se em Terapia Familiar pela Associação Portuguesa de Terapia Familiar e Comunitária (APTEFC). Master em Terapia Familiar e Sistemas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sevilha. Colabora com várias revistas portuguesas e actualmente tem uma rubrica regular sobre Família – «Labirintos Familiares» – no programa Mais Mulher da SIC Mulher.





Título: Diário Sexual e Conjungal de um Casal
Autor: Marta Crawford
Colecção: Sexualidade e Saúde
P.V.P: 18 €
Páginas: 248 com ilustrações
Data de lançamento: Janeiro

Sinopse: Com o passar do tempo, muitos casais sentem que a vida a dois entrou na rotina, e que a casa, o trabalho, os filhos e todas as preocupações quotidianas são mais importantes do que o casal. A vida torna-se monótona, pouco imaginativa e assexuada, o que pode levar à separação.
Marta Crawford, conhecida psicóloga e sexóloga, está habituada a acompanhar no seu consultório casais que procuram manter acesa a chama da paixão. E afinal não é assim tão difícil. Há pequenos truques, jogos sexuais, iniciativas individuais e a dois, formas de viver a conjugalidade que permitem aos casais manter, com muita cumplicidade, uma vida sexual activa e cheia de prazer.
Neste Diário Sexual e Conjugal de um Casal, somos convidados a acompanhar, durante doze meses, o dia-a-dia de Joana e Miguel. Um casal igual a tantos outros, rodeado por familiares e amigos com quem interage, com desejos, sentimentos, problemas familiares e sonhos, que deseja viver a sua vida conjugal, sexual e familiar com sucesso.






Título: Um Acto de Amor
Autor: Leonor Levy
Colecção: Manuais e Guias
P.V.P: 20 €
Páginas: 208 com ilustrações
Data de lançamento: Janeiro
Sinopse: Amamentar é um acto único de amor. No entanto é um dos momentos que mais dúvidas, inquietações e ansiedade desperta numa mãe. Será que sou capaz de dar de mamar? Porque será que o meu filho não pega no peito? Será que o meu leite é bom e suficiente? Devo dar de mamar de quanto em quanto tempo? Tenho os mamilos invertidos, não posso dar de mamar?
A autora Leonor Levy, especialista em aleitamento materno e membro da Comissão Nacional «Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés» que integra o Comité Português para a Unicef desde 1998, responde a estas e outras questões e garante-nos que não há melhor presente que possamos dar aos nossos filhos, do que amamentá-los.
No livro, esta pediatra, com mais de 30 anos de experiência de trabalho, explica-nos a importância de amamentar, o seu funcionamento, mostra-nos, através de ilustrações claras, as diferentes formas e posições para dar de mamar, dá-nos conselhos práticos para resolver problemas, como uma má pega ou uma mastite, desmistifica alguns mitos ligados à lactância e fala-nos de questões como a alimentação de uma mãe enquanto amamenta, dos medicamentos que pode ou não tomar, e a melhor forma de fazer o desmame e regressar ao trabalho.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu e os livros

Gostei imenso da ideia da WhiteLady, seguida depois pela CatSaDiablo, Tchetcha e Charlotte, sobre as suas histórias com os livros, revendo-me em algumas coisas que disseram. Assim, é com enorme prazer que recordo a minha vida com os livros.

O gosto pelos livros, assumo-me como um bibliómano, já vem nos genes, pois o meu pai e a minha tia, irmã do meu pai, sempre foram leitores ávidos desde crianças e transmitiram esse gosto a outros membros da família, entre os quais, myself.

Desde criança que me habituei a ver muitos livros pela casa e uma das minhas primeiras recordações apontam para alguns domingos de manhã onde o meu pai passava horas a limpar as estantes enquanto amontoava os seus livros em pilhas.

Confesso que não me recordo dos meus primeiros livros, daqueles infantis, não me recordo. A minha primeira recordação de querer ler algo, reporta-se à primária (3ª classe), quando o prémio para quem acabasse primeiro os problemas de matemática era ir para a biblioteca e escolher o livro que quisesse ler/desfolhar. Recordo-me de querer acabar depressa e, se não fosse o primeiro, “rezar” para que o meu livro preferido estivesse ainda na estante, livro esse que, por saudosismo, o comprei quando comecei a trabalhar: O Livro dos Porquês.

É já na Preparatória, logo com uns 10, 11 anos, que comecei a coleccionar e a ler tudo o que conseguia apanhar da Disney (Mickey, Tio Patinhas, Donald, etc), ainda naqueles almanaques de português com sotaque, os álbuns do Mandrake e do Fantasma.

O que me recordo bem é da altura em que dou o salto para outro tipo de livros, infantis é certo, mas é no Verão em que faço 13 anos (tenho a certeza disso por causa das datas nas capas dos livros) que leio, no espaço de dois meses, toda a colecção dos “Cinco” ao desafio com um primo, logo seguida de vários números dos “Sete” e uma colecção do meu pai (que ainda a tem) de clássicos do cinema, como “Os Vikings” ou “Scaramouche”.

No entanto considero que é aos 15, 16 anos que definitivamente me considero um leitor ávido de ler e ler. Descubro “O Conde de Monte Cristo”, livro que irá ocupar o lugar de nº 1 durante muitos anos, sendo que ainda hoje ocupa um lugar muito especial no rol dos meus favoritos. Devorei os quatro volumes no espaço de uma semana e desejei descobrir obras semelhantes.

Nunca mais parei desde aí.

Obviamente que os estudos e a minha vida particular sempre me tiraram tempo para ler, algo normal, pois considero-me um leitor, mas não gosto nem quero ser consumido pela leitura, mas desde a adolescência que comecei a ler com uma regularidade muito boa. Muito cedo descobri mestre Eça de Queirós e o seu maravilhoso “Os Maias” (já o li cinco vezes), a obra de José Saramago ainda antes de ser Nobel e muitos clássicos. Antes dos 20 anos já tinha lido “D. Quixote”, “Os Miseráveis”, “Servidão Humana”, “David Copperfield”, a maior parte da obra de Shakespeare, sei lá, tanta coisa que fui lendo.

Também me apaixonei pela “Saga dos Filhos da Terra”, mas é curioso verificar que foi já depois do ano 2000 que assumi a minha preferência pelo Romance Histórico depois de ler, a primeira vez, “Guerra e Paz”, o Livro, como lhe costumo chamar.

Descubro Bernard Cornwell (talvez o meu autor preferido a par com Cormac McCarthy), no entanto é-me muito difícil conseguir traçar, com rigor, todo um trajecto da minha relação com os livros. Muito me escapa e tenho a certeza que me esqueço de muita coisa que fiz e li, no entanto ler é um prazer assim como é com prazer que volto a alguns livros e alguns autores, um pouco como voltar a encontrar grandes amigos.

Hoje em dia procuro ser mais selecto no que leio.

Tento não perder tempo com livros que não gosto, desistindo sempre que me enfada e que nada me diz, pois o tempo é pouco e, sem querer tirar o valor à obra em si, o certo é que, simplesmente, não estou obrigado a ler o que não gosto.

Procuro incentivar o gosto pela leitura à minha filha, lendo-lhe em voz alta, indo a bibliotecas e livrarias, comprando-lhe os livros que ela deseja, mas, sobretudo gosto dos livros, de os folhear, cheirar e vê-los como aqueles amigos sempre fiéis, que nunca nos desiludem.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Booking Through Thursday: Pesado


A pergunta desta semana é:

Qual é o maior livro, o mais volumoso, mais pesado que alguma vez leste? Porquê? Prazer? Escola?

O mais volumoso é, sem dúvida: "Guerra e Paz". Tenho a edição da Europa-América e é um livro que tem 1072 páginas. O mais pesado nem foi Guerra e Paz mas sim "As Benevolentes". Livro pesado em todos os aspectos.
Li ambos por prazer!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Recordar – FERREIRA DE CASTRO


José Maria Ferreira de Castro nasceu em Ossela, Oliveira de Azeméis, no dia de Maio de 1898.

Desde muito cedo percebeu que ali, em Ossela, o futuro dificilmente lhe sorriria e, embalado pelo grande surto emigratório, apenas com 12 anos, decide ir em busca de fortuna para o Brasil, o el-dorado daqueles anos.

Hoje em dia faz alguma confusão como é que uma criança de 12 anos, entregue a si próprio, parte rumo ao desconhecido, mas estávamos em 1911, Ferreira de Castro era o primogénito de uma família pobre cujo pai havia falecido quando ele tinha 8 anos e nesses tempos com 12 anos era quase um homem.

Durante 4 anos viveu no seringal Paraíso, em plena selva Amazónica, uma existência dura e miserável que não acaba quando parte do seringal para Belém do Pará, onde vive em condições precárias cujo único objectivo passa em ter alguma coisa para comer. Aí fica mais 3 anos, até que em 1919 consegue o visto de regresso a Portugal, fixando residência em Lisboa.

Não se julgue que a vida de Ferreira de Castro melhorou. Em Lisboa vive de expedientes ocasionais, no entanto já a chama literárias lhe acendia a alma (aos 14 anos escreveu o seu primeiro romance “criminoso por ambição”) e na mente outras histórias fruto da sua vivência brasileira.

Aliás, a experiência no Brasil moldou-lhe o carácter, amadureceu-o e esteve na base de toda a sua obra.

É no Brasil que nasce a sua revolta contra os explorados, oprimidos e miseráveis que a vida forma e é neles que se vai inspirar para traçar o perfil dos personagens dos seus livros.

Ferreira de Castro acaba por se relacionar com figuras da imprensa e o seu carácter e humildade levam-no a suprimir obstáculos, acabando por entrar no meio jornalístico, sendo então redactor do jornal “O Século” e, mais tarde, director do jornal “O Diabo”.

Com apenas 30 anos, Ferreira de Castro “mata-se” a trabalhar. Escreve centenas de artigos por mês. De dia exerce a sua actividade profissional, mas à noite, das 18:30 às 20:00, dá azo à sua maior paixão: a escrita.

Já com alguns contos publicados, é em 1928 que dá à estampa o seu primeiro grande romance: Emigrantes e não é por acaso que o escreve.



Em “Emigrantes”, transcreve a sua dura vivência da emigração personificada em Manuel da Bouça, homem analfabeto que emigra para o Brasil com o objectivo de ganhar dinheiro para proporcionar à filha um bom dote. Em Manuel da Bouça, Ferreira de Castro personifica milhares de portugueses que entre 1909 e 1912 emigraram para o Brasil e aí viveram miseravelmente.

Obra importantíssima da literatura portuguesa, Ferreira de Castro expressa toda uma mentalidade que assentava na tradição que já vinha de longe, que se herdava e legava.

Porém é na obra “A Selva”, de 1930, talvez a obra mais conhecida do autor, que Ferreira de Castro exorciza o seu passado no Brasil e as condições miseráveis que ele próprio suportou. Entre Carlos Alberto (personagem do romance) e Ferreira de Castro, há vários pontos em comum que levam a considerar ser esta obra a sua obra mais autobiográfica. É nela que o autor descreve a beleza infernal da selva amazónica e o esforço inglório e desumano dos cearenses e maranhenses que tiravam da floresta a borracha que outros revendiam com grandes lucros. A exploração dos mais fracos é aqui escalpelizada. Mais uma obra fundamental da literatura portuguesa.

A partir de 1930, Ferreira de Castro ganha notoriedade e é considerado um autor importante e de qualidade.

Continua a escrever incessantemente em simultâneo com a sua profissão e é precisamente em serviço que se desloca ao Egipto, nascendo aí, em 1937, uma obra que lhe vai espicaçar o interesse para escrever algo de maior. “Pequenos Mundos, Velhas Civilizações”, servem de base para duas obras importantes da literatura portuguesa e tão esquecidas: “A Volta ao Mundo” (1940-1944) e “As Maravilhas Artísticas do Mundo” (1959-1963).

Ferreira de Castro teve uma vida cheia, riquíssima. Como o seu espírito aventureiro, deambulou um pouco por todo o mundo e é essa vivência que lhe serviu para construir uma obra impar, que o colocaram, ainda em vida, na galeria dos maiores escritores portugueses e, registe-se a amizade com grandes vultos da literatura como Jorge Amado (Ferreira de Castro foi candidado ao Nobel conjuntamente com Jorge Amado em 1968) que disse de Ferreira de Castro: “ser Ferreira de Castro quem lhe inspirou a carreira”, Agustina Bessa-Luís, Fernando Namora, Vitorino Nemésio que disse: “inegavelmente o maior da literatura portuguesa”, Óscar Lopes, Urbano Tavares Rodrigues e tantos outros, o que sobressai dos testemunhos dos seus amigos é a imagem de um homem de coragem, dignidade, com um coração enorme, simples, autêntico, que se regia por valores sólidos e de uma verticalidade que deviam, hoje em dia, ser modelares a toda a sociedade portuguesa.

O seu espólio foi doado pelo próprio Ferreira de Castro à C.M. Sintra em 1973, ficando também registado como sua última vontade ser sepultado na Serra de Sintra.




Hoje em dia é possível visitar-se a sua casa (casa-museu), visita gratuita, em Sintra (junto ao famoso hotel Lawrence, onde se tem a oportunidade de se visionar um vídeo onde é narrado toda a sua vida, bem como ver objectos pessoais, fotografias, documentos e, mais impressionante, originais dos seus livros que ele escrevia a caneta em folhas de tamanhos diferentes e irregulares. Imaginem a montanha de papel.

Ferreira de Castro faleceu no dia 29 de Junho de 1974 no Porto, sendo, conforme sua vontade, sido sepultado na Serra de Sintra e é em Sintra que podemos sentir um dos grandes vultos da literatura portuguesa.

Hoje em dia Ferreira de Castro caiu no esquecimento.

Não quero crer que esse esquecimento se deva ao facto de ter sido sempre independente politicamente e de nunca ter expressado uma ideologia religiosa. Quero crer que a cultura portuguesa fará ressurgir este importante escritor, dando a notoriedade devida e tornando-o num autor digno de outros grandes nomes da nossa literatura.

Se não, cabe a nós, simples leitores, não deixar cair no esquecimento esses autores que deram um tão grande contributo à literatura portuguesa.

Links de Interesse:

www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=2236
www.ceferreiradecastro.org
http://www.aveiro-norte.ua.pt/ferreiradecastro/index.asp http://www.paulodacosta.com/ferreira.htm
http://ferreiradecastro.blogspot.com

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Booking Through Thursday: Periódicamente

O blog Boo­king Through Thurs­day coloca todas as quintas-feiras uma questão relacionada com a literatura. Tomei conhecimento disso no blog da WhiteLady, achei a ideia engraçada e resolvi aderir, sendo esta a primeira semana.

A pergunta desta semana é:

Mesmo eu leio outras coisas de vez em quando para além de livros... como revistas! Que revistas/jornais lês?


Há muito que desisti de comprar jornais ou revistas e por diversas razões: custo, por não ter grande tempo para os ler e, principalmente, por achar pouco interesse na generalidade de revistas/jornais que se publicam.
Actualmente a internet preenche as minhas necessidades informativas. No entanto, confesso que dou um olho todas as segundas-feiras ao jornal "A Bola" que o meu pai compra e compro muito de vez em quando o jornal "O Público". De resto, nenhuma outra publicação me desperta a atenção.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Novidades "Bizâncio"



Título: O Messias
Autor: Marek Halter
Colecção: Ilhas Encantadas, 1
Págs.: 448
Preço: 15,00 €
Género: Romance Histórico

Sinopse: «A passagem de Reubeni por Portugal (…) provocou ao que parece conversões ao judaísmo, como a de Diogo Pires que tomaria o nome de Salomão Molco
Maria José Pimenta Ferro Tavares



David Reubeni diz-se general de um exército vindo do deserto, enviado por seu irmão José, o soberano do misterioso reino de Chabor. O seu projecto é arrojado: reunir na Europa um exército judeu que deverá tomar aos turcos a terra de Israel e constituir aí um reino judeu, devolvendo ao ocidente cristão o controlo dos lugares santos de Jerusalém. De olhar sombrio e aparente indiferença perante os clamores que suscita, este homem leva o seu projecto a Veneza; a Roma, à corte do papa Clemente VII; ao rei de Portugal D. João III; a Francisco I de França e até ao imperador Carlos V. Para os milhões de judeus europeus, perseguidos ou dificilmente tolerados, expulsos de Espanha, convertidos à força em Portugal, David Reubeni torna-se o Messias e por todo o lado a exaltação mística alimenta a lenda. Levará a bom termo o seu arrojado projecto? Escapará às apertadas malhas da Inquisição?




Título: O meu nome é Victoria
Subtítulo: História de uma criança roubada pela ditadura argentina
Autor: Victoria Donda
Colecção: Vidas, 32
Preço: 15,00 €
Págs.: 224
Género: Autobiografia

Sinopse: Um testemunho único sobre o destino das crianças desaparecidas na Argentina durante os anos de chumbo da ditadura militar. Durante o período negro da ditadura argentina (1976-1983), os militares torturaram e assassinaram dezenas de milhares de pessoas. Nas prisões, centenas de bebés foram roubados às mães e entregues a simpatizantes do regime. Aos 27 anos, Victoria descobre que é uma dessas crianças. Na altura, dá ainda pelo nome de Analía e desconhece por completo a história trágica do seu nascimento. Não sabe que o seu próprio tio – torcionário e dirigente de um dos mais importantes centros clandestinos de detenção de Buenos Aires – teve mão activa no sequestro e assassínio dos seus pais, entregando-a de seguida, sob um nome falso, a uma família de militares.

Prosseguindo a luta política dos pais, recupera o seu verdadeiro nome e faz-se eleger deputada em 2007.




Título: Gossip Girl 7: Ninguém o faz melhor
Autor: Cecily von Ziegesar
Colecção: Gossip Girl
Págs.: 272
Preço:11,90€
Género: Romance

Sinopse: É Primavera e as nossas vidas renovam-se. Todos nos preparamos para a universidade e é obviamente altura de festas — como se não fosse sempre! Agora que B perdeu finalmente a virgindade com N, mal consegue esperar para repetir uma e outra vez. Mas será que a relação deles tem pernas para andar? E será que B consegue entrar em Yale? Será que N engatará S e ambos deixam B sozinha? Só o tempo o dirá; mas uma coisa é certa, o amor está no ar e cheira imenso a Envy da Gucci.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Alma das Pedras (A) - Paloma Sanchez-Garnica


Eis um excelente romance passado em duas épocas distintas, mas que nos situa em plena Era medieval onde a violência espreitava a cada esquina.

A autora, que de facto consegue recriar de uma forma brilhante aquela época, situa-nos nos sécs. IX e XII. 300 anos separaram os acontecimentos narrados mas o objectivo é único: o túmulo de S. Tiago onde, dizem, está sepultado um dos apóstolos de Jesus.

O romance inicia-se em 824 com a descoberta dos restos mortais do apostolo Tiago, mas como se pode ter a certeza disso se não há sequer nenhuma prova de o apostolo ali ter estado em vida?

Mas isso importa?

É através desse facto que nasce a lenda e a região começa a ganhar notoriedade, pois torna-se num dos lugares de peregrinação da cristandade, ocorrendo ali milhares de peregrinos para rezarem diante do túmulo do apostolo.

Porém, no seio daqueles que criaram o mito, há o arrependimento que corrói e que os leva ao dilema entre a razão e o coração. Nasce assim um documento que narra toda a verdade, no entanto o conhecimento dessa verdade só será efectiva se for a vontade de Deus e esse pergaminho é encerrado algures bem longe… e nasce a lenda que irá ocasionar uma busca por esses pergaminhos.

Independentemente de ter achado a história de fundo algo rebuscada, por vezes forçada e até, em diversas ocasiões, sem grande fundamento e até interesse, o certo é que adorei a forma como a autora recriou a época.

A violência comum está bem vincada, conseguimos sentir as dificuldades das pessoas e até não escapa o sentido de olfacto quando a autora refere o fedor dos corpos e dos ambientes carregados, onde o cheiro a suor se misturava aos de urina e de fezes.

Por mim o romance vale imenso pelo fresco criado, pelas imagens e outros sentidos que a autora consegue transmitir. Não pela história que, repito, é algo rebuscada, não se percebendo bem a obsessão de certos personagens e a forma insistente, quase cega, como perseguem um objectivo, sendo então o final mais do que previsível.

Apreciei também o estilo da escritora. Embora tenha sentido falta de alguma descrição, um certo desenvolvimento descritivo, o estilo é simples e objectivo, as mudanças de épocas bem escolhidas, fazendo com que os factos da história se interliguem.

Um livro que foi best-seller em Espanha e que merece destaque pela qualidade que apresenta.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Verdadeira Peregrinação (A) – Sónia Louro


Sónia Louro é autora de um dos livros mais fracos que alguma vez li.

Viriato – O Filho Rebelde”, é um livro mau, um péssimo início de carreira para Sónia Louro que teve a coragem de continuar, sendo que “Cônsul Desobediente”, onde a autora romanceia a vida de Aristides de Sousa Mendes, é já um livro muito satisfatório onde se nota uma imensa evolução.

“A Verdadeira Peregrinação” é o seu quarto romance histórico e, pese embora não tenha lido “A Vida Secreta de D. Sebastião”, penso que Sónia Louro envereda aqui por um caminho algo perigoso e que lhe pode impedir a boa evolução que atrás referi.

Neste último romance a autora tenta fazer um registo que misture ficção histórica ao thriller, algo como Dan Brown ou José Rodrigues dos Santos, curiosamente ambos os autores mencionados neste livro e onde se nota que Sónia Louro se inspirou.

No entanto, e embora a história de fundo seja muito interessante: a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, no que toca à parte do thriller, a autora denota uma enorme ingenuidade e uma fraca capacidade para construir um trama coerente, lógico e interessante.

A história começa quando Guilherme se desloca ao cemitério para aí levantar os ossos do avô falecido há 7 anos. Junto às ossadas, o coveiro um pingente de prata que entrega a Guilherme. Surpreendido por tal objecto, Guilherme depressa constata que dentro do pingente se encontra um papel dobrado que tem uma frase: “o rir e penar dá graça e é vida. Confiscar”

A partir daí nasce toda uma série de mistérios, perseguições, roubos e agressões em roda de um mistério maior, supostamente encriptado num misterioso volume supostamente escrito por Fernão Mendes Pinto: “ A Verdadeira Peregrinação”.

Gostei da narrativa atribuída a Fernão Mendes Pinto, assim como das considerações de Francisco Fonseca, no entanto no que respeita aos mistérios, cifras e demais enigmas, achei muito fraco e incoerente.

Logo à partida duas questões se colocam: quem colocou o pingente junto ao corpo do avô de Guilherme e porquê? Será que isso é respondido durante a narrativa? Não!

Depois estamos todo o livro à espera do grande mistério que Fernão Mendes Pinto escondeu na obra e no final…

Guilherme, ele próprio, admite que nunca sequer conseguiu resolver umas simples palavras cruzadas, mas, depois, ele e a avó, que apenas leu sobre isso nos tais romances de Brown e Rodrigues dos Santos, são capazes de decifrar cifras e sistemas complicados. Pouco coerente!

Mas há mais. Há todo uma série de incoerências que tornam o texto frágil, pouco credível e até irritante, principalmente quando chegamos ao fim e nos apercebemos que a “montanha pariu um rato”.

Mas pronto, pode ser que a autora evolua nesse aspecto, porém e na minha opinião, fazia melhor em seguir o género romance histórico e deixar de lado o thriller histórico, até porque, face à saturação do mercado, esse género foi chão que já deu uvas.

Farmácia Verde (A) – O Herbário Prático – James A. Duke


Hoje em dia o ser humano procura voltar um pouco atrás no que respeita aos produtos biológicos, fazendo o mesmo no que respeita à saúde, pois, cada vez mais, está-se a redescobrir o uso curativo de centenas de plantas, fruto também de uma apurada análise e investigação das mesmas. Plantas utilizadas durante centenas de anos que, face ao desenvolvimento da medicina, caíram no esquecimento ou então começaram a ser vista como mesinhas antiquadas quando, essas mesmas plantas, estão na origem da maioria dos medicamentos contemporâneos.

James A. Duke efectua um trabalho notável com esta obra que, desde já, aconselho vivamente a todos aqueles que se interessam pelo tema ou que queiram passar a ter.

Ora bem, este senhor passou três décadas, um pouco por todo o mundo, a descobrir, identificar, testar, avaliar, classificar e catalogar centenas de potenciais plantas medicinais. A partir daí, e depois de esquadrinhadas em laboratório, compilou tudo numa base de dados dando origem à presente obra e que muito me surpreendeu.

São centenas de plantas aqui referidas, o que curam, em que malfeitas podem ser utilizadas, como administra-las, as propriedades, dosagens e precauções.

Acreditem, é um manual soberbo, incrivelmente de fácil percepção e, principalmente, constatamos que a maioria das plantas são fáceis de encontrar.

Novas Rubricas

Quando criei este blog (Junho 2007), a minha ideia era de apenas e só colectar num único local as minhas opiniões que fui espalhando por alguns sites da net, assim como por algumas publicações.

Há quase 4 anos que sou fiel ao meu propósito e, exceptuando a apresentação de novidades de algumas editoras, nunca me desviei do objectivo nem sequer senti necessidade de enveredar por outros rumos.

Desde o nascimento do blog nlivros, o mundo bloguista deu um salto enorme. Assisti ao surgimento de inúmeros blogs literários, uns melhores que outros, alguns com uma qualidade enorme e muitos que sobrevivem apenas alguns meses, contudo e independentemente da minha opinião sobre essa qualidade, comecei a sentir necessidade de dar outras abordagens ao meu blog do que as meras opiniões sobre os livros que vou lendo.

Continuando a ser um blog onde vou expondo as minhas percepções sobre as obras que leio, decidi iniciar novas rubricas de interesse da literatura portuguesa. Não vou noticiar agendas, datas de lançamentos ou sessões de autógrafos. Não! Vou apenas tentar espicaçar o interesse e relembrar que a literatura portuguesa nada fica a dever a qualquer outra.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Novidade "Saída Emergência"


Título: VÍnculo de Sangue
Autor: Patricia Briggs
Género: Literatura Fantástica
Páginas: 304
PVP: 17,75€
Data de Lançamento: 21 de Janeiro de 2011

Sinopse: A fantasia urbana tem uma nova heroína: Mercy Thompson.
Ela é forte e independente, mas num mundo repleto de perigos, será isso suficiente?

Mercy tem amigos em lugares estranhos e sombrios. E agora deve um favor a um desses amigos: o vampiro Stefan precisa das capacidades de metamorfose de Mercy para entregar uma mensagem a um vampiro recém-chegado à cidade. O que Mercy não sabe é que este novo vampiro tem um segredo: na verdade é um feiticeiro possuído por um demónio prestes a lançar o caos na cidade. Depois de várias tentativas da comunidade
paranormal para destruir a criatura, Mercy vê-se envolvida na refrega: embora os seus amigos vampiros e lobisomens sejam mais fortes do que ela, são as suas habilidades especiais que poderão salvar a todos. E quando descobre a verdade sobre essas habilidades, Mercy vai aprender muito sobre o seu passado e os lobisomens que a criaram...




Título: Tatuagem
Autor: Melissa Marr
Género: Literatura Fantástica
Páginas: 272
PVP: 17,95 €
Data de Lançamento: 21 de Janeiro de 2011

Sinopse: Leslie, de dezassete anos, não sabe nada sobre fadas nem sobre as suas lutas obscuras pelo poder. Quando se sente atraída por uma tatuagem estranhamente bela, só sabe que tem de a ter, convencendo-se de ter encontrado um símbolo tangível das mudanças de que precisa desesperadamente na sua vida.

A tatuagem traz mesmo mudanças – não do tipo que Leslie sonhou, mas mudanças sinistras e irresistíveis, que ligam Leslie a Irial, um rei das fadas tenebroso e temível que luta pela alma da sua corte.
Aos poucos, Leslie é arrastada cada vez mais para dentro do mundo feérico, incapaz de resistir ao seu fascínio e de compreender os seus perigos…

Melissa Marr dá seguimento aos seus contos de Fadas numa história sombria e arrebatadora de
tentação e consequências, e de heroísmo quando menos se espera.




Título: Nação
Autor: Terry Pratchett
Género: Literatura Fantástica
Páginas: 304
PVP: 18,85€
Data de Lançamento: 21 de Janeiro de 2011

Sinopse: No dia em que o mundo acaba o jovem Mau vai a caminho de casa, vindo da Ilha dos Rapazes. Em breve, será um homem. É então que chega uma onda enorme, ar rastando atrás de si a noite escura e trazendo também um navio, o Doce Judy. Quando a marcha do navio é travada com estrondo, apenas uma alma sobrevive (ou duas, incluindo o papagaio). A aldeia desapareceu. A Nação, tal como a conhecia, desapareceu. Resta apenas o jovem Mau, que não veste quase nada, uma rapariga dos homens-calças, que veste demasiado, e um monte de mal-entendidos. E também grande quantidade de não-saber-o-que-fazer. Ou lá como se diz. Juntos, deverão construir uma nova Nação a partir de fragmentos. E construir uma nova história.

Mas...
QUEM GUARDA A NAÇÃO? ONDE ESTÁ A NOSSA CERVEJA?

...a velha história não se limitará a desaparecer pacificamente,pelo menos enquanto os Avôs tiverem voz. E Mau terá de olhar o passado antes de conseguir encarar o futuro.




Título: Laços de Sangue
Autor: Charlaine Harris
Género: Horror / Lit. Fantástica
Páginas: 288
PVP: 17,85 €
Data de Lançamento: 21 de Janeiro de 2011

Sinopse: Depois do desastre natural do furacão Katrina e do horror criado pelo homem da explosão na cimeira de Vampiros, Sookie Stackhouse vive segura mas atordoada, ansiando que as coisas voltem ao normal. Mas o seu namorado, Quinn, é um dos desaparecidos. E as coisas mudam, quer isso agrade ou não aos lobisomens e aos vampiros do seu canto do Louisiana. Nas batalhas que se seguem, Sookie enfrenta perigo, morte... e, mais uma vez, a traição de alguém que ama. Mesmo que deixe de haver pêlo de lobo no ar e mesmo que o sangue frio dos vampiros deixe de jorrar, o seu mundo não voltará a ser o mesmo...



Chancela "CHÁ DAS CINCO"






Título: Jogos na Noite
Autor: Sherrilyn Kenyon
Género: Literatura Romântica / Paranormal
Páginas: 272
PVP: 18,85€
Data de Lançamento: 21 de Janeiro de 2011

Sinopse: Alguém tão perigoso e atormentado como Vane Kattalakis não é quem parece.

Um Predador do Homem na forma de lobo, ele é um alvo a abater pelos muitos inimigos. Vane não está à procura de uma parceira, mas as Parcas marcaram Bride como sua. Agora tem três semanas para a convencer de que o sobrenatural é real ou perderá o respeito dos seus pares.
Mas como é que um lobo convence uma mulher a confiar-lhe a vida quando tem inimigos na sua peugada? Num mundo tão cruel como o dos Predadores humanos, o amor fará alguma diferença?

Novidades "Esfera dos Livros"


SINOPSE

Três gerações de Borbóns percorrem as páginas deste livro: do malogrado infante D. Alfonso, cuja brutal morte esteve rodeada de detalhes que se contam aqui pela primeira vez, ao nascimento de Leonor, primogénita dos actuais Príncipes das Astúrias, e de Sofia, sua irmã. E entre estas gerações as fascinantes vidas de D. Juan e D. María, Vitória Eugénia, D. Jaime, os actuais reis Juan Carlos e Sofia, as infantas Pilar e Margarida, irmã do monarca, o príncipe Filipe e as infantas Helena e Cristina. Algumas destas histórias foram vividas nos mais variados locais de exílio: Cannes, Roma, Lausana e, por fim, Estoril, o paraíso triste. Analisa ainda as relações entre os seus membros, o ímpeto sexual, tão potente em todos os varões da dinastia, as noivas inconvenientes, as amantes e também o dinheiro, o desperdício ou a falta, que propiciou tantas situações de «glamour» como momentos de extrema pobreza. Uma família que partilha uma mesma paixão: a luta pela sobrevivência da monarquia, a ambição de que haja sempre um Borbón no trono e o desejo legítimo de não voltar a passar fome.


BIOGRAFIA

Pilar Eyre nasceu em Barcelona. Estudou Filosofia e Letras e Ciências da Informação. Foi jornalista, tendo sido colunista, entrevistadora e repórter em vários jornais e revistas como a Hoja del Lunes, Mundo Diario, La Vanguardia, Interviú, El Periódico de Catalunya e El Mundo, entre outros. Colaborou em diversas rádios e televisões. Autora de vários livros, entre os quais destacamos: Dos Borbones en la corte de Franco, e Ricas, famosas y abandonadas — publicados com grande êxito em Espanha. Publicou vários ensaios Vips: todos los secretos de los famosos, Mujeres, veinte años después e Cibersexo; e os romances Todo empezó en el Marbella Club e Callejón del olvido, que foi adaptado ao teatro. A biografía Quico Sabaté, el último guerrillero, foi adaptada ao cinema. O seu primeiro romance histórico Ena, La apasionante historia de Victoria Eugenia, mulher de Alfonso XIII vendeu mais de 50 mil ex. Publicou María La Brava, a biografia da mãe do actual rei de Espanha.

Pilar Eyre estará em Lisboa nos dias 2 e 3 de Fevereiro e estará disponível para conversar com os jornalistas nestas datas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fim do Império Romano (O) – Adrian Goldsworthy


Embora não seja um fã do Império Romano, confessando mesmo que me aborrecem amiúdas vezes os livros que tenho lido sobre o tema, no entanto e conforme já tenho referido aqui e ali, é um império que teve uma enorme influencia na cultura ocidental, sendo também o império que mais anos sobreviveu.

Oficialmente o Império Romano do Ocidente teve o seu colapso em 476 d.C., enquanto o Império Romano do Oriente sobreviveu mais mil anos. No entanto há uma questão que se impõe: como e porquê um império que dominou o mundo conhecido, acaba por desaparecer e, com ele, todo o esplendor de outrora?

Esta pergunta, simples mas de complexa resposta, é aqui analisada ao ínfimo pormenor, completamente dissecada. E as razões assim como as explicações, vão-nos surgindo de uma forma estruturada e em todo o processo vamos sentindo que o ocaso do império era inevitável face a tantos e graves acontecimentos que assolaram o império.

Nesta opinião não é de todo possível, longe disso, referir razões, pese embora e no fundo, as usurpações que levaram a guerras civis que foram enfraquecendo o império, criando dessa forma condições aos inimigos para se afoitarem no interior dos territórios romanos, no entanto muitas outras implicações tiveram influência para fazerem cair toda uma estrutura e uma organização exemplar que, até hoje em dia, mete respeito.

Um livro essencial para entender como um império pode cair de uma forma lenta mas estrondosa.

Ilha do Final do Tempo (A) – Javier González


Conta a lenda de Borodón que, algures no Oceano Atlântico, surge ao longo dos séculos, uma ilha misteriosa que encerra enigmas nunca antes compreendidos e que poucos são aqueles que a viram.

Numa pequena vila espanhola, é descoberto nas ruínas de uma igreja, um corpo mumificado emparedado e, junto dele, um manuscrito, uma pena e uma figura de uma santa há muito dada como desaparecida.

Como foram lá parar?

Quem era essa pessoa, aparentemente um monge, que ali estava emparedado?

Várias questões se colocam e vários mistérios surgem dessas questões interligando lendas com História e Fé.

Classificaria esta obra como fantasia mas com fortes laivos de romance histórico.

Gostei do desenrolar do romance, assim como dos factos históricos que o autor se serve para construir o trama. Achei curiosa as ligações que ele efectua, fazendo também sentido a forma como ele conduz a história, pese embora existam algumas questões de pormenor que ficam sem resposta.

No entanto trata-se de uma obra essencialmente fantástica, chegando a pontos de devaneio que, na minha opinião, lhe retira alguma beleza mas que, de certo, vai proporcionar grandes momentos de prazer aos aficionados do género.

Em todo o caso, este é um livro que se lê muito bem, diverte, entretém e dá-nos alguns conhecimentos.