segunda-feira, 31 de maio de 2010

Reflexões do Diabo – João Cerqueira


Neste pequeno livro (literalmente pois tem apenas 45 páginas), o diabo, em pessoa, se assim se pode considerar, propõe-se, através de uma carta aberta aos leitores, fazer a sua defesa do que ele chama de anos de invocação injusta e indevida da sua pessoa.

E o resultado expressa-se num conjunto de ideias onde a ironia e por vezes a frieza dos factos vão dando razão ao sr. Diabo.

Veja-se por exemplo uma das ideias principais: Se os Homens continuam a fazer guerras e a matar em nome de Deus, em nome do qual tudo é permitido, então porque há-de ser o diabo culpado pela insanidade humana.

E se deus criou o mundo e todos os seres à sua medida, de deus pois claro, não será então o diabo uma criação de deus?

São estas ideias, em conjunto com outras, que vão servir de mote para constatar que o diabo tem as costas quentes e que foi criado para servir de bode expiatório.

No final, a cereja no topo do bolo quando ele nos convence que o verdadeiro motivo que impulsiona o Homem não é o amor, a amizade, a fraternidade, etc. O grande motivo impulsionador da raça humana, a sua principal característica é o ÓDIO.

Não acredita, então leia este pequeno livro, decerto irá acabar como eu, concordando com o autor.

domingo, 30 de maio de 2010

Amanhecer na Rotunda – José Sequeira Gonçalves & João Espada


Neste pequeno grande livro, exemplarmente encadernado e ilustrado com uma série de belíssimas aguarelas da autoria de João Espada, os autores traçam o percurso de algumas pessoas que colocaram fim à Monarquia ou, se quiserem, foi o seu envolvimento que esteve por detrás da implementação da República no dia 05 de Outubro de 1910.

Mas e embora o livro incida nesses personagens que aguentaram na rotunda (Marquês de Pombal) o assalto das tropas fiéis à monarquia, o que mais realço é a forma como é narrado todo o processo da queda da monarquia e o papel desses personagens, alguns completamente desconhecidos até à data.

É um livro de fácil leitura, lê-se num par de horas (literalmente) e no final, para além de sairmos mais ricos, ficamos com a sensação de quem lutou pela república, quem por ela morreu, decerto não lhe passava pela cabeça o estado em que ela se encontra e de quem dela se aproveitou e aproveita. Aliás, há nomes importantes que poucos anos depois, desiludidos com o estado decadente da república, ajudaram a fazê-la cair.

Como curiosidade o comandante Machado Santos escreveu, pelo seu punho a primeira lei da república que constava assim: “todo o indivíduo que seja encontrado a roubar, a assassinar ou a cometer violência contra mulheres e crianças, será imediatamente fuzilado…”.

Tomara termos presentemente leis dessas e por essa lei percebe-se das boas intenções de quem idealizou e lutou pela república, no entanto e embora desde logo a sociedade tivesse dados sinais inequívocos (nada a fazer com o povo português, está no sangue), depois vieram os abutres para dela se encherem que nem...

sábado, 29 de maio de 2010

Novidades "Bizâncio"


Título: Os Pés do Cordeiro
Autor: Leonel Brim
Colecção: Autores Portugueses
ISBN: 978-972-53-0452-5
Preço: 15,24 / 16,00
Págs.: 528
Género: Romance

Sinopse:

Se, em Magistério e Desgosto, Leonel Brim nos deu uma obra recheada de perversas ironias, neste Os Pés do Cordeiro, o autor dá-nos uma gargalhada gritada, ou um grito gargalhado, que fica a ecoar muito para além do momento da leitura. Ri melhor aquele que ri de si próprio.

Portugal. Um novo regime político debate-se com uma velha nação. Uma nação cheia de vícios de funcionamento. Os cidadãos desta Pátria ressentida digladiam-se com frases feitas (anexins-ladros) vendidas a bom preço. Os ideais parecem ter-se esboroado com a passagem dos anos de juventude. Instalados na vida, os que antes falavam de mudança adaptaram-se à existência do disfarce: novas palavras para velhos negócios, velhos pensamentos e velhas cobardias. Aspirados pelo seu umbigo, a fatalidade do quotidiano fossiliza-os numa estufa onde só as obsessões pessoais são oxigénio essencial — comida e sexo, sexo e comida. E muita raiva pelo passado que não se torna a repetir, e pelo futuro que lhes parece cada vez mais finito.


Título: Cães de Gado
Autor: Paulo Caetano (textos) / Sílvia Ribeiro (textos) / Joaquim Pedro Ferreira (fotos)
ISBN: 978-972-53-0456-3
Págs.: 160
Preço: 25,71 / 27,00
Género: Álbum

Sinopse:
Do lobo ao cão. E do cão ao cão de gado.

Foi longa e tortuosa a evolução. Difícil. Mas as características que, actualmente, estão fixadas nas raças nacionais de cães de gado constituem um património genético invejável. Que não se pode perder. Contribuir para a preservação dos cães de gado e para divulgar a exigente tarefa que constitui o árduo quotidiano destes cães é o desafio deste livro. Esta obra vive da imagem e dos testemunhos de pastores e investigadores – plena de cor, acção e dramatismo. Para o leitor constituirá o regresso a um universo que julga perdido: o mundo rural, com os cães em acção guardando rebanhos e manadas, defendendo-os dos lobos e realizando combates de vida ou morte. Os cenários são naturais: as grandes serranias a norte do Douro, os cumes de Castro Laboreiro, os alcantis da Peneda, as encostas do Alvão. Aí, nesses ambientes selvagens, veremos como se entrecruzam destinos: ovelhas e vacas das ameaçadas raças autóctones, velhos pastores armados com cães e cajados. E como sobrevivem os velhos costumes e saberes – ante o desaparecimento de tradições como a transumância.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Flashman – A Odisseia de um Cobarde – George MacDonald Fraser


Um livro delicioso!

Há muito tempo que um livro não me fazia rir tanto como este. As situações são tão hilariantes que é impossível não soltarmos grandes gargalhadas face ao que nos é narrado.

George MacDonald Fraser (1925-2008) foi ele próprio um militar que cumpriu serviço na Índia. Em 1969 deu ao prelo este “Flashman” que viria a ser o primeiro de uma longa série (12 volumes) onde a personagem principal teria sido alguém de carne e osso que teria vivido uma carreira militar fulgurante na segunda metade do séc. XIX, estando assim presente na maioria dos conflitos em que o Império Britânico se viu envolvido. Supostamente esse militar, já numa idade avançada, sensivelmente no início do séc. XX, propôs-se a narrar todas as suas aventuras de uma forma como elas de facto sucederam. Os documentos daí nascidos teriam ficado guardados durante 50 anos até serem descobertos acidentalmente. Fraser foi então convidado a organizar os documentos encontrados nascendo daí toda uma narrativa acerca de como um cobarde bajulador chegou a herói.

A premissa é excelente e mais excelente é o que daí nasce.

Flashman é obviamente uma personagem de ficção, mas não são de ficção os acontecimentos históricos e a maioria dos personagens o que, por si só, fazem desta obra um excelente manancial de informação acerca da vida militar, das acções, política e usos e costumes das províncias ultramarinas britânicas (o maior império na altura), neste caso centrando-se na Índia e sobretudo no Afeganistão.

No entanto, para além desses acontecimentos, o que se ressalva é a boa disposição do narrador presente.

Sempre fruto do acaso e tendo uma sorte espantosa, Flashman, que apenas quer ter uma boa vida e dar o maior número de cambalhotas, vê-se destacado como tenente para o Afeganistão. Colónia britânica à altura onde a paz está por um fio, ele consegue aprender rapidamente o idioma nativo o que lhe permite, sem ele fazer qualquer esforço e até querendo o contrário, tomar parte da vida militar ao mais alto nível, servindo de mensageiro entre o alto comando britânico e os chefes afegãos. Depressa se sê envolvido em diversas confusões onde a sorte o acompanha em situações caricatas e hilariantes.

E há de tudo.

Desde rixas a duelos, ajustes de contas por causa de saias, revoltas espontâneas, ataques furiosos de bestas peludas (os afegãos), chega a ficar refém lutando pela vida com um anão defeituoso, enfim, é agredido vezes sem conta, chora baba e ranho e vê-se continuadamente frente a frente com a morte mas acaba por se ir safando à pala da sua imensa cobardia.

O autor é excelente na forma como constrói o enredo. Há momentos de narração de batalhas sangrentas e reais (batalha de Gandamack, imagem acima) que passa de muito sério, com cenas de chacina, a momentos de ir às lágrimas de tanto rir.

No seu jeito gingão, não tendo problemas em admitir a sua cobardia (na altura em que narra os acontecimentos, não na altura dos mesmos), Flashman acaba por ser tornar num herói à força para seu gáudio, galhofando com tudo o que lhe aconteceu e não escusando de gozar a quem enganou, todos.

Foi um livro tão divertido que me trouxe à memória várias cenas da minha banda desenhada preferida. Embora o continente e o povo seja outro, a acção temporal e as confusões retractadas são as mesmas.

Fico ansiosamente a aguardar os restantes volumes desta serie.

domingo, 23 de maio de 2010

2012 – Extinção ou Utopia – J. Allan Danelek


Conhecidas desde há muito mas insistentemente mencionadas há relativamente poucos anos, sabe-se que os Maias eram fascinados por calendários, conhecendo-se três.

Dividido por Eras, um dos calendários fazia findar a 5ª Era e última, no ano de 2012.

Logo um conjunto de profetas espalhou pelo mundo a crença que o mundo acabaria em 2012, porém há que mencionar, entre outros, dois factos deveras importantes e que colocam em causa essa profecia: 1) Quem disse ou onde está escrito que o fim da 5ª Era no Calendário dos Maias predizia o fim do mundo e não o princípio de um novo mundo? 2) quantas e quantas profecias, quase todas, se revelaram falsas?

O texto elaborado por Danelek, que considero mais uma espécie de ensaio, analisa toda a História dos profetas e das suas profecias não se incidindo apenas e só nessa profecia Maia.

São alvo de análise profetas famosos e outros menos famosos assim como as suas profecias. E o que assistimos é a um rol de profecias que não se cumpriram, algumas roçam o ridículo. Quanto a mim é a fase mais interessante do livro. O autor desmistifica a maioria das profecias (até Nostradamus não escapa). Menciona-as e situa-as no tempo e no espaço. Desta forma cola-as com as profecias de 2012 deixando claro que é apenas mais uma entre milhares que surgiram desde que os primórdios da História humana.

Mas Danelek vai mais longe.

Imaginemos que é possível surgir o fim do mundo como descrito em várias religiões. O autor analisa a Bíblia e chega à óbvia conclusão da subjectividade, propositada, do que no Livro é mencionado. Porém arranja espaço para a explicação científica e é curiosamente nessa explicação que nos deparamos com algumas possibilidades.

É um livro muito interessante que curiosamente dá pouca importância à tese dos Maias, antes preferindo analisar a História das profecias e o futuro do planeta.


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Novidades "A Esfera dos Livros"


A Governanta - Joaquim Vieira

Vendo chegar a viatura oficial com o porta-bagagem carregado de lenha, o chefe do Governo gritou irado à sua governanta: «Os carros do Estado não são para carregar lenha! Não consinto!». A mulher não se ficou e gritou no mesmo tom: «Merda! A lenha não é para mim, é para o Salazar!»

Quem se atreveu a gritar assim a António de Oliveira Salazar, homem temido e respeitado por todos, foi Maria de Jesus Caetano Freire, a sua dedicada e fiel companheira ao longo de toda uma vida.

Nascida no seio de uma pobre família camponesa no lugar de Freixiosa, distrito de Coimbra, aos 31 anos começou a servir os universitários e amigos Manuel Gonçalves Cerejeira e António de Oliveira Salazar. Seguiu este último para Lisboa e só o abandonou quando, aos 81 anos, o ditador morreu por doença. Maria de Jesus tinha cumprido a missão da sua vida. Nunca casou, nem teve filhos.

Joaquim Vieira traz-nos a história de A Governanta, D. Maria ou Menina Maria, como Salazar gostava de tratá-la. Ninguém esteve tão perto do ditador durante o seu percurso de poder. Ninguém o conheceu tão bem, nem partilhou tantos momentos de intimidade. Recluso e celibatário, Salazar tinha no diálogo diário com a sua governanta o único contacto com a realidade dos portugueses. Fica a questão: até que ponto a sua influência não pesou nalgumas opções governativas do homem que comandou o país durante quatro décadas?

Mulher dura, forte, atenta, de uma dedicação canina, foi intendente, organizadora das lides domésticas, secretária, companheira, portadora de recados e pedidos, informadora de murmúrios e opiniões que mais ninguém se atrevia a expressar, conselheira e até enfermeira, nos seus últimos tempos de vida, do fundador e líder do Estado Novo. D. Maria foi tudo isto, e por isso merece um lugar de destaque na História do século XX português.



Mouzinho de Albuquerque - Paulo Jorge Fernandes

Uma coluna diminuta de apenas 51 oficiais e praças chegava a Chaimite, sob fortes chuvadas, com um único propósito: capturar Gungunhana, o temido régulo que desafiava as autoridades portuguesas havia anos. O bravo capitão de cavalaria Mouzinho de Albuquerque, de espada desembainhada, foi o primeiro a entrar na povoação e berrou bem alto o nome do inimigo que saiu da sua palhota para se render aos militares portugueses. Finalmente, ao fim de tantos anos a sonhar com aquele momento e depois de tanto penar, Mouzinho de Albuquerque estava frente a frente com o seu adversário.

Este feito notável, numa mistura de imprudente coragem e golpe de sorte, teve ecos na metrópole. Foi assim que nos confins de Moçambique nos finais de 1895 Mouzinho de Albuquerque dava sentido ao seu destino e gravava o seu nome na História.

O historiador Paulo Jorge Fernandes apresenta-nos a biografia de Joaquim Mouzinho de Albuquerque, tendo como pano de fundo o problema da construção do imperialismo português na África Oriental. Afastando-se das lendas e mitos que em torno desta figura foram construídos ao longo dos tempos, somos levados a conhecer a vida deste aventureiro nacionalista, homem de coragem, incorrupto numa sociedade minada pelos escândalos, amargurado com o mundo que o rodeava, ambicionando cargos que nunca lhe foram atribuídos.

Nos últimos anos da sua vida foi preceptor e aio de D. Luís Filipe, herdeiro da coroa. Cargo que detestou cumprir. No entanto, no convívio com a família real, terá nascido uma paixão impossível de concretizar pela rainha D. Amélia. Terá sido para salvar a honra de ambos que no dia 8 de Janeiro de 1902 se suicidou com dois tiros?

Questionado sobre qual seria o seu ideal de vida terá respondido: «Morrer a tempo.» O seu desejo cumpriu-se já que a sua morte prematura aos 46 anos o impediu de assistir à derrocada da Monarquia e à violência da República.



Educar com Bom Senso - Javier Urra

Quando os filhos nascem começam as grandes interrogações dos pais. A pergunta que os assalta com mais frequência é: estamos a fazer tudo bem? E as dúvidas estendem-se à comida, ao rendimento escolar, às amizades, ora porque está muito calado, ou porque não sai da frente do computador, não larga a consola, quer um telemóvel, responde mal e já quer sair à noite com os amigos…

Javier Urra, autor best-seller em Portugal, ensina-lhe a educar os seus filhos com bom senso. Neste livro com casos e exercícios práticos, este psicólogo espanhol, com larga experiência no trabalho com crianças e adolescentes, fornece-nos as chaves necessárias para formar os nossos filhos com inteligência, equilíbrio emocional e com valores. Ou seja, com critério.

Educar com Bom Senso ensina-lhe tudo o que precisa de saber desde que o seu filho nasce até à adolescência - quando se colocam questões urgentes como o álcool, as drogas, a sexualidade, etc. - e apresenta-lhe os critérios e as estratégias para cada etapa de desenvolvimento. Um guia fundamental para todos os educadores.

Javier Urra, psicólogo clínico e pedagogo terapeuta, trabalhou durante três anos com jovens conflituosos no Centro Nacional de Reeducação de Cuenca. Desde então desenvolve o seu trabalho como psicólogo forense do Tribunal Superior de Justiça e do Tribunal de Menores de Madrid. É ainda professor de Psicologia na Universidade Complutense de Madrid e vice-presidente da Associação Ibero-Americana de Psicologia Jurídica e assessor e patrono da UNICEF. Entre 1996 e 2001 foi o primeiro provedor de Menores em Espanha e o primeiro presidente da Rede Europeia de Provedores de Menores.



O Seu Tempo Vale Ouro - Alberto Pena

Há alturas em que se sente insatisfeita/o porque o seu tempo não estica? Sente que anda a correr de um lado para o outro entre casa, família, trabalho e que no final do dia não conseguiu cumprir os seus objectivos? Entra cedo no trabalho e, quando dá por si, já é hora de almoço e não fez nada. Até tenta planear o seu dia-a-dia e estabelecer prioridades, mas depois responde a um e-mail, recebe um telefonema, é chamada/o para uma reunião...

O seu tempo vale ouro, logo é tempo de aprender a gerir a sua vida da melhor forma. Como? Não existem soluções milagrosas, mas Alberto Pena, especialista nesta área, garante que é possível alcançar uma vida mais produtiva.

- Aprenda a gerir o seu e-mail;

- Faça pausas frequentes durante o horário de trabalho, mas descansar não significa ligar-se a uma rede social ou enviar um e-mail a um amigo, é afastar-se da secretária o mais possível;

- Aprenda a desligar-se do trabalho quando sai do escritório. Uma pessoa com uma mente descansada enfrenta melhor um problema;

- Reduza os compromissos desnecessários que só o afastam dos seus verdadeiros objectivos;

- Faça com que o dia de hoje conte e seja único. Esta é uma boa forma de se sentir motivado todos os dias.

Este livro é uma ferramenta útil para que, de forma sistemática e lógica, alcance estes objectivos. Alberto Pena propõe-lhe exercícios práticos, resume um conjunto de conselhos da sua própria vida pessoal e profissional e convida-o a dar passos pequenos para alcançar grandes metas. O segredo está em mudar a sua mentalidade, os seus comportamentos e hábitos de vida de forma a despertar a motivação adormecida.



Doces Tormentas - Rui Vilhena

Paulo é casado com Sílvia, que é amante de Carlos, que é marido de Marta, que tem um caso com Ricardo, que vive com Henrique, que está a sair com Paulo. Confuso? As grandes histórias de amor são assim: complicadas.

O autor Rui Vilhena, guionista das novelas mais vistas da televisão portuguesa, traz-nos uma comédia romântica apaixonante que nos leva aos meandros do misterioso mundo das relações e dos afectos, onde o tempo pode ser o maior inimigo do amor, mas, por ironia, é também capaz de despertar uma paixão adormecida.

Porque nada é o que aparenta, porque nada pode ser tomado como certo, porque no que toca aos sentimentos as surpresas estão em cada esquina, prepare-se para um romance surpreendente e divertido.

Uma coisa é certa, quando estes três casais amigos se sentaram à mesa do pequeno-almoço, estavam longe de imaginar que aquele não teria um final doce. E que, na ementa, entre doce de laranja e croissants, não faltava uma tentadora mousse de chocolate.

domingo, 16 de maio de 2010

Biografia de Sherlock Holmes (A) – W.S. Baring-Gould


Sherlock Holmes é um ícone da literatura e, atrevo-me a dizer, do meio da investigação criminal.

Figura criada em 1887 por Sir Conan Doyle, o sucesso foi imediato. Para além de elevar a arte de detective particular a patamares nunca alcançados, Doyle conseguiu criar uma vedeta internacional e o mais curioso é que essa personagem nunca existiu.

Mesmo mais de 100 anos depois do fim das suas aventuras, é impossível não nos deixarmos entusiasmar e impressionar pelos casos criados e pelo carisma da personagem, facto que quanto a mim, é um dos principais razões do sucesso.

No entanto o fascínio de milhões de leitores fez com que a obra de Conan Doyle começasse a ser analisada ao pormenor. Esquecendo-se, ou talvez não, tratar-se de uma figura ficcional muitos começaram a apontar falhas nas histórias, vícios secretos e até segredos que não abonavam muito a favor de Holmes, alterando até um pouco a imagem imaculada de Holmes.

Em “A Biografia de Sherlock Holmes”, W.S. Baring-Gould simplesmente preenche, ou procura fazê-lo, todas as lacunas deixadas em aberto por Sir Conan Doyle.

Toda a biografia, embora obviamente ficcional, procura mostrar-se real, chegando ao ponto de mostrar imagens dos personagens como se de figuras reais se tratassem.

Iniciando-se no nascimento de Sherlock Holmes, é aqui narrado a sua infância, a sua família e como ele chega a detective particular. A vida de Sherlock Holmes é desvendada como a de um simples homem que nasce com um dom e uma enorme capacidade de observação.

Sendo eu um admirador de Sherlock Holmes (confesso que li mais de uma vez todas as suas aventuras e tenho em DVD a célebre série da BBC com Jeremy Brett como protagonista no papel de Sherlock Holmes), fiquei fascinado com a imensa capacidade e simplicidade com que Baring-Gould escreve esta biografia.

Passo a explicar:

Fundamentalmente esta biografia parece ter sido escrita pelo próprio Conan Doyle. O estilo é o mesmo, até a forma como o detective faz as suas observações são semelhantes, denotando uma imensa pesquisa e análise à obra de Conan Doyle por parte de Baring-Gould. Depois o escritor para escrever esta biografia, para criar todo um passado de Holmes e até alguns factos futuros, faz algo que é óbvio mas que nunca ninguém o tinha efectuado, simplesmente ele utiliza as próprias informações que Conan Doyle ia atirando sobre Holmes e até Watson em cada uma das suas aventuras.

Conan Doyle em cada aventura desvendava novas facetas. Algumas inesperadas, mas ia preenchendo ou dando dicas sobre a família de Holmes, os seus amigos, as suas manias, etc. Baring-Gould colecta todos esses factos e preenche-os, dá-lhes conteúdo, é como uma ponta de novelo que começa a desenrolar, explora os factos criados pelo próprio Conan Doyle. Brilhante!

Brilhante também, e penso que é o primeiro escritor a fazê-lo, coloca Sherlock Holmes a investigar e a descobrir a identidade de Jack “O Estripador”, célebre assassino que aterrorizou as ruas de Londres em 1889, precisamente na época em que a reputação de Sherlock Holmes estava em alta. E a descoberta da identidade, pese embora não tenha achado que tivesse sido muito complicada, tem o condão de surpreender pela identidade do assassino e curioso como nunca foi avançada essa hipótese, embora faça todo o sentido.

Em suma, é um livro muito interessante, uma espécie de esticar das aventuras originais de Holmes onde todos se irão deleitar com a sua enorme capacidade na arte da lógica dedutiva, assim como em conhecer factos nunca conhecidos e que surpreenderão.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Último Reino (O) – Bernard Cornwell


Este é o primeiro volume de uma série intitulada “Crónicas Saxónicas” e que em Portugal vai no quarto volume estando previsto, para este ano, a edição do quinto volume da série.

Baseado em factos verídicos, o que é apanágio de Bernard Cornwell, que para mim é o melhor escritor do género Romance Histórico, este primeiro volume, para além de conter várias personagens reais dos quais destaco Alfredo pela sua importância, baseia-se em vários documentos da época, entre outros, uma biografia de Alfredo pelo bispo Asser e as Crónicas Anlgo-Saxónicas.

A técnica narrativa de Cornwell é a verificada nas suas outras séries. Aqui existe um rapazinho, Uhtred Uhtredson, que assume a posição de narrador presente (autodiegético). Personagem ficcional, ocupa a principal posição na obra e é através dele que vamos tomando conhecimento dos terríveis acontecimentos no tempo e no espaço.

Ilhas Britânicas, ano de 866 d.C., uma época dominada pela violência onde o ser humano não podia fazer grandes planos para o futuro, pois a morte podia surgir a qualquer altura. É nesta existência que os saxões dominam o território que futuramente se chamará Englaland (Terra dos Anglos). Dividido em quatro reinos, não há um Rei Supremo como tinham os Bretões, antigos senhores do território (ler Crónicas do Senhor da Guerra).

É nesse ano que os dinamarqueses, os célebres vikings, invadem as ilhas e é numa das primeiras batalhas que Uhtred é capturado aos 10 anos pelos dinamarqueses.

Particularidades fazem com que o jovem seja poupado à morte sendo alvo da simpatia de Ragnar, o seu captor e um dos chefes dinamarqueses. E é assim que Uhtred é criado no seio daquele povo, não só se afeiçoando a este povo invasor como e principalmente aprende a combater como eles.

Para quem já leu as obras de Bernard Cornwell, não ficará surpreendido diante da narrativa que se segue. Extraordinariamente viva, brilhantemente pesquisada, os acontecimentos, sobretudo as batalhas, são extremamente violentas e visuais ao ponto de sentirmos todo o fragor das contendas e dos homens em agonia. São poderosas as descrições, que de factos aconteceram, horríveis as chacinas e selváticas a forma como se mata e morre em guerras sustentadas corpo a corpo.

Curiosa a forma como ele descreve os dinamarqueses. Actualmente conhecidos como vikings ou Lobos do Mar, ficaram com uma reputação de bárbaros que invadiam para matar e roubar. Embora de facto haja um fundo de verdade, Bernard Cornwell desmistifica esses factos e designações assim como outros factos lendários associados a esse povo. O autor escreve de acordo com a realidade e essa é a verdadeira essência do Romance Histórico onde Bernard Cornwell é mestre.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Resultado "Oferta de Livro"

Após contar todos os comentários deixados desde o início do Blog, constatei e diga-se que já desconfiava, que o visitante mais activo, aquele que mais comentários deixou e, diga-se, a maioria construtivos, foi o Pedro, amigo e blogger do Cantinho do Bookoholic.

De resto ressalvo os imensos comentários deixados e a imensa interacção de vários membros, no entanto Pedro foi, sem dúvida, o mais activo.

Obrigado rapaz e espero que usufruas dos “Senhores da Noite” que li neste fim-de-semana.

Proximamente irá ser levada a cabo nova inciativa do género.

Estejam Atentos!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Oferta de Livro


O Blog NLivros tem para oferecer um exemplar da obra "Senhores da Noite" da nossa amiga Carla Ribeiro, a Silent Raven do Blog "As Leituras do Corvo".

E como podem ser o(a) feliz contemplado(a)?

É simples, o Blog NLivros pretende premiar o leitor que mais interagiu através de comentários nos posts publicados desde o início das funções do Blog, desde que esse leitor seja também um dos seguidores do mesmo.

Ou seja, o leitor que mais comentários fez, desde que seja seguidor do Blog NLivros, receberá um exemplar do último livro da nossa amiga Carla Ribeiro.

Dentro de alguns dias direi o nome do(a) feliz premiado(a).

Opinião do Leitor

Desde que iniciei, em colaboração com algumas editoras, os passatempos que visam oferecer alguns exemplares dos livros em causa, que solicito sempre aos vencedores uma posterior opinião acerca da obra.

Não necessáriamente uma opinião muito elaborada, mas apenas que o(s) premiado(s) falem um pouco do livro e das sensações por ele causadas.

Assim, a primeira pessoa que o faz é a Maria Major da Amora que foi uma das vencedoras do passatempo "Por Uma Palavra Tua" efectuado no passado mês de Março.

Eis a sua opinião.

"O livro Uma Palavra Tua, surpreendeu-me um pouco, porque estava à espera que fosse um livro mais alegre, tal como os livros infantis de Elvira Lindo que conheço e gosto bastante, estou a falar de “Manelinho Caixa de Óculos”.

Uma Palavra Tua é um livro que relata vida de Rosário e que não foi a que desejou. Um relato triste que marca e faz reflectir o leitor, a relação amor-ódio que Rosário descreve torna o livro um pouco “pesado”. As lições de vida descritas mostram-nos como por vezes é a dureza do relacionamento humano.
"

Obrigado Maria Major e volto a convidar todos aqueles que já venceram um dos passatempos, me enviem uma opinião dos livros que receberam.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Novidades "Europa-América"



Título: Os Laços que nos Unem
Autora: Linda Gillard
Colecção: Contemporânea
Preço: 20.51€
Pp.: 240

Rose Leonard quer esquecer o seu passado.
Refugiada numa pequena comunidade numa ilha ao largo da Escócia, dedica-se ao seu trabalho no silêncio e na solidão da sua casa à beira-mar. Porém, ela é assombrada por memórias indesejáveis.
A sua filha solitária, Callum, um homem mais novo e frágil, que quer exorcizar os seus demónios, e os seus novos amigos dão-lhe a esperança e o amor necessários para viver cada dia. Mas terá Rose, presa à vida e à sanidade por um fio, a coragem de dizer sim à vida e esquecer o passado?

Linda Gillard vive na ilha de Skye, a noroeste da Escócia. Foi actriz, professora e jornalista, antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro. É a autora do livro de sucesso Sonhar as Estrelas, editado por Publicações Europa-América.

«Lírico, assombroso e intrigante» Isla Dewar



Título: Mar de Sangue
Autor: Steve Mosby
Colecção: Crime Perfeito
Preço: 25.50€
Pp.: 292

Alex Connor quer fugir do seu passado. Após a morte da mulher, ele quer esquecer a sua vida e só a sua amiga Sarah lhe dá ânimo. Sarah é assassinada e a Polícia, embora tenha descoberto o criminoso, que rapta mulheres e as tortura para que se esvaiam em sangue, não encontra o seu cadáver. As horríveis buscas policiais obrigarão Alex a despertar para a vida e para várias mortes cruéis. Somente Paul Kearney, um agente da Polícia, parece compreender a sua espiral descendente na loucura e os dois terão de se embrenhar num mundo negro e sinistro.

Steve Mosby é a nova estrela do mundo do romance policial e tido pela crítica britânica como um dos autores mais originais neste género. É autor d’ O Assassino 50/50 e de Um Grito de Ajuda, obras publicadas nesta colecção.




Título: Renoir
Autor: Pascal Bonafoux
Colecção: Grandes Biografias
Preço: 22.00€
Pp.: 272

«Não morrerei sem dar o melhor de mim...»
Obstinado, artista até ao fim dos seus dias, Renoir encontra-se entre as figuras de grandes artistas que têm um lugar de honra no Panteão Nacional de França. Um destino póstumo, ao qual ele não teria ficado indiferente.

Nascido em Limoges, Renoir cresceu em Paris, a dois passos do Museu do Louvre, para onde os seus pais, simples alfaiates, se mudaram em busca de uma vida melhor. Com 13 anos, o jovem Renoir teve de arranjar trabalho e, como desde a sua mais tenra idade revelou um verdadeiro gosto pelo desenho, passa a trabalhar para um ceramista. Como realiza um trabalho em cadeia, ele tem de pintar reis e rainhas, inspirando-se, para tal, em cenários de costumes de Lancret, em Diana no Banho de Boucher ou em outras obras de Fragonard que tanto o tinham impressionado no Louvre.
Mas a carreira profissional de Renoir não será esta. O seu encontro com Monet, Bazille, Sisley, Cézanne, Pissarro e todos aqueles que foram apelidados de «impressionistas», em 1874, foi decisivo. O seu destino era esse. Principiava então um longo ciclo de amadurecimento, de anos de boémia em Montmartre, nas Batignolles, intercalados pelas viagens a Espanha, à Algéria, pelas pinturas nas margens do Sena, na Normandia...
Nos anos de 1880, contra todas as expectativas, Renoir muda de estilo e depara-se com a incompreensão de todos, até dos seus amigos: as suas Grandes Banhistas escandalizaram! Era-lhe indiferente. Renoir persiste. Mesmo envelhecendo prematuramente e sofrendo de reumatismo, o que deformava o seu corpo, o enorme pintor em que ele se tornara nunca parou até finalizar uma obra, um «bom trampolim» para os futuros trabalhos. Modéstia...
Pascal Bonafoux é historiador e ensina História da Arte na Universidade de Paris VIII. É autor de inúmeras obras, entre as quais Monet e as Correspondances Impressionnistes.



Título: Os Filósofos no Divã
Subtítulo: Quando Freud se Encontra com Platão, Kant e Sartre
Autor: Charles Pépin
Colecção: Biblioteca das Ideias
Preço: 21.50€
Pp.: 264

Quando Platão, Kant e Sartre, imortais, se deitam no divã de Freud, surgem, ao longo de um dia inédito, as perguntas de Filosofia mais importantes. Ao vestir a pele dos filósofos, Charles Pépin guia-nos ao longo de uma apaixonante viagem, lúdica e romanesca, ao coração da História do Pensamento Ocidental.
A originalidade desta obra reside no facto de as opiniões dos filósofos serem abordadas de acordo com o que viveram e sentiram e de os sistemas filosóficos surgirem indissociáveis das obsessões dos seus autores: o idealismo de Platão, a lei do dever de Kant e a forma como Sartre olhava para os outros.
Uma análise que se assemelha a tantas que nós fazemos hoje em dia, tal é a forma como se esboça o retrato do homem ocidental.

Charles Pépin, 35 anos, escritor e professor agregado de Filosofia, dá aulas no liceu do Estado da Legião de Honra de Saint-Denis e no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Depois de ter publicado dois romances notáveis (Descente e Les Infidèles), editou um ensaio de introdução à Filosofia que teve uma grande aceitação junto do público: Une Semaine de Philosophie.



Título: 2012 – Extinção ou Utopia
Subtítulo: As Profecias do Juízo Final
Autor: Allan J. Danelk
Colecção: Millenium
Preço: 18.50€
Pp.: 234

Será 2012 o fim do mundo, tal como o conhecemos? De 2012 ao aquecimento global e à pandemia mundial, os cenários do dia do juízo final têm um papel de cada vez maior destaque nas nossas vidas. Será que algum destes cenários apresenta um risco real e iminente? Porque é que a cultura moderna continua a acreditar nestas crenças desoladoras, e de que forma elas influenciam o nosso mundo?
Separando a ficção da realidade, J. Allan Danelek escrutina 2012, a data que marca o fim do antigo calendário maia, e analisa a fundo para descobrir se ele indica o fim do mundo ou o princípio de um mundo novo. Danelek também analisa várias convicções passadas e presentes sobre o fim do mundo (das profecias bíblicas à guerra biológica) e discute as profecias de profetas famosos, como Nostradamus e Edgar Cayce.
Com uma lógica penetrante, Danelek explora objectivamente as ameaças apocalípticas que prenderam a nossa imaginação… e revela um conhecimento surpreendente sobre que futuro — medonho ou esplendoroso — está traçado para a Humanidade.
J. Alan Danelek é um investigador ávido do paranormal que gosta de apresentar teorias alternativas sobre o nosso mundo estranho e fascinante. Alguns dos seus textos têm vindo a ser publicados na revista FATE e é um convidado recorrente no programa Coast to Coast, apresentado por George Noory. É também o autor de UFO’s: The Great Debate, Atlantis, Lessons from the Lost Continent e The Case for Ghosts. Reside actualmente no sopé das colinas de Denver, no Colorado, com a sua mulher e os seus dois filhos.




Título: Como Tratar da Sua Horta
Subtítulo: Como arranjar as coisas do dia-a-dia
Autores: Louis Giordano e Daniel Puiboube
Colecção: Euroagro
Preço: 16.50€
Pp.: 152

Nos dias que correm, há uma preocupação cada vez maior com a qualidade dos alimentos que ingerimos (e os químicos que contêm), e os legumes não são excepção.
Provavelmente, já deu consigo a pensar: «E se eu tivesse uma pequena horta?
Poupava algum dinheiro e podia dar uma alimentação mais saudável à família…»
Mas desistiu rapidamente desta ideia, pois não saberia por onde começar…
Pois bem, chega agora até si este pequeno guia útil e prático, que não só lhe apresenta os legumes de A a Z como também o ajudará a:
o preparar a terra para o cultivo
o conhecer as propriedades do solo e das sementes
o saber o que plantar e quando
o manter a horta livre de pragas

Está na hora de meter mãos à obra e cultivar o seu cantinho biológico! Leia os conselhos e as dicas que lhe propomos e desfrute dos seus legumes: frescos, muito saudáveis e deliciosos!




Título: Se está Avariado Ponha-o a Funcionar
Subtítulo: Como arranjar as coisas do dia-a-dia
Autor: Nick Harper
Colecção: Arte de Viver
Preço: 12.36€
Pp.: 198

Este é um guia essencial, que lhe permitirá reparar todas aquelas pequenas coisas que sempre lhe disseram que não têm arranjo. Se Está Avariado, Ponha-o a Funcionar! está cheio de soluções práticas. E com ele vai aprender a:
o remover as manchas negras das frigideiras
o reparar um leitor de CD que já não tinha salvação possível
o recuperar uma camisola que encolheu com a lavagem
o arranjar a alça de uma mala
o consertar um chapéu de chuva
… e muito, muito mais!
Com mais conselhos e sugestões do que uma enciclopédia e escrito de forma fácil de compreender e à prova de idiotas, a questão é: poderá dar-se ao luxo de não adquirir este livro? (Resposta: não.)



Título: Escola de Futebol – Jogo em Equipa
Autor: Jefferies e Goffe
Colecção: Europa-América Juvenil
Preço: 16.25€
Pp.: 100

O Lourenço não marca golos e a equipa está desanimada. Não tarda, o Tiago termina o primeiro ano na escola de futebol e a Casa Alfa está prestes a ganhar a taça. E todos estão muito nervosos porque têm apenas dois jogos pela frente. A Vera sente que perdeu o seu talento. O Tiago já teve a sua conta e acha que deve ser ele o próximo capitão da equipa. Será o fim de grandes amizades?




Título: O Multiculturalismo
Autor: Patrick Savidan
Colecção: Saber
Preço: 8.90 €
Pp.: 116

O multiculturalismo é uma premissa ancestral da história da Humanidade.
Porém, ele é também o alvo central de muitas «guerras de culturas», de tensões sociais e de crises políticas, muitas vezes resultantes de uma percepção errada do contexto histórico-político e económico-social. Ora, na actual sociedade, cada vez mais globalizada, em que cada nação é um «mosaico cultural», a questão do multiculturalismo é um fenómeno que merece a atenção e envolvimento de toda a comunidade e não só dos agentes políticos.
É neste contexto que esta obra se inscreve, ao procurar introduzir o leitor:
- nos meandros dos desafios das normas do multiculturalismo, dos seus problemas políticos e étnicos, das convicções, propósitos e aspirações;
- nos diferentes modelos de posições multiculturais;
- na temática central de reavaliação da importância e de responsabilização do papel do Estado democrático;
- nas questões de aplicação e de eficácia das políticas multiculturalistas.
Uma obra incontornável para o entendimento de uma sociedade cada vez mais multicultural.

Patrick Savidan é professor-adjunto na Universidade Paris VI, bem como presidente do Observatório Para as Desigualdades, director da revista de filosofia Raison publique e responsável pela colecção «Mondes Vécus» na editora Grasset. Publicou em co-autoria com Sylvie Mesure o Dictionnaire dês Sciences Humaines (2006, PUF).

domingo, 2 de maio de 2010

D. Amélia – Isabel Stilwell




A história inicia-se quando Amélia criança, filha primogénita de Luís Filipe, Conde de Paris e herdeiro ao trono de França, na altura já República mas muito periclitante. Assim, Amélia é uma princesa com grande importância estratégica nos tronos europeus que reconheciam D. Luís Filipe como chefe da casa Real francesa.

Numa escrita simples, sem grandes descrições (quanto a mim a autora peca um pouco pela falta das mesmas), dividido por capítulos curtos e datados, a autora faz desfilar de uma forma cronológica, a infância e juventude de Amélia, deixando perceber que a sua educação foi inteiramente pensada para um dia ser rainha e, de alguma forma, ajudar na luta da Casa Orleães.

Podemos dividir o livro em duas partes bem distintas.

Numa primeira parte, infância e juventude, somos colocados diante de um mundo de fadas e princesas, num tom suave onde passa a ideia de uma imensa união familiar, tendo como pano de fundo as enormes agitações que levaram os Orleães ao exílio em Inglaterra (onde Amélia nasceu).

É interessante perceber o estado das monarquias europeias na segunda metade do século XIX. A maioria decadente, vivendo e agindo numa micro-sociedade que se rodeava de luxo, numa espécie de redoma que pouco se alterou durante séculos. Assaltadas por constantes alvoroços, boatos e maledicência, era já visível as grandes mudanças político-sociais que se estavam a preparar e que vieram a suceder a partir do fim do séc. XIX.

Muito interessante também e a autora consegue explorar muito bem esse facto, são os imensos excertos dos diários de D.Amélia, assim como cartas na íntegra, que ela manteve até à sua morte. Embora a autora no epílogo mencione que alguns desses excertos e algumas das cartas sejam verdadeiros, não deixa de ser impressionante lermos pensamentos de uma rainha que, antes de o ser, era mulher e mãe.

Obviamente que a grande maioria da narrativa é ficção, sobretudo quanto aos diálogos, mas não posso deixar passar algumas considerações que nos são colocadas à medida que a história avança, fundamentalmente na segunda parte do livro, ou seja, a partir do momento em que recebe a proposta de casamento com D.Carlos e aceita-a.

A partir desse momento a história de Amélia muda radicalmente.

Já não é a princesa protegida e passa a viver num país periférico, pobre, casada com um homem que de facto ama, mas tendo a obrigação de assumir o papel de mulher e futura rainha.

Vemos então outra Amélia e é nesse espaço que a autora menciona factos que julgo polémicos e que não consegui comprovar. Por exemplo, menciona o facto de os pais de D.Carlos não se darem bem e viverem separados. Isso é facto verdadeiro, mas coloca o Rei D. Luís a pedir o divórcio à Rainha D. Maria Pia. Verdade?

Através das cartas e dos diários, Amélia passa a imagem de um D. Carlos fraco, um bom político e diplomata, mas um homem mais interessado em mulheres, caçadas e jantaradas, ou seja, só queria borga.

Por outro lado a imagem de D.Amélia é a de uma mulher que, embora educada de uma forma fria, é quente, apaixonada, virtuosa e muito consciente do seu papel de Rainha e mãe do futuro Rei de Portugal. Apenas age em prol dos interesses da sua família e da Coroa Portuguesa.

Não o coloco em causa, mas tenho dúvidas de tanto virtuosismo.

É um excelente livro, complementado por excelentes fotografias de várias fases da rainha, sendo mais do que um mero Romance Histórico. Claro que muito é ficção, mas a História de D. Amélia e de alguma forma de vários outros personagens, assim como de D. Carlos e dos príncipes, está presente e fica clara aos nossos olhos. Assim como nos fica uma imagem de grande desgaste que os regimes monárquicos foram sofrendo, uma insatisfação crescente dos povos face à opulência das casas Reais e de sistemas de Monarquias Constitucionais que, na sua maioria, se revelaram os assassinos dessas Monarquias substituindo-as por Repúblicas onde alguns apenas vieram tomar o lugar dos reis, ficando tudo bem pior do que antes. Isso é perfeitamente perceptível através das palavras elogiosas de Amélia, já em 1945, para com Oliveira Salazar e quem conhecer a História pós Monarquia, sabe que entre 1910 e 1926 (1ª República), nesses míseros 16 anos, Portugal teve sete Parlamentos, oito Presidentes da República e 45 governos (!!!). Em 1926 surge a instauração de uma ditadura militar tal a instabilidade e divergências e apenas em 1933 com o surgimento do Estado Novo o país conhece um pouco de estabilidade que estava fugidia há tantos anos.

Ou seja, República para quê?

Para dar de comer a tantos oportunistas e criar um sistema vigente em todas as Repúblicas de compadrios, tachos, interesses e influencias que não procuram proteger e favorecer o povo.

Por fim, fica a imagem que finalmente o país reconheceu D. Amélia e penso que esta obra lhe presta uma homenagem merecida.