sexta-feira, 31 de maio de 2019

Resposta ao meu repto "10 livros que sempre quis muito muito ler mas ainda não calhou"

Continuando esta rubrica que, efectivamente, se pretende bem disposta, convidei o Pedro do Blog "O Cantinho do Bookaholic", também ele um veterano do meio e alguém que muito prezo, para referir 10 livros que sempre quis muito muito ler mas ainda não calhou.

De notar que o primeiro desafio foi colocado por ele, e depois de eu ter efectuado uma lista, resolvi devolver o desafio.


Obrigado pela participação Pedro!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Conhecem o Zé das Festas?



Ontem assisti a uma reportagem da TVI, da jornalista Alexandra Borges, que me deixou completamente siderado.

Na reportagem é descrita a conduta surreal da Segurança Social de Évora que, com uma conduta imprópria do seu presidente, Dr. José Domingos Ramalho, organiza festas denominadas “Fora da Caixa” em horários laborais, permitindo observar, pelas imagens disponibilizadas, o imenso forrobodó que acontece com dinheiros públicos. 

Imagine-se que se chega ao ponto de existir um grupo feminino chamado Docess (sim, com dois ss) e um grupo de cantares (algo do género), composto por funcionários que se ausentam do seu serviço durante horas ou mesmo dias, para actuar em diversos eventos.

É completamente vergonhoso o que se passa e, igualmente grave, é a promiscuidade que se retira quando sabemos que Domingos Ramalho é um protegido do presidente da Segurança Social e íntimo de vários ministros e personalidades da cópula do Partido Socialista. A provar isso, são as selfies que o dr. Ramalho coloca nas suas redes sociais, selfies essas em grandes cavaqueiras com essas personalidades.

É triste percebermos da imensa insegurança social que foi criada diante dos olhares impávidos de quem dirige este país, que em vez de proteger, instituíram o caos.

E mais grave é sabermos que há dividas à segurança Social, por parte das empresas, de onze mil milhões de euros, 11 MIL MILHÕES!!!, que não são cobradas e parte delas destinadas a ser perdoadas. 

Se for alguém que deve 200€, são cartas de ameaça de penhoras ou de cobrança coerciva e tem de pagar e não bufar. Uma espécie de ditadura opressiva, em que o cidadão é tratado como escumalha para que outros sejam tratados como realeza.

Que tristeza!

E depois ainda há pessoas que acham que não vale a pena votar?

Se todos votássemos contra esses senhores, de certeza que não faziam o que fazem e não me digam que outros fariam igual. Não! Só o fazem porque nós deixamos.


 

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Sobre a Feira do Livro


Está prestes a iniciar a 89ª Feira do Livro de Lisboa.

Desde 1985 que não perco uma edição, sendo que houve muitas edições que lá fui por várias vezes, muitas vezes apenas para passear. No entanto há já vários anos em que a visito apenas uma vez, sinceramente mais pela tradição e pelo meu filho, que a adora, do que pelos livros e é aqui que queria assentar este post.

Primeiro, admito que a Feira do Livro de Lisboa está muito melhor organizada e dinâmica em relação ao que se verificava há uns anos.

Porém quem vai a Feiras do Livro, vai pelos livros acreditando ali encontrar livros com grandes descontos, com preços inferiores aqueles que se verificam em livrarias online ou em grandes superfícies comerciais. No entanto isso é puro engano. Tirando os livros do Dia, que atingem descontos de 50% a 70%, de resto oscilam entre os 10% a 20%, ou seja, descontos verificados ao longo do ano nos casos que acima referi.

É uma Feira excelente para as editoras, que ali vendem bem, mas para os leitores, nem por isso. Aliás, o que se verifica no mundo editorial, é ver o livro ser tratado como um mero objecto comercial, nada diferente de batatas ou couves, simplesmente um objecto comercial que deve ser rentabilizado ao máximo.

Eu até entendo isso, mas em qualquer Feira do Livro, o livro e os leitores deviam ser respeitados e o livro ser algo sublimado, festejado, e isso não acontece.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Ladrão da Eternidade (O) - Clive Barker


Considerado um clássico da literatura fantástica, escrito como uma espécie de metáfora para um público juvenil mas que devia ser lido por adultos, este Ladrão da Eternidade é uma obra estranha, que a colocaria mais no campo do surreal do que propriamente no fantástico, porém, é indiscutível e perceptível várias metáforas subjacentes em toda a obra que são, elas mesmas, os verdadeiros pilares desta obra que até apreciei mas que, em vários momentos, achei tão estranha que estive quase para desistir, mas não o fiz.

Depois, penso que descobri uma das fontes de inspiração de J.K Rowling para o “seu” Harry Potter.

Se analisarmos todo o contexto da obra, retirando as várias metáforas que suportam a história, observamos um rapazinho, corajoso e inteligente, que descontente com a sua vida e desejando estar num local diferente, é abordado por um ser com aspecto de homem, que o convida a ir para uma casa onde tudo é fantástico e a diversão impera. Faz-vos lembrar algo?

Depois, à medida que os dias vão passando, e depois de o entusiasmo diminuir, esse rapazito começa-se a aperceber de várias “coisas” estranhas, cuja explicação, simplesmente, não lhe é dada, mais, ele apercebe-se que há um véu de secretismo. A acção vai-se desenrolando, até que surgem vários seres que ele apelida de vampiros, mas que fazem lembrar muito algumas das criaturas maléficas de Harry Potter, sobretudo uma delas, muito, mas mesmo muito semelhante a Voldemort. E mais não conto, mas sempre adianto que há várias outras semelhanças, por exemplo o nome: o nome da criança deste livro é Harvey.

No entanto, este livro é verdadeiramente uma metáfora sobre o tempo. Ou seja, aquele tempo que vai passando sem que nós nos apercebamos ou que o valorizemos. 

Isso é claríssimo. A forma como esse miúdo se deixa ir pelas ilusões, num tempo que não volta mais, em busca da ilusão da felicidade e bem estar, fugindo dos problemas e, sobretudo, o não aproveitar a vida e aqueles que nos querem bem.

Depois, um dia, olha-se para trás, e apercebemo-nos que a eternidade nos foi roubada, e aqui eis outra metáfora, pois o Ser Humano considera-se Eterno, até que um dia constata que isso é pura ilusão. Vivemos de uma forma apressada, sempre em busca do dia seguinte, do fim-de-semana, das férias, para depois, um dia, constatarmos que não vivemos e o tempo passou e estamos idosos.

Ou seja, são essas duas principais metáforas que estão na base do livro. O desperdício do nosso tempo, a ilusão do mesmo, da felicidade, do bem estar. Uma idiotice pegada aquilo que somos. Reparem que diariamente estamos aprisionados em tarefas que, por ser mesmo um cativeiro, nos fazem estar sempre ansiosos pela hora seguinte, pelo dia seguinte, pelo fim-de-semana seguinte, pela semana seguinte, pelo mês seguinte. Para quê? Tudo é ilusão, quando chegamos ao patamar desejado, verificamos que não nos satisfaz e ficamos logo lançados para o outro patamar. Não usufruímos do momento, da NOSSA VIDA, das pessoas que verdadeiramente nos amam.

Um bom livro, um pouco ingénuo, que se lê num par de horas e que tem algumas mensagens introspectivas muito interessante.