Em 1893, Chicago organiza uma
Exposição Universal que foi um enorme sucesso que originou vários factos que
influenciaram o mundo ocidental desde então.
Em simultâneo, a poucos metros do
local da exposição, um assassino em série, na verdade o primeiro assassino dos
Estados Unidos (com registos), atraiu e assassinou um número impreciso de vítimas,
sobretudo jovens mulheres, com a intenção de vender o seu corpo para as escolas
de medicina ou para lhes ficar com o dinheiro. O seu nome era Herman Webster
Mudgett, mais conhecido por H.H. Holmes.
São assim estas duas histórias
que Erik Larson nos conta numa vertente de ensaio histórico alicerçado por
notícias e relatos da época que o ajudam a elaborar o quotidiano e a acção dos
principais personagens, efectuando uma recriação da época, mentalidades e fundamentos
que estiveram na génese da exposição e dos terríveis homicídios de Holmes.
E Larson vai intervalando as
histórias que correm de forma paralela.
É perceptível que o autor tem um
enorme apreço pela Exposição Universal e, pareceu-me, que foi esse o tema que o
levou a escrever tal obra. Acompanhando o arquitecto Burnham desde a
candidatura de Chicago, o autor desconstrói todas as questões que estiveram na
origem da Feira, inclusivamente do porquê de a mesma ser tão importante para
Chicago.
Porém, para mim, o principal
interesse estava na história de H.H. Holmes.
Já me tinha cruzado aqui e ali
com algumas referências relacionadas a Holmes. Já tinha lido que era
considerado o primeiro Serial Killer dos Estados Unidos, porém estava longe de
imaginar o quão inteligente e pérfido foi. E isso surpreendeu-me na leitura
desta obra.
Primeiro porque o autor teve o
condão de conseguir entrar na mente do assassino. E como foi capaz de o fazer?
Ele explica no final!
Depois porque reconstitui vários
dos crimes que ele efectuou e as suas razões. Apenas lamento que a história de
Holmes tenha sido mais uma bengala da história da exposição universal, pois,
confesso que a psicologia me fascina e que a mente de psicopatas e sociopatas é
algo que me seduz dada a a forma inteligente e fria com que agem, e Holmes não
foi excepção, antes pelo contrário.
Assente em factos reais,
comprovados por notícias e mensagens da época que vão corroborando a narrativa,
este é um documento excepcional sobre uma época que teve uma enorme influência
no século XX. É sobretudo um manancial de factos verídicos sobre até onde o ser
humano pode ir, seja no prazer, seja na loucura.
Sem comentários:
Enviar um comentário