quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Rapariga no Comboio (A) – Paula Hawkins



O thriller “A Rapariga no Comboio” marca a estreia da jornalista Paula Hawkins na ficção e, como na generalidade dos jornalistas que escrevem, o livro é marcado por intensa acção e capítulos muito curtos, técnica que permite agarrar o leitor, não o cansando, ficando sempre em suspenso no fim de cada capítulo. Se analisarem a escrita da grande maioria dos jornalistas-escritores, perceberão que essa é a técnica base da sua escrita. Depois têm de facto treino de anos de profissão que lhes permite sintetizar um enredo, apimentando-o de vários outros factos.

Em todo o caso e embora dado à “estampa” em 2015, só há alguns meses este livro começou a ser falado insistentemente nos meios literários, isso cá no burgo claro, e devido ao filme que acaba de estrear, pois e a nível internacional, foi uma obra que depressa alcançou o estatuto de best-seller.

O enredo centra-se principalmente em Rachel que todos os dias apanha o mesmo comboio para Londres e “entretém-se” a observar o que se passa fora do comboio no seu trajecto. No final da tarde faz o percurso inverso e assim vai consumindo os seus dias. Um pormenor importante: por causa de um facto que lhe devassou a vida, Rachel encontra-se desempregada, alcoólica e aquele trajecto é apenas para enganar a amiga com quem vive (que pensa que ela vai trabalhar) e para poder visualizar a causa que provocou a sua devassa…

Até que um dia ela observa algo de muito estranho que se interligar com o estranho desaparecimento de uma jovem mulher chamada Megan e é aí que o seu mundo se vira totalmente do avesso, metendo-a no cerne de um estranho caso em que ela própria, sem sequer o saber, teve parte activa.

É pois um thriller bem construído, assente sobretudo em três vozes femininas que nos vão dando os vários aspectos da realidade que se vai tornando cada vez mais obscura e estranha. Em todo o caso, julgo que a autora até tinha matéria para poder trabalhar melhor o livro, ou seja, a história começa de facto bem, a áurea de mistério depressa se adensa, mas o livro acaba por se tornar algo repetitivo e por vezes maçudo, caindo o enredo em vários “lugares-comuns” que depressa tornam claro qual dos suspeitos é o verdadeiro criminoso, isso porque há alguns suspeitos e a metade do livro começa-se a tornar claro, por várias pistas que a autora vai deixando, que, pela lógica, deve ser aquele personagem. E é mesmo!

Pessoalmente não gostei disso. Pensei até ao fim que a autora nos iria surpreender com um volte-face dos acontecimentos, mas debalde, nada aconteceu.

No entanto é um livro que gostei de ler. De leitura fácil e rápida, embora por vezes repetitivo, consegue-nos agarrar e motivar página a página em busca da solução do estranho mistério do desaparecimento de Megan.


sábado, 15 de outubro de 2016

Sobre o Prémio Nobel da Literatura atribuído a Bob Dylan



Primeiro de tudo quero aqui deixar bem claro a minha admiração por Bob Dylan e por tudo o que tem feito pela música. Há muitos anos que oiço Bob Dylan e considero-o um génio da música a par de tantos outros que já partiram e que deixaram o seu cunho na cena musical.

 

Em todo o caso e longe de mim querer desvalorizar este prémio Nobel da Literatura, considero-o totalmente ofensivo e contranatura para a literatura contemporânea e para vários génios da literatura, considero mesmo ofensivo para os leitores.

 

Quero com isto dizer que não me enquadro na corrente do politicamente correcto que acha giro atribuir o prémio Nobel da Literatura a um músico. Penso por mim e sei elaborar a minha opinião sobre porque penso desta forma, mas este post acaba por nascer porque me deparo com constantes opiniões sobre a forma correcta como o prémio foi atribuído. Pois eu considero que NÃO FOI. BOB DYLAN É UM MÚSICO (pese embora até tenha escrito alguns livros mas do género musicais) E O PRÉMIO DA LITERATURA DEVE SER ATRIBUIDO A ESCRITORES e, vá lá, admito, poetas, que assumam essa arte.

 

Segundo a secretária-geral da Academia Sueca, Sara Danius, Dylan foi escolhido "por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana". 

 

MÚSICA!!! Não literatura!

 

Que injustiça para escritores contemporâneos como e cito de memória: Cormac McCarthy, Philip Roth, Antonio Muñoz Molina, Salman Rushdie, Paul Auster, Haruki Murakami, Amin Maalouf, e tantos outros que têm dado à literatura autenticas perolas imortais e que agora vêm um Músico ficar com um prémio que, justamente, já deveria ser seu.

 

Na minha opinião, com esta atribuição, a Academia sueca perde total credibilidade, um pouco como a academia de Hollywood onde os óscares obedecem a interesses e show offs. Se já antes não dava grande importância ao Nobel da Literatura, a partir deste ano, considero, até vergonhoso um escritor da craveira daqueles que acima enumerei recebe-lo. 

 

Que pena Saramago já não estar entre nós, o que eu não daria para ver a sua opinião sobre este atentado à literatura e aos leitores.





quarta-feira, 5 de outubro de 2016

05 Outubro - Implantação da República




Um povo sem Memória, é um povo sem História e sem Futuro.

Portugal foi fundado em 1139 e estabilizou as suas fronteiras em 1297, sendo o país europeu com as fronteiras mais antigas.

Desde a sua fundação, sempre fomos um país de heróis. Mesmo sendo tão poucos, descobrimos outras terras, colonizando-as e lá deixando a nossa cultura que até hoje se faz sentir.

Para todos aqueles que não têm esse conhecimento, lamento-o, pois como portugueses é das poucas coisas que podemos nos orgulhar, dessa herança heroína de gente sem medo, empreendedora.

Hoje em dia ainda somos um pouco assim, no entanto quarenta anos de fascismo foram suficientes para matar muito da nossa forma de ser, moldando um povo que chega a ser mesquinho, medroso e invejoso. Isso deve-se a quatro décadas de fascismo e é com alegria que vejo isso terminar aos poucos, pois noto que há uma geração de miúdos que já não sente isso, sente-se europeus, livres e isso é meio caminho andado para voltarmos a ser grandes.

Em todo o caso e embora tão pequeninos, tivemos e temos gente que sobressai em vários ramos de actividade.

Temos Dois Prémios Nóbeis!

Em 877 anos de História, temos várias datas que devemos nos orgulhar, destacando-o eu três delas:

- Restauração da Independência no dia 01 de Dezembro de 1640;

- Proclamação da República no dia 05 de Outubro de 1910;

- Revolução dos Cravos no dia 25 de Abril de 1974.


Não sendo eu defensor de feriados, considero que nestas três tem de ser Feriado Nacional.

Para quem não defende isso, apenas o meu desprezo por não considerar, por desconhecimento ou ignorância, a História de um Povo bravo e imortal.

Viva Portugal!