Pós guerra, a zona rural de Warwickshire vive ventos de mudança sob o olhar desconfiado de algumas famílias antigas que habitam em mansões seculares, ainda agarrados às tradições do passado.
Um médico é chamado a uma dessas mansões onde vive a família Ayres. Dessa forma, o dr. Faraday reentra em Hundreds Halls que lhe traz memórias de infância quando, em criança, ali acompanhava a sua mãe que servia como criada.
Nostálgico, depressa se apega aquela estranha família composta por mãe, filha e filho e rapidamente se torna numa visita regular, chegando ao ponto de possuir as chaves da casa.
No entanto a mansão encontra-se em rápido declínio, assim como a própria família que, sem dinheiro para sustentar a propriedade, vai fazendo o que pode para viver em condições dignas.
A partir de certa altura estranhos acontecimentos começam a ocorrer, trazendo a tragédia ao seio da família Ayres.
Confesso que pela sinopse esperava bem mais do livro.
Não conhecia a autora, mas pensei tratar-se de um excitante thriller/terror.
Pura ilusão!
Dá-nos uma visão do pós-guerra e das mudanças que ocorreram no seio rural britânico tão marcado por essa guerra e que atingiu muitas velhas famílias, uma sociedade em mudança que foi difícil aceitar.
Essas mudanças são de facto o que está por detrás desses acontecimentos que assombram os Ayres, eles próprios muito agarrados ao seu glorioso passado e melindrados com as mudanças que, lá fora, tinham lugar.
Entendi a metáfora da autora, porém, o desenvolvimento da história é lento e pastoso, sem grandes motivos de excitação e muito menos terríficos.
Gostei da escrita da autora e o romance até se lê bem, mas confesso que estive sempre à espera de algo que me assusta-se, mas isso levou-o o vento e nunca passou de sussurros saídos de mentes presas ao passado.