Que livro horrível!
É com livros destes que questiono: como é possível editarem-se textos de tão fraca qualidade, como é possível uma editora, embora neste caso seja uma editora desconhecida, deixar passar um livro tão mau, tão mal escrito?
É com livros destes que questiono: como é possível editarem-se textos de tão fraca qualidade, como é possível uma editora, embora neste caso seja uma editora desconhecida, deixar passar um livro tão mau, tão mal escrito?
A história em si até è apelativa. Parece ser um romance histórico sobre Viriato, sobre uma das raizes do nosso povo, os lusitanos.
No entanto a autora - uma tal de Sónia Louro que tem neste livro a sua primeira experiência, simplesmente não consegue encadear a história. Pouca coisa faz sentido, o trama está tão mal formado que depressa o interesse se esvai, até porque nota-se que dos vários episódios que a autora deve ter lido em vários manuais de História, são colocados de uma forma desconexa, tentando com isso construir o trajecto de Viriato, ou algo parecido. Mas fica muito, mas mesmo muito longe de o conseguir, pois ela nem sequer consegue efectuar uma clara descrição do ambiente da época, e note-se que a época em causa é o séc. II A.C.. Nem ambiente, nem usos, costumes, etc. Uma nulidade enquanto romance histórico.
E depois sucedem-se “coisas” hilariantes de tão ridículas que são. O Beltane, que na realidade era o Sabbat Beltane e que era uma festa pagã realizada no primeiro dia de Maio, também conhecida como a “Festa da Primavera” e que celebrava a união da Deusa, sendo também um festival da fertilidade. E o Semhain que, por sua vez, era realizado no Solstício de Inverno e que hoje é conhecido pelo Halloween ou Dia das Bruxas que era também uma festa pagã, como até era natural na altura, mas, para além de ela simplesmente não explicar que acontecimentos eram aqueles, o porquê dos mesmos, que alimentos utilizados, etc, ainda tem o descaramento de os abordar como se fossem uma coisa corriqueira, tipo uma festa de pijamas realizados com meia dúzia de bons compinchas, todos eles em busca de sexo leviano e desenfreado. E curioso também a forma como salta de festa para festa em meia dúzia de páginas. Aliás, basta ver que a certa altura Viriato vai de viagem com uns primos, viagem essa que demora 3 anos mas que em páginas decorre em cerca de 3 ou 4 páginas.
E mais, há tanta coisa sem sentido que tornam o livro numa amálgama putrefacta (eis uma das suas palavras preferidas), sem qualidade nenhuma, quer seja literária, Histórica ou até como simples romance de cordel.
A história?
A história começa com o casamento de Aurelur e Silara, que devia ter sido conforme os hábitos lusitanos. Não sei como eram os casamentos entre os lusitanos, nem fiquei a saber. Depois piram-se os dois e têm uma noite de sexo que é descrito num parágrafo de 3 ou 4 linhas. Depois de manhã, Aurelur, que é um simples pastor, vai para a guerra onde combate ferozmente e fica gravemente ferido. Enquanto está inconsciente, tem a visão de uma bela moçoila que lhe dá uma coisa qualquer para beber e, pasme-se, o tipo possui-a ali mesmo, ganda maluco. E depois acorda. Após a batalha, e tendo ficado com graves perturbações psicológicas, não consegue ter relações com a sua jovem e bonita mulher (não se riam) e anda nisto seis anos que são descritos numa página. E ó depois aparece-lhe uma deusa que lhe diz que essa tal moçoila que lhe havia surgido quando estava ferido, era, ao fim e ao cabo, uma deusa que estava prometida a Cernunnos, o Senhor da Floresta e dos animais, que por causa de ter perdido a virgindade, a moçoila e não o Cernunnos, e ainda por cima ter ficado grávida, irá agora, o Cernunnos, possuir a mulher de Aurelur, sendo que nessa altura seria concebido um bebé... zzzzzzzz, e ó depois Viriato nasce e já é grande.
Antes deste livro sabia pouco sobre os lusitanos e Viriato. Depois desta trampa, fiquei a saber exactamente o mesmo que sabia com a mais valia de saber, agora, que Sónia Louro nunca mais.
Classificação: 1
12 comentários:
Talvez seja um daqueles casos em que se paga à editora parte do edição do livro para que o mesmo seja publicado...
Entretanto, por mera curiosidade, pesquisei o livro em questão e vi que a autora publicou outro sobre o D. Sebastião. A sipnose não augura nada de bom...
Está visto que é melhor fugir deste livro, como o Diabo foge da cruz.
Obrigada pela crítica. Eu até estava interessada no livro, por se debruçar sobre uma época histórica que não conheço muito bem, mas já percebi que o melhor é ficar longe dele. ;)
Olá Iceman
Quando eu vir "Viriato- O Filho Rebelde" numa livraria já sei que não me devo aproximar ;)
Gostei muito do teu comentário e da forma como nos mostras o que te desagradou.
Continuação de boas leituras.
Bolas... na minha lista de livros a compara está o outro livro da autora "A Vida Secreta de D. Sebastião", do qual já li umas páginas e não me pareceu mau. Mas agora... depois disto... vou pensar melhor...
Olá Madrigal.
Talvez, desconheço.
Sei é que a autora já lançou novo livro, também ele supostamente um romance histórico.
O certo é que não irei perder tempo com esta escritora.
Olá Paula.
Pois, eu detestei tal a forma má como o livro está escrito e a História investigada.
Se calhar sou muito exigente, mas como por paguei...
Oi Homem do Leme.
"A Vida Secreta de D. Sebastião" não conheço e como deves compreender, a hipótese de um dia vir a pegar nele é praticamente nula.
A autora até pode ter mudado, se calhar até é uma nova forma de escrita e um novo conceito de romance Histórico (escrever sobre um tema sem o estudar), se calhar.
Eu não gosto, é pouco credivel e eu gosto de sentir que o que estou a ler ou aconteceu ou então havia bases e factos para que acontecesse.
Agora ler "coisas" sem que as mesmas tenham sido investigadas e quando eu sei que não se passaram assim.. enfim, é perder tempo e dinheiro.
Ola Homem Gelado!!!
To rindo muito da sua crítica! Otima pra animar o dia!! Vc é muito engraçado!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Também fico decepcionada quando tenho em minhas mãos uma história fraca. Conheço por aí escritores muito bons que estão lutando por seu espaço e nada conseguem.
Parabéns pelo blog!
Quando tiver um tempinho, visite o meu!
http://livrosdebia.blogspot.com
Bjs
Eh eh.
É, se não empregasse um tom irónico só saia palavrões.
;D
Olá Bia.
Sim, é um facto, há muitos escritores a lutar pelo seu espaço e a grande maioria nunca será conhecido nem visto ser reconhecido o seu trabalho.
È um prazer ver o teu blog e juntar-te aos meus favoritos.
Bjs
Boas noites,
De facto, não conheço este livro. No entanto, encontro-me a ler o outro romance da autora, "A vida secreta de D. Sebastião". Tenho a dizer que a história é fantástica, pois nota-se o cuidado da autora em fazer citações de documentos históricos, mudando a nossa perspectiva sobre este rei. Claro que, no que toca a questões de escrita, deixa um pouco a desejar, com algumas repetições exageradas da mesma palavra, algumas frases demasiado longas...
Cumprimentos e parabéns pelo blog!
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