Conforme
é do conhecimento de muitos, sou um apreciador dos livros de Rodrigues dos
Santos. Não pela qualidade literária, porque isso de facto tem muito pouca, mas
porque os livros dele preenchem um dos principais requisitos que a meu ver tem
de estar contido num livro: entretém. Para além do entretenimento, os livros
dele são um manancial de informação que, obviamente, podem agradar mais a uns
do que a outros pela temática, mas é facto é que os livros dele possuem sempre
muita informação.
Em
todo o caso e pese embora já os tenha lido todos, há livros que gostei muito e
outros que nem por isso. Confesso que, por exemplo, os últimos livros dele não
me têm agarrado por aí além, mas recordo sempre com saudades livros como “A
Filha do Capitão”, “Codex 632“ ou “A Fórmula de Deus”, livros, quanto a mim,
muito bem conseguidos e que despertaram a minha curiosidade sobre os temas
abordados.
Este
último volta a colocar em cena o historiador/detective/criptanalista Tomás
Noronha que se encontra nas catacumbas do Vaticano a analisar o suposto túmulo
de Pedro, o Apóstolo de Jesus Cristo que, segundo a História, deu origem à
Igreja Católica, sendo considerado o Primeiro Papa.
O
enredo passa-se todo num simples dia, uma aventura vertiginosa que se inicia
quando o Papa é raptado por alegados membros do Estado Islâmico e que, segundo
estes, será decapitado em directo à meia-noite se os países católicos não se
converterem ao Islão ou não pagarem um suposto valor que está referido no alcorão.
Obviamente
que depressa Tomás Noronha se vê envolto nos acontecimentos e é vertiginosa
toda a acção.
Pese
embora o objectivo central do livro seja a corrupção no seio do Vaticano, o
livro quanto a mim peca em vários factos que acabam por lhe dar pouca
credibilidade, isso na junção entre o enredo ficcional e o verídico. Penso que
um dia apenas é muito pouco para 600 páginas de alucinantes correrias. Os
diálogos sobre a corrupção são colocados um pouco à força. Poucas horas antes
do prazo terminar, Tomás está em amena cavaqueira de dezenas de páginas sobre
os meandros mafiosos que abalam o Vaticano.
Depois
no final tudo se desenrola em poucos minutos e, obviamente, o final é o
esperado com as habituais “mariquices” que o autor, a meu ver, desnecessariamente, continua
a insistir em colocar nas suas histórias.
Em
todo o caso e embora tenha gostado do livro, o mesmo não me criou um grande
pasmo, pois já li várias obras sobre corrupção no Vaticano, algumas das quais
vêm referidas na Nota Final, ou seja e ao contrário de outras obras, Rodrigues
dos Santos não nos conta nada de novo, limita-se a limar certos factos
amplamente conhecidos e a aproveitar o que muitos já escreveram sobre o tema.
Sinceramente
esperava um pouco mais, pese embora, repito, seja um bom livro da Série “Tomás
Noronha” que, e isso é algo que quero realçar, se mostra um pouco mais “adulto”
em relação a outras aventuras suas.