David Lurie, cinquentão e divorciado, é professor universitário de literatura. Vive sozinho e para dar mais sabor à sua aborrecida vida, frequenta pontualmente às 14H das quintas-feiras, uma jovem prostitua de nome Soraya.
Tardes de prazer dão a David uma sensação de afeição que é brutalmente interrompida quando Soraya lhe comunica que se irá ausentar.
Sentindo-se abandonado e rejeitado, Lurie acaba por se aproveitar da fragilidade psicológica de uma aluna para com ela ter um caso, originando um escândalo na comunidade escolar que o faz cair em desgraça.
E é neste estado que ele resolve desaparecer, indo visitar a sua filha que vive numa comunidade no interior do país. No entanto as desgraças não param de suceder...
Este livro, que aquando da sua publicação deu origem a intensos debates na África do Sul, expõe de uma forma brutal o ressentimento e as tensões raciais que surgiram após a queda do Apartheid.
As desgraças de David simbolizam a desonra e a humilhação que caracterizaram as relações entre raças sul-africanas. O choque entre o passado e o presente, entre duas culturas sem quaisquer laços históricos e fraternais que originam uma situação explosiva que ainda hoje se mantém.
A teia que Coetzee vai tecendo é magistral. Ele coloca-nos, de uma forma crua, questões de opção completamente opostas.
A dor física sobrepõe-se à psicológica e inversamente. Somos levados a optar por uma ou por outra, o bom torna-se mau e o mau, bom. Destinos com perspectivas de futuro assustadoras.
Tardes de prazer dão a David uma sensação de afeição que é brutalmente interrompida quando Soraya lhe comunica que se irá ausentar.
Sentindo-se abandonado e rejeitado, Lurie acaba por se aproveitar da fragilidade psicológica de uma aluna para com ela ter um caso, originando um escândalo na comunidade escolar que o faz cair em desgraça.
E é neste estado que ele resolve desaparecer, indo visitar a sua filha que vive numa comunidade no interior do país. No entanto as desgraças não param de suceder...
Este livro, que aquando da sua publicação deu origem a intensos debates na África do Sul, expõe de uma forma brutal o ressentimento e as tensões raciais que surgiram após a queda do Apartheid.
As desgraças de David simbolizam a desonra e a humilhação que caracterizaram as relações entre raças sul-africanas. O choque entre o passado e o presente, entre duas culturas sem quaisquer laços históricos e fraternais que originam uma situação explosiva que ainda hoje se mantém.
A teia que Coetzee vai tecendo é magistral. Ele coloca-nos, de uma forma crua, questões de opção completamente opostas.
A dor física sobrepõe-se à psicológica e inversamente. Somos levados a optar por uma ou por outra, o bom torna-se mau e o mau, bom. Destinos com perspectivas de futuro assustadoras.
Um livro incómodo que nos faz parar várias vezes face à brutalidade, várias vezes psicológica e moral, dos acontecimentos que assolam o quotidiano de David.
Um livro notável!
Um livro notável!
6 comentários:
Tenho este livro cá em casa para ler, desde que aproveitei a oferta da Sábado! Estou com muita expectativa, e parece fácil de ler!
Olá Iceman,
Tal como o Pedro também adquiri este livro através da colecção da sábado e parece que foi uma boa aposta :)
Ainda não li nada deste autor e confesso que depois de ler a tua crítica fiquei ainda mais curiosa e interessada. Vou experimentar levá-lo para a praia um destes dias ;)
Ora Viva caros amigos.
Eu também adquiri este livro na colecção da revista sábado e acreditem que foi uma excelente aquisição, aliás, afirmo que os livros que sairam nessa colecção foram todos eles excelentes.
Aparentemente é um livrinho que se lê depressa. Isso não deixa de ser um facto, porém é um livro com uma mensagem muito profunda e que criou imensa polémica quando da sua edição na África do Sul.
Pessoalmente este é um dos melhores livros que já li este ano.
Bem, devo ter sido o único que não aproveitou a oferta da Sábado!
Estou a ver que tenho que comprá-lo, fiquei cheio de curiosidade ao ler a tua crítica!
Iceman, já sei que não gostaste de "A Anatomia do Segredo", mas gostava de saber: porquê? (vou postar a minha opinião no fórum do Estante de Livros, pelo que aí será melhor revelares spoilers...)
Escrevi uma resenha recentemente sobre este livro com a seguinte conclusão:
"Coetzee conseguiu criar uma obra em que os personagens são imprevisíveis e de uma fragilidade intensamente verdadeira. A inadaptação de David Lurie às convenções do meio acadêmico e ao destino implacável, seja pela própria velhice que se aproxima rapidamente ou pelas agressões sofridas por ele e a filha, constituem um estado de desonra permanente do qual ele não consegue escapar."
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