domingo, 22 de maio de 2011

Portas de Fogo - Steven Pressfield

Em 480 a.C., no estreito das Termópilas, Grécia, segundo o historiador Heródoto de Halicarnasso, um destacamento de trezentos espartanos, sob o comando do seu rei Leónidas, tendo como aliados pouco mais de 7.000 homens de outras cidades estado helénicas, tentaram impedir o colossal exército persa composto, segundo a tradição, por mais de um milhão de homens vindos de todos os cantos do vasto império Persa que tentavam, desse modo, invadir e conquistar a Grécia.

Na altura, Esparta era tida como modelo militar, sendo os seus guerreiros temíveis em todo o lado devido à sua disciplina militar que lhe era incutida desde criança. Ou seja, eram homens cuja única profissão era ser militar e, para além de estarem muito bem preparados ao nível físico, eram também preparados a nível mental. Homens cujo destino era de combater e morrer por Esparta.

Sabe-se que o Rei Persa, Xerxes, organizou um vasto exército com a finalidade de invadir a Grécia. Ele sabia do valor de Esparta, por isso tentou reconstruir um exército monstruoso que lhe garantisse, por muitas baixas que pudesse vir a ter, a conquista da Grécia.

“Portas de Fogo” narra esses acontecimentos e a forma feroz e heróica como os espartanos e os seus aliados resistiram às hordas persas.

Sabendo da intenção persa, o Rei Leónidas decide convocar 300 homens da elite de Esparta com o sentido de impedir o avanço dessa força persa.

Estando sob o festival religioso de Carneia, que impedia os gregos de pegar em armas, Leónidas percebe que esperar pelo fim desses festival acarreta uma aproximação perigosa dos persas. É necessário atrasá-los até ao fim do festival e contra os mandamentos do concelho, convoca 300 soldados da elite espartana e, com alguns aliados, decide pôr-se a caminho, marchando até ao estreito de Termópilas, local onde, sabia, o exército persa desembarcaria.

Esse local, que significa “Portas Quentes”, era, e é, um local inóspito, encravado entre as cadeias montanhosas do Eta e do Calídromo que, obrigatoriamente, impediria o movimento de muitos homens, ou seja, por muito grande que fosse o exército persa, não lhes era possível ter uma grande frente de batalha.

Toda a descrição do antes, durante e depois, é-nos narrada brilhantemente por Steven Pressfield que tem nesta obra mais um excelente tributo à Antiguidade e sobretudo à coragem e ao carácter de Esparta que, como civilização, não deixou monumentos grandiosos, nem obras de arte vistosas, mas deixou histórias de coragem e bravura.

As descrições das batalhas são terríveis. A barbaridade e insanidade que transforma os homens em bestas, é descrita de uma forma nua e crua, quase que ouvimos os gritos e o odor do sangue.

Um livro fantástico e de uma utilidade extrema para quem quer conhecer a Antiguidade e um dos seus principais episódios.

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