Após mais
uma listinha de livros que devem ser lidos que há dias foi divulgada por
pseudos críticos literários, lista essa que se vem juntar a n delas que por aí
pululam, algumas delas já transpostas até para livro que se pretende de culto,
eis que me surgiu uma ideia: Criar uma lista dos piores livros, daqueles que
não devem ser lidos, daqueles que servem apenas para bibelôt ou, em casos mais
desesperantes, para atiçar o lume ao carvão numa churrascada.
E vai daí, eis que surge uma nova rubrica do Blog NLivros. Vou
convidar quinzenalmente ou mensalmente, logo se vê, bloggers e não só, para
referirem qual o livro que não gostaram, qual o livro mais execrável que leram,
no entanto, do porquê, pois não vale se for apenas por embirração.
E
o primeiro vou ser eu. Auto-convido-me para mencionar o pior livro que li.
E
o galardão vai para “Viriato, o Filho Rebelde”, de Sónia Louro.
Lido
nos primeiros meses de 2009, foi o meu primeiro embate com a escrita de Sónia
Louro. Confesso que a sinopse me agradou, e julguei que iria encontrar uma obra
que, em jeito de romance histórico, divulgasse o quotidiano dos lusitanos e os
seus costumes, assim como uma estrutura que narrasse os acontecimentos que
opuseram a tribo dos lusitanos aos romanos.
Qual
quê? Isso queria eu!
O
que eu li foi uma amálgama de episódios com pouca ou nenhuma ligação entre si,
incoerentes e, mais grave, o trajecto de Viriato está tão mal criado, que a
autora consegue em 3 ou 4 páginas resumir uma viagem que durou anos e que,
supostamente, teve uma enorme influência no líder que Viriato viria a ser.
Mas
se fosse só isso até que nem era mau.
Nop,
há mais. Os usos e costumes? Nicles, batatóides! O contexto histórico? Para quê,
isso é para meninos! E é hilariante a forma como a autora descreve tradições de
uma forma muito ligeira, como se fosse uma festazita sem importância, quando,
na realidade, se tratava de tradições religiosas de uma grande seriedade.
Depois, há um exagero nalgumas palavras sórdidas que a autora usa, abusa e
volta a abusar até causar exaustão e enjoo.
No
fim, sabia pouco da época de Viriato? Temos pena, pois fiquei a saber praticamente
o mesmo porque este livro nada ensina. Aliás, para além de nada ensinar, até
nos dá informações erróneas. É daqueles livros que nunca deviam ter sido publicados,
ou então merecia um maior cuidado da autora que posteriormente até provou que
sabe escrever, pois acabei por ler “O Cônsul Desobediente” e gostei bastante.
16 comentários:
ADOREI a rubrica!!!
Sobre este livro, nunca me esqueci de uma frase que escreveste sobre ele: "Que livro horrível"
:D
Lol!
Rubrica inspirada no teu post que começa "Um bocado farta destas listas!!". Adorei essa frase.
E vai daí surge-me a ideia de nomear 10 maus livros, no entanto, pensei: porque não convidar outros leitores a nomearem o "seu" pior livro.
Enfim, nem só de bons livros é feita a literatura, pese embora haja quem diga que não há livros maus e eu até penso isso. No entanto há livros de qualidade muito discutível.
De certeza que vou ser criticado, mas cá vai, achei o Princepezinho um bocado pãozinho sem sal, dos homens bons e maus, bah, não gostei.
Nah, ninguém critica.
Eu também não apreciei por aí além o Principezinho.
Aliás, há uma série de clássicos que eu simplesmente não gostei.
Olá,
Grande ideia! Eu quando vi essa lista do público pensei em fazer a minha própria lista, mas esta ideia dos piores é interessante. Tenho um: Zahir de Paulo Coelho. Desculpem a expressão mas é vómito...nem consegui acabar. Tenho mais uns dois ou três que achei mauzinhos, mas este ficou-me particularmente na memória.
Cumps
Também não morro de amores pelo Principezinho.
Mas tenho 3 ou 4 livros verdadeiramente execráveis na minha história de leitor.
Quanto a esse sobre Viriato, felizmente não conheço. E aproveito para dizer que A Voz dos Deuses de João Aguiar é um verdadeiro monumento à história de Viriato. Isso sim, vale a pena ler. Conheces?
Queria somar o Ivanhoe, que tinha tudo para ser um livro que eu ia gostar, com cavaleiros, ricardo coração de leão e os normandos. a somar que a book.it contribui e muito com um péssimo trabalho de tradução, semantica e gramática.
Olá Sara.
Bom, Paulo Coelho li um e está no rol dos piores, mas este "Viriato" consegue ser pior.
Será curioso irmos vendo o desfile dos piores de cada um.
Olá Manuel!
Li A Voz dos Deuses há uns anos e gostei bastante, mas mentia-te se te dissesse que me recordo bem da história. Confesso que o tenho visto em alfarrabista a um preço interessante e, mais tarde ou mais cedo, hei-de comprá-lo e relê-lo.
Ivanhoe li há muitos anos, quando tinha uns 12 anos e penso que é um livro para um público juvenil, pois é muito ingénuo e nota que é um dos percursores do romance histórico.
Na altura gostei muito. Hoje em dia duvido.
E o melhor?
É só para ver se estamos de acordo!
Pensei, pensei, e...?
... e conclui não ser capaz de responder a essa questão.
Será porque sou muito selectiva?!
O melhor?
Para mim, "Guerra e Paz", pese embora existam uma série de obras que classifico como Obra Prima. "Dom Quixote", "Crime e Castigo", "Servidão Humana", "Os Maias", "Memorial do Convento", e algumas outras mais.
Concordo, mas permito-me acrescentar António Lobo Antunes, (toda a obra publicada), e, nos escritores mais recentes, José Luís Peixoto.
Que gratificante é ler estes Homens.
Iceman,
já deves conhecer a minha embirração:
Cem Anos de Solidão do Garcia Marquez.
Já sentia náuseas de tantas gerações de Buéndias sem qualquer interesse.
Curiosamente esta é uma obra que provoca reações antagónicas. Tenho amigos que o consideram como um dos melhores livros que leram, vá-se lá saber porquê... LOL
Abraço.
André!
Olha, já somos dois.
Podes espreitar a minha opinião sobre os Cem Anos de Solidão: http://nlivros.blogspot.pt/2007/07/cem-anos-de-solido-gabriel-garcia.html
Vou-te contar mais.
Li o livro uma vez e não gostei. No entanto fiquei incomodado, pois tanta gente a dizer maravilhas e eu não havia gostado? E, vai daí, li o livro pela segunda vez e com toda a atenção e... não vale a pena, não gostei.
E olha que já li outros livros de Marquez que gostei.
Abraço!
"Rua dos Anjos", de Vitor Burity da Silva.
Mas é que eu nem sequer publicaria aquele livro...
Também não gostei nada de "Memórias de Adriano". Mas confesso-me capaz de voltar a dar uma oportunidade, daqui a alguns anos. De qualquer forma, foi o maior sacrifício que fiz para acabar um livro, péssima leitura.
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